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Plataforma de Inovação Aberta em Atenção Primária à Saúde seleciona healthtechs de impacto

Iniciativa inédita no Brasil conduzida pela Artemisia e Umane, a Plataforma de Inovação Aberta em Atenção Primária à Saúde está com as inscrições abertas para a segunda edição. A chamada busca negócios de impacto voltados à saúde pública. Os empreendedores podem se inscrever até 30 de novembro no site https://impactosocial.artemisia.org.br/inovacao-aberta-saude.

São Paulo | Para endereçar os desafios da saúde pública por meio de inovações desenvolvidas por negócios de impacto, a Artemisia e a Umane criaram uma iniciativa inédita no Brasil: a Plataforma de Inovação Aberta em Atenção Primária à Saúde – focada em implementar soluções de negócios de impacto voltadas a melhorar a qualidade do atendimento primário público, com ênfase na validação das soluções em campo. A iniciativa está com as inscrições abertas até 30 de novembro para uma nova chamada de negócios; a busca recai para soluções tecnológicas voltadas à atenção primária à saúde. Na primeira edição, as healthtechs epHealth, Impulso Gov e UpFlux foram destaques e cada uma recebeu R$ 100 mil para investir no aprimoramento de uma solução voltada a melhorar a qualidade do atendimento de saúde prestado em municípios. A inscrição para a nova edição pode ser feita no site https://impactosocial.artemisia.org.br/inovacao-aberta-saude

Diante da pandemia, foi evidenciada a necessidade de inovar e acelerar as transformações na saúde pública do Brasil. A Plataforma de Inovação Aberta em Atenção Primária à Saúde está alinhada à estratégia de apoiar negócios que tenham soluções com potencial de ampliar o acesso, complementar e/ou qualificar a oferta de saúde à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS). A coalizão firmada entre as organizações, que são referência nos respectivos setores de atuação, parte do profundo conhecimento das necessidades e dores dos atores envolvidos – negócios de impacto, população brasileira e interlocutores públicos – e vai em direção à potencialização dos ativos necessários para avançarmos rumo à melhoria da qualidade da saúde pública.

Para participar, são elegíveis negócios de impacto no setor de saúde de todo o país, que estejam em estágio de tração e que tenham soluções ou tecnologias próprias prontas a serem testadas no mercado, além de real intencionalidade de gerar impacto positivo. Serão selecionados até 10 negócios na primeira etapa do programa que irão receber suporte – para formatar um plano de trabalho para um projeto-piloto – e contarão com mentorias de especialistas para refinar e adequar as soluções. A iniciativa selecionará até cinco negócios-destaque na etapa final, que receberão até R$ 100 mil cada para implementar os projetos-piloto em territórios predeterminados pela iniciativa. Os empreendedores também contarão com apoio individualizado para o fortalecimento dos negócios e suporte para validações em campo.

 Atenção Primária à Saúde e a fronteira da inovação

A pandemia da Covid-19 agravou o cenário da saúde no país e evidenciou a necessidade de inovar e acelerar as transformações no tema. De acordo com os organizadores da iniciativa, a escolha pelo tema de Atenção Primária à Saúde (APS) foi bastante pragmática: ela é o acesso inicial da população aos cuidados de saúde, sendo responsável por atender de 80% a 90% das necessidades de atendimento médico de um indivíduo ao longo da vida, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS-Brasil). Em síntese, isso ocorre por possuir uma oferta abrangente de serviços que vão da promoção básica de saúde e prevenção ao monitoramento de doenças crônicas e cuidados paliativos. É eficaz tanto ao lidar com causas de doenças e riscos à saúde quanto em responder aos desafios emergentes que podem ameaçar o futuro da população.

Priscila Martins, diretora de Parcerias da Artemisia, afirma: “o setor de saúde dialoga diretamente com a melhoria da qualidade de vida da população mais vulnerável; sempre enxergamos o enorme potencial que negócios inovadores têm de complementar a oferta dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde, entretanto, há um distanciamento entre esses empreendedores, as soluções e o setor público”, analisa, acrescentando que, em uma perspectiva que vai além de uma iniciativa de aceleração tradicional, a parceria deu origem a uma coalizão que representa a fronteira de inovação para a temática.

A executiva explica que o impacto no setor da saúde, para chegar à população em situação de vulnerabilidade, acontece com o setor público. “Inovações focadas unicamente no setor privado acabam não trazendo mudanças significativas para quem mais precisa. O desafio é construir modelos viáveis para este segmento. Por isso, aqui na Artemisia, nos provocamos a pensar em um programa que aproxima as duas pontas: negócios de impacto – liderados por empreendedores com real intenção de transformar o contexto e com soluções potenciais para as principais dores da APS no Brasil – e territórios com intencionalidade de gerar inovação por meio desses negócios. Identificando a fundo as dores dos territórios, mapeando os negócios mais potenciais, disponibilizando recursos financeiros para viabilizar os testes das soluções em campo para provar a efetividade e ter, assim, bases de avanço no tema. A iniciativa está reunindo os elementos necessários para a validação de soluções para a saúde, partindo dos desafios existentes na ponta. Isso porque existe uma forte oportunidade de alavancar soluções que impactam positivamente a população usuária do SUS”. Priscila Martins complementa: “sabemos que é um desafio, mas o nosso foco é gerar impacto na população usuária do SUS e a nossa motivação é apoiar os negócios de impacto com novos arranjos para que eles conquistem escala e cheguem à população em situação de vulnerabilidade social e econômica, impactando positivamente as pessoas e os territórios com soluções inovadoras.”

Para Thais Junqueira, CEO da Umane – instituição filantrópica que apoia iniciativas ligadas à saúde pública –, a Atenção Primária à Saúde é um eixo estratégico e a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde. “Os modelos de saúde pública universais bem-sucedidos a têm (a APS) como sua principal fortaleza. Por acontecer no âmbito da comunidade, do entorno e dos fatores que podem ser prevenidos, pode ser simplificada e aprimorada, entre outros caminhos, por meio de soluções que otimizem os fluxos, as linhas de cuidado e a atuação dos profissionais de saúde localmente”. A executiva acrescenta que a coalizão busca contribuir para que municípios brasileiros possam, gradualmente, ter mais acesso e conhecimento sobre boas práticas e novas soluções que possam ser testadas e aplicadas nesse contexto.

Dados para decisões estratégicas

Para nortear as ações do programa, as equipes da Artemisia e Umane desenvolveram uma Tese de Impacto Social em Atenção Primária à Saúde com foco na análise do contexto brasileiro sobre o tema e as oportunidades para que negócios de impacto possam endereçar parte dos desafios. Entre os achados do mapeamento, estão as dificuldades com a coleta, gestão e utilização dos dados para gerar informações e apoiar decisões estratégicas no setor. “Quando se trata do contexto nacional de saúde, dois aspectos são fundamentais e devem ser considerados: a pandemia evidenciou a importância dos dados para decisões rápidas e estratégicas, repasses e planos de ação mais eficazes nos territórios, assim como canais de comunicação mais próximos da população. Complementar a isso, os dados precisam estar estruturados e qualificados; ainda temos uma grande defasagem nesse aspecto, especialmente na Atenção Primária à Saúde. Essa questão com os dados do setor foi apontada por quase todos os especialistas com os quais conversamos como uma das principais carências do sistema de Atenção Primária do país hoje. Desafio esse que ficou ainda mais evidente com a Covid-19”, explica Priscila.

A executiva salienta que soluções para gestão de dados e apoio à tomada de decisão mostraram-se como demanda crítica nos territórios. “É nítida a importância de negócios que ajudem a automatizar, consolidar e sistematizar os dados gerados, assim como identificou-se uma demanda, também crítica, de qualificação (tratamento e validação) dos dados disponibilizados e acessados hoje pelos territórios/municípios para apoiar as decisões estratégicas voltadas à APS. A boa usabilidade e confiabilidade das ferramentas de dados – desde o momento da coleta até a geração de informações – são essenciais para o engajamento dos gestores públicos e dos profissionais de saúde na sua aplicação. Negócios de impacto mostram potencial para contribuir para superar esse desafio, com soluções inovadores como, por exemplo, a epHealth e outras healthtechs brasileiras”, afirma a executiva.

Soluções inovadoras no setor

A primeira edição selecionou três healthtechs, que receberam apoio financeiro e de especialistas para implementação de pilotos. “Testaram as soluções em campo, comprovaram a efetividade dos produtos para uma carência e um mercado, e, agora, estão sendo apoiadas em um processo de pós-aceleração, recebendo suporte da nossa equipe para refinamento de aspectos de negócio”, comenta Priscila.

EPHEALTH | Fundada em 2015 por Pedro Marton Pereira e Paulo Sergio P. Pereira, a epHealth tem se aprofundado na atuação da saúde primária. A plataforma de dados foi criada para otimizar o cotidiano dos profissionais de saúde e oferecer às prefeituras uma solução assertiva para o mapeamento populacional: coleta, análise e gestão de dados. No cerne da empresa, o propósito de fortalecer o elo entre o Estado e os cidadãos, promovendo impacto social com um sistema de saúde seguro e promissor. Na essência, a empresa oferece soluções inteligentes e acessíveis para minimizar os grandes desafios do setor, contando com apoio de tecnologia de ponta. A plataforma epHealth é composta por epSocial (aplicativo de uso dos agentes de saúde, de endemias e de saúde indígena); epPro (solução SaaS, em nuvem, para uso de gestores de saúde em geral, com recursos de integração com sistemas do Ministério da Saúde e dos demais sistemas de saúde em geral); epYou (aplicativo de uso dos indivíduos, permitindo autogestão dos dados de saúde, incluindo medicamentos, registros de vacinas etc. e comunicação em mão dupla com as equipes de saúde); e epScience (solução SaaS, em nuvem, para execução de pesquisas científicas que analisam e avaliam condições gerais para melhorar o acesso a medicamentos e tratamentos por parte da população geral).

IMPULSO GOV | Fundada em 2019 pelos economistas e alunos da Escola de Governo de Harvard, Isabel Opice e João Abreu, a Impulso Gov é uma organização sem fins lucrativos e suprapartidária que apoia governos e gestores públicos no aprimoramento das políticas públicas de saúde por meio do uso inteligente de dados e tecnologia. Trabalha para que todos os profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) tenham, em suas mãos, as informações e ferramentas necessárias para agir de maneira preventiva e resolutiva; a organização conta com soluções digitais baseadas em dados que facilitam a compreensão e a identificação de riscos de saúde da população. Ao longo da pandemia, a Impulso Gov esteve à frente de iniciativas como o CoronaCidades e o Farol Covid, que somaram mais de 280 mil acessos, sendo metade por gestores públicos de saúde. Em 2021, expandiu e concentrou a atuação nos serviços de Atenção Primária e Saúde Mental do SUS, apoiando diretamente mais de 50 municípios e beneficiando mais de 3,6 milhões de usuários do SUS.

UPFLUX | Fundada em 2017 por Alex Meincheim e Cleiton dos Santos Garcia, a UpFlux gera informação para análise do perfil epidemiológico a partir de dados dos prontuários eletrônicos; no cerne do negócio, a proposta é melhorar a eficiência e qualidade dos protocolos e das linhas de cuidados por meio da descoberta e do monitoramento automático dos processos, extraindo conhecimento de dados disponíveis nos diversos sistemas. Entre os principais usuários estão os coordenadores e gerentes-médicos e assistenciais. A UpFlux – primeira plataforma Process Mining do Brasil – possui profundo conhecimento científico na área de computação aplicada, desenvolvendo soluções de análise de dados na plataforma e aplicando largamente na jornada dos pacientes em hospitais, operadoras de planos de saúde, unidades de pronto atendimento, entre outros. Atuando em 15 Estados do país, entre os principais resultados, a Upflux traz redução do tempo de permanência em filas de espera em diversos serviços; melhora a saúde da população e reduz custos maximizando ações preventivas; sistematiza os controles, eliminando esforços manuais em planilhas; monitora o perfil epidemiológico em tempo real; otimiza o uso de recursos e gestão de equipes; e maximiza o desempenho e repasse ao município.

ARTEMISIA | A Artemisia, organização pioneira no apoio a negócios de impacto social no Brasil, tem como missão potencializar negócios que criam soluções para problemas sociais ou ambientais e provocam impacto positivo por meio da sua atividade principal. Para isso, lidera iniciativas de fortalecimento a negócios de impacto – via programas de aceleração, apoio em pilotos de inovação aberta e articulação de investimento de impacto –; conecta grandes empresas ao universo dos negócios de impacto; e desenvolve conhecimentos sobre o tema. Fundada em 2005, possui atuação nacional e já impulsionou mais de 650 iniciativas de impacto de todo o Brasil em seus diferentes programas. www.artemisia.org.br

UMANE | A Umane é uma associação civil sem fins lucrativos, isenta e independente voltada a articular e fomentar iniciativas de apoio ao desenvolvimento do sistema de saúde, prevenção de doenças e promoção da saúde, como forma de colaborar para melhorar a qualidade de vida da população brasileira. A Umane dirige seu apoio para três linhas programáticas: a Atenção Integral às Condições Crônicas, com iniciativas de controle dos fatores de risco, rastreamento, ampliação do acesso à saúde e ao monitoramento dos fatores de risco na APS; o Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS) por meio do apoio a iniciativas que visem melhorias operacionais, de produtividade de equipes, de integração de serviços e da incorporação de novas tecnologias ao sistema de saúde e à saúde materno-infantil, financiando programas que acompanhem e monitorem desfechos desfavoráveis durante a gestação e as condições de saúde de crianças e adolescentes no contexto das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e dos fatores de risco. https://umane.org.br/

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