Condomínio horizontal agrega fazenda urbana e agrofloresta para os moradores, em Goiás
Iniciativas
inéditas nesse tipo de projeto contemplam três grandes vertentes que estão
pautando a vida do brasileiro nos últimos anos: a maior busca de contato com a
natureza, a sustentabilidade e a alimentação natural. Um dos benefícios será a
produção de alimentos no "quintal" de casa
Uma pesquisa da CNI
(Confederação Nacional da Indústria) com uma amostra de dois mil entrevistados
constatou que 98% dos brasileiros estão preocupados com o meio ambiente e,
diante disto, já estão mudando a forma de definir seu estilo de vida e aquilo
que consomem. Os reflexos desse comportamento já atingem os mercados de todos
os segmentos, que agora vêm agregando práticas sustentáveis em seus processos
produtivos e desenvolvendo produtos com benefícios ou, pelo menos, menor
impacto ambiental.
Com o mercado
imobiliário não é diferente. Empreendimentos que sejam concebidos com a
preocupação em mitigar seu impacto com o meio natural e trazer avanços de
eficiência energética, gestão hídrica, entre outros recursos, vêm ganhando a
adesão dos consumidores. Além da preocupação ambiental, o isolamento social
imposto pela Covid-19 trouxe outro ingrediente - as pessoas compreenderam
definitivamente o quanto a presença da natureza pode fazer diferença em sua
qualidade de vida.
Isto se comprova
pelo resultado de pesquisa realizada em 2021 pela Brain Inteligência
Estratégica sobre a jornada de compra, com 850 consumidores no país, indicando
que mais da metade dos consumidores brasileiros (57%) declararam estar
disponíveis a pagar mais para morar em um lugar arejado e conectado com o meio
ambiente.
O advento da
Covid-19 acabou também consolidando uma transformação que já estava em curso: a
forma como o consumidor lida com sua saúde. Outra pesquisa, coordenada também
pela Brain em parceria com a Associação de Promoção de Orgânicos (Organis) e a
Unir Orgânicos, concluiu que o consumo de orgânicos cresceu em todo país após a
pandemia, e o Centro-Oeste tornou-se a região com maior consumidores desse tipo
de alimento. O aumento na região foi de 129% no período 2019-2021 em
comparação com o triênio anterior.
São esses anseios
que a CINQ Desenvolvimento Imobiliário buscou atender com o desenvolvimento do
Parqville Figueira, condomínio horizontal que será implantado na Avenida São
Paulo, em Aparecida de Goiânia (GO). Além de contar com toda a estrutura
que tradicionalmente já faz parte de empreendimentos dessa natureza - serão
três complexos para esportes, com piscina para prática de natação e
hidroginástica, academia, quadras esportivas (tênis, beach tennis e
poliesportiva), campo de futebol gramado adulto e infantil, playground para crianças,
pet parq, salão social, capela ecumênica, ciclovias, alamedas de pedestres,
entre outros equipamentos - ele também traz, de forma inédita, a primeira
agrofloresta e fazenda urbana em sua área comum.
As 295 famílias que
ocuparão o local contarão, em seu “quintal”, com uma unidade de produção de
alimentos orgânicos. Com uma área de 1.100 m², a fazenda urbana do Parqville
Figueira terá uma capacidade de produção de 100 cestas por semana, com 10 itens
cada. Isso equivale a 1.000 itens (pés de hortaliças) semanais e 4.000 que
poderão ser colhidos mensalmente. Embora a manutenção da fazenda urbana
seja feita por um trabalhador especializado contratado para esta finalidade, os
moradores poderão “colocar a mão na massa” se desejarem e o condomínio também
poderá realizar atividades de educação ambiental e alimentação saudável. Os
produtos serão comercializados pela associação aos moradores, a preço de
custo.
A iniciativa nasceu
após missões técnicas internacionais promovidas pela CINQ nas quais sua equipe
conheceu seu funcionamento nos Estados Unidos. “As fazendas urbanas têm
sinergia com a cultura do goiano, que tem raízes ligadas ao campo e valoriza
iniciativas sustentáveis”, comenta Eduardo Oliveira, diretor da empresa, que
desenvolve em Goiânia e região metropolitana a linha de condomínios horizontais
Parqville com o propósito de resgatar os valores simples, porém essenciais,
para as pessoas.
Além da fazenda para
plantio de orgânicos, o condomínio será o primeiro a ter uma agrofloresta
urbana exclusiva para os moradores, um sistema de recuperação ambiental que
combina espécies arbóreas com espécies alimentares e aumentará a produção de
alimentos no condomínio. Na fase inicial, enquanto as mudas das espécies
arbóreas estão pequenas, são plantadas hortaliças, mandioca, pimenta, tomate,
banana, alfaces, rúculas, agrião, cenouras, beterrabas, couve-flor, brócolis,
couves e outras que precisam receber sol. Nas fases seguintes, as espécies
alimentares serão as frutíferas e culturas de meia sombra que se desenvolvem
bem sob as árvores que crescem. Serão 2.700 mudas plantadas inicialmente, já na
fase de obras do condomínio, em uma área de 2,4 hectares.
Preservação
Eduardo Oliveira
explica que a agrofloresta foi incluída no projeto após a empresa descobrir
dois olhos d’água até então desconhecidos durante suas prospecções técnicas e
ambientais dentro da área. Para preservá-los foi necessário criar um raio de
100 metros de mata - inexistente na concepção inicial - e a agrofloresta foi a
técnica escolhida para o reflorestamento. De acordo com especialistas, a
mistura das espécies é a melhor forma de promover o desenvolvimento natural de
uma floresta, considerada uma das melhores alternativas para reflorestamento
urbano. Em simbiose, as espécies se desenvolvem, com a biodiversidade
contribuindo para o enriquecimento do solo, a produção de alimentos, entre
outros benefícios.
Eduardo
explica que a solução desenvolvida partiu da visão da empresa de atuar dentro
dos princípios de sustentabilidade e responsabilidade ambiental, o que acabou
gerando outros benefícios para os moradores. “Além da produção de alimentos, a
agrofloresta aumentará a cobertura verde do condomínio, que já tem uma outra
mata preservada”, conta Eduardo.
Serão duas Áreas de
Preservação Permanente (APP), mais quatro Áreas Públicas Municipais (APM), que
juntas somam 113.174,16 m2. Para se ter ideia dessa dimensão, ela corresponde a
1,5 vez a área de um dos parques mais visitados de Goiânia, o Parque Vaca
Brava. Dessa soma, não fazem parte a arborização das ruas e alamedas que serão
implantadas no condomínio. “É a partir delas que todo o contorno urbanístico
foi planejado'', informa Eduardo Pinheiro, um dos sócios da CINQ
Desenvolvimento Imobiliário.
Jardins de chuva
Outro diferencial
ambiental do projeto é a drenagem sustentável adotada - informalmente chamada
de jardins de chuva - técnica que vem sendo resgatada em novos projetos onde há
área disponível para se implantar valas e trincheiras de infiltração. No
Parqville Figueira ela será integrada ao paisagismo com a função de absorver as
águas das chuvas, que retornarão ao seu ciclo natural.
Estes elementos construtivos – valas e trincheiras - são projetados em desnível em relação às ruas, de modo a direcionar a captação das águas pluviais para si. A execução se dá com uma vala escavada na terra, preenchida com materiais granulares como pedras de mão, brita, areia etc. A engenheira civil Fernanda Almeida, que assina o projeto de drenagem sustentável, explica que essa é uma técnica altamente eficiente para gerenciar a água da chuva de modo a imitar a natureza. Ao invés de ser direcionada para os córregos por meio da tubulação, onde ganha velocidade, a água é direcionada para recarregar o lençol freático.
Nenhum comentário