Sete erros fatais para uma clínica ou para um negócio individual
Existem vários erros que podem ser cometidos por um dentista na gestão de seu consultório ou clínica e que podem ser fatais para a sobrevivência do negócio. Por analogia, algumas dessas falhas, inclusive, podem ser perigosas se cometidas por profissionais de outras áreas, como médicos, advogados, fisioterapeutas, psicólogos, veterinários e outros perfis que precisam gerir seus empreendimentos ao mesmo tempo em que conciliam as questões inerentes à prestação de seus respectivos serviços. Se você se enquadra nesse perfil, fique atento, esses erros podem ser fatais:
1 - Olhar mais para o ego do que para a realidade
É muito comum o dentista preocupar-se mais com o faturamento do que com a realidade do caixa. Mas esse é um engano que pode custar caro, porque ao olhar apenas para a frente perde-se a noção da situação presente. Faturamento é ego, caixa é realidade! É preciso ficar atento para que o fluxo de caixa não seja prejudicado pela visão distorcida sobre a expectativa de receitas futuras – se haverá entradas no futuro, ótimo, mas mantenha o foco na situação presente. Ela é a prioridade.
2 – Ter um sócio para somar
Hoje, aprendi que sócio tem de ser para multiplicar. Já tive mais de 30 sócios e fiz muitas sociedades equivocadas. Sócio não pode ser nem para somar nem para dividir. Só pode ser para multiplicar! Quando você tem complementariedades nas questões necessárias à empresa você consegue multiplicar. Uma boa composição societária tem um sócio mais estratégico, outro mais financeiro, outro mais técnico, outro mais marketeiro, por exemplo. Uma composição diversa é muito mais eficiente do que uma composição homogênea, onde todos os profissionais têm o mesmo perfil e se veem obrigados a tomar decisões em áreas sobre as quais não têm conhecimento.
3 – Tomar decisões mais baseadas no lado financeiro do que no propósito profissional e de vida
Muito dentista toma decisões por enxergar oportunidades de negócio, mas sem ter conhecimento para levar adiante aquele empreendimento. Exemplo: quando um dentista decide abrir um laboratório ou um centro de radiologia, como estrutura complementar ao consultório ou clínica próprios. Ele não tem conhecimento para essa nova empreitada. Aposta nela apenas com visão no potencial financeiro. É a receita certa para o prejuízo.
4 – Contratar pessoas juniores
O que se costuma fazer, quando se está abrindo um negócio, é contratar pessoas de nível júnior. E isso é um problema para um negócio que está começando. No início de um empreendimento, é preciso contratar pessoas mais experientes, capazes de ajudar o empreendedor na jornada, para depois, sim, se dar ao luxo de contratar pessoas mais jovens e menos experientes. No início, sai muito caro ter uma pessoa júnior trabalhando com você. Uma secretária que custa R$ 1 mil vai te trazer pacientes de R$ 1 mil. Já uma secretária de R$ 3,5 mil, formada, com maior capacidade argumentativa, vai conseguir trazer pacientes melhores para a clínica. Hoje, eu não começaria uma clínica com pessoas sem experiência.
5 – Escalar o faturamento antes de escalar pessoas
Em serviço, não dá para escalar faturamento e depois ver como entregar o que foi contratado. Então, as pessoas precisam vir antes do faturamento. É preciso, primeiro, ter profissionais capazes de entregar os serviços, para depois escalar o faturamento. Isso é um problema que as redes de clínicas costumam ter, porque investem muito em mídia, faturam muito rápido, mas sua operação não performa na mesma velocidade. E as pessoas levam tempo para ampliarem sua produtividade a ponto de as entregas acompanharem a velocidade das vendas.
6 – Achar que mídia compra tempo
Quando se investe muito em mídia, antecipa-se um faturamento que deveria ser obtido em longo prazo. E o amadurecimento da operação não vem na mesma proporção. Então, o profissional não amadurece – como gestor estratégico, financeiro e de pessoas – na mesma velocidade deste crescimento. Aí começam a ocorrer outros problemas na clínica, e o que era sonho vira um pesadelo.
7 – Achar que está rico
Depois de um ano, em uma clínica de implantes, o dentista fica “rico”, porque vendeu muitos tratamentos. Porém, o profissional não leva em conta que demora quase um ano para entregar um tratamento completo. Então, na largada sobra muito dinheiro no caixa. Empolgado, o dentista compra casa, carro e o que mais vier pelo caminho, mas na hora de entregar o tratamento não há mais dinheiro para isso. Um problemaço.
Matheus Marcondes é Fundador da Smile University
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