Entenda o que é necessário para exportar alimentos para o país sede da Copa
Produtos devem contar com a certificação Halal,
um selo mundial de qualidade que atesta que aquele produto respeita as
exigências da religião islâmica
São Paulo, 6 de
dezembro de 2022
– A FAMBRAS Halal – primeira certificadora Halal do Brasil – é a responsável
por certificar as plantas de 99% dos exportadores de carne bovina que atendem
os países islâmicos, incluindo o Catar. Na prática, isso significa que cabe à
certificadora brasileira atestar que todo o procedimento que culmina com a
exportação, desde o abate do animal, segue rigorosamente os preceitos da religião
islâmica - uma exigência de todos os países islâmicos.
De acordo com dados da
Apex - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – os
exportadores brasileiros têm apenas 0,8% de participação no mercado catariano.
A participação mais elevada é justamente das carnes bovinas e de aves, que
juntas representam 55,5% do montante exportado.
A agência diz, ainda,
que “há 142 produtos brasileiros com oportunidades de exportação para o país,
incluindo açúcar, café, feijão e frutas”. “Mas para viabilizar essas
exportações, os produtores de alimentos e industriais brasileiros precisam
passar por um processo indispensável: a certificação Halal”, resume o
presidente da FAMBRAS Halal, Mohamed Zoghbi.
O que é Halal - São
considerados Halal todos os produtos permitidos para o consumo dos muçulmanos
segundo os preceitos da religião islâmica. São itens que, após um processo
rigoroso de certificação – com base também em normas internacionais de
segurança e qualidade – comprovaram não conter nem no processo fabril e nem na
matéria-prima utilizada nada que coloque em risco a saúde e o bem-estar das
pessoas e dos animais ou que prejudique o meio ambiente ou se utilize de mão de
obra inadequada no processo fabril, entre outras características.
Para obter a certificação
Halal, um produto precisa seguir algumas etapas. Primeiramente, a indústria
passa por um processo de avaliação documental, seguido por auditorias e ensaios
laboratoriais. Durante estes três processos, são verificadas as matérias-primas
utilizadas na fabricação do produto e o processo produtivo. Algumas
matérias-primas e insumos não são permitidos pela lei islâmica como, por
exemplo, os derivados do porco e bebidas alcoólicas.
Além disso, os
auditores verificam se todas as informações são apresentadas de forma
transparente e, caso o produto envolva o uso de proteína animal, também o abate
precisa seguir procedimentos específicos. “É igualmente importante para obter a
certificação Halal o fato de a empresa destinar parte de seus lucros para promover
benefícios sociais e ao meio ambiente”, completa Zoghbi.
Passadas estas etapas,
um Comitê de Decisão avalia todas as informações coletadas e as analisa com
bastante rigor. Servem de base, além da legislação nacional, as principais
normas nacionais e internacionais referentes ao Halal e segurança de produto.
Só após a aprovação do Comitê é que o certificado é emitido.
“Por serem considerados
éticos e seguros, os produtos Halal deixaram se ser procurados apenas por
muçulmanos – um mercado de quase 2 bilhões de pessoas – mas por todos os que
praticam o consumo consciente”, defende Zoghbi. A estimativa é de que esse
mercado deve movimentar em torno de US$ 5,74 trilhões até 2024, de acordo com
dados do State of the Global Islamic Economy.
Sobre a FAMBRAS Halal
Fundada em 1979, a FAMBRAS Halal é a primeira instituição certificadora Halal do Brasil. É líder de mercado e realiza auditorias, abate, inspeção, supervisão de produtos e implantação do Sistema de Garantia Halal junto a indústrias e frigoríficos interessados em comercializar seus produtos especialmente para os países islâmicos.
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