As crianças e a política
Por Gabi Vasconcelos*
Em tempos de tanta violência,
intolerância e desrespeito é preciso, com urgência, voltar os olhares para a
pureza, a doçura e o amor genuíno das crianças que são, não apenas o futuro
distante, mas sim o mais real presente. Falar de política com as crianças não
se resume ao que acontece no ano eleitoral, faz parte da educação familiar que
se inicia quando a vida é gerada com amor, respeito e todos os cuidados
necessários.
A política começa dentro de casa quando
a criança aprende a dividir o alimento, a doar os brinquedos e as roupas para
os necessitados. A família é o principal meio de formação, de convicções e de
valores para a vida da criança e a escola é a continuidade dessa formação. O
aluno se apresenta como um reflexo do exemplo familiar.
A política é (ou deveria ser) um
conjunto de ações e atitudes realizadas pelas pessoas com o objetivo de ter uma
convivência respeitosa e harmônica com total pluralidade social. É incrível
presenciar, em grupos de crianças, a naturalidade em ajudar o colega com
qualquer tipo de dificuldade, no sentido real da verdadeira inclusão; perceber
que criança não utiliza somente o lápis de cor rosado para retratar todos os
tons de pele; o ensinamento com afinco em casa de como economizar água e tantas
outras ações de amor e verdade. Como professora, tive esse privilégio!
Acredito plenamente que o poder
transformador para melhorar tudo no nosso país está na educação básica, feita
pela família e pela escola, com resultados imediatos. Precisamos aprender com
as crianças a forma mais pura, verdadeira e genuína de amar a natureza, os
animais e acima de tudo o próximo, independentemente de qualquer diferença.
Por isso, é essencial que elas conheçam
o papel de cada cargo político e saibam diferenciar aqueles que governam para o
povo e quem governa apenas para os seus. Brasília hoje é considerada por muitos
como símbolo de corrupção, mas a partir da educação podemos formar cidadãos
que, num futuro próximo, transformarão esta realidade. A política que queremos
deve começar agora, pelos pequenos. Do contrário, não conseguiremos eliminar as
desigualdades e não veremos nosso país crescendo forte. As crianças são sim o
futuro, mas o que elas aprendem depende unicamente da educação que
proporcionamos hoje.
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Gabi Vasconcelos é alfabetizadora e autora do livro Minha Brasília
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