Réveillon e as marcas, compromisso para os anos que estão por vir
Por Andréa Pitta*
O Réveillon está chegando. É só piscar os olhos e já estaremos nas ruas,
nas praias, nas casas de família e amigos esperando a meia-noite em contagem
regressiva. Com toda certeza, será um Réveillon diferente, com sabor de
renascimento. Depois de tanto tempo de dificuldades, voltaremos a nos abraçar com
menos receio, a pensar no futuro de maneira mais positiva.
Podem contar que, nessa festa da retomada, muitas marcas também irão
fincar suas bandeiras nos locais mais animados para fazer companhia ao público.
Dias antes, as equipes montarão palcos nas praias descoladas como, por exemplo,
Trancoso, Caraíva e Porto Seguro, localizadas na nossa querida Bahia,
garantindo shows inesquecíveis com artistas brilhantes. Tudo perfeito, como já
vinha sendo feito anos antes.
Mas e quando a festa acabar? Restará aos moradores dessas praias a
convivência com um paraíso degradado. Paraíso esse que, daqui um ano, voltará a
receber turistas novamente e, até lá, os moradores ficarão no esquecimento,
mais uma vez.
Talvez eles não entendam de imediato que o ganho financeiro da comunidade
em uma semana não vai arcar com o prejuízo em relação ao meio de seu próprio
sustento. O turismo se esvai com praias sujas, mares poluídos, sem promover
mudanças verdadeiras no quadro de pobreza local.
Como profissional especializada em proporcionar boas experiências entre
marcas e consumidores, tendo em paralelo forte engajamento em questões
ambientais e inclusão social, gostaria de propor outros olhares a essa questão.
Neste (e nos próximos) Réveillon, que tal as empresas adotarem um povoado? Adotar
o ano todo, de maneira responsável, fomentando a cultura e a economia local.
A criatividade e inovação que tanto impulsionam as conexões entre marcas
e pessoas podem ser ainda mais surpreendentes, promovendo impactos positivos
duradouros. Que tal um olhar diferente para as estratégias das ações de final
de ano? Em muitos casos, as localidades possuem potencial nas manifestações
artísticas e culturais, bem como peculiaridades gastronômicas, além de
oportunidades de fomento nas áreas de prestação de serviços e comércio.
Precisamos fomentar o desenvolvimento em cada micro universo a partir de
visão estratégica inovadora, com senso de construção colaborativa e atitude
verdadeiramente sustentável em todo seu tripé: social, ambiental e econômico.
Talvez essa seja a melhor forma de fazer com que os desejos de prosperidade
propagados no Réveillon se tornem realidade para muitas localidades ao longo do
ano que vai nascer.
Acredito fortemente que essa atitude vai ao encontro da nova era de
propósito para a solidificação das marcas perante a sociedade, bem como do live
marketing de horizontes infinitos e realizações possíveis e tangíveis.
Trocar a prática destrutiva pela prática educativa para que as novas
festas não estejam acompanhadas dos velhos problemas. Pode ser um bom
(re)começo para nossa trajetória neste planeta.
Andréa Pitta é CEO da Fibra.AG
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