Como a Inteligência Artificial vai contribuir para geração de energia limpa
Tema será
abordado no evento “O Engenheiro do Futuro e a Inteligência
Artificial"
Uma das
inúmeras possibilidades que podem ser alavancadas pelo uso da Inteligência
Artificial (IA) é a transição energética. O modelo, que tem como premissa
básica a geração de energia limpa ao substituir o uso de combustíveis fósseis
por fontes de energia renováveis, também abrange o uso e reaproveitamento
consciente deste recurso.
O professor da
Escola Politécnica da Univali, Raimundo Celeste Ghizoni Teive, assegura que a
transição energética é uma tendência mundial. O conceito propõe a migração do
uso de matrizes energéticas poluentes, que utilizam combustíveis à base de gás,
carvão e petróleo, para as fontes de energia renováveis, capazes de gerar
energia utilizando recursos como água, vento, sol e biomassa.
No que tange a
área de engenharia elétrica, segundo o especialista, o conceito é composto de
três pilares essenciais, sendo o primeiro deles a descarbonização. “Isso
significa gerar energia elétrica sem a emissão direta de CO²
(dióxido de carbono), poluente emitido na queima de combustível fóssil. O
Brasil vem fazendo avanços neste sentido, inclusive, ao investir nas
hidrelétricas, eólicas e fotovoltaicas, hoje responsáveis por 52,7%, 12,5% e
4,5% da matriz elétrica do país, respectivamente”, observa.
O segundo
pilar da transição energética, afirma Teive, é a digitalização. O
docente explica que este aspecto aborda sobre a utilização das novas
tecnologias para realizar atividades remotas, tais como localização de faltas e
a reconfiguração de redes elétricas de forma automática, também conhecido como self
healing. Com o trabalho operacional otimizado, o impacto de falhas
elétricas sobre os usuários dos serviços poderá ser significativamente
reduzido.
“Para
chegarmos ao que se chama de ‘redes elétricas inteligentes’, será necessário a
utilização de sensores inteligentes, ‘internet das coisas’ e muitos algoritmos
de inteligência artificial”, adianta o especialista.
Já a descentralização
é considerada o terceiro pilar da transição energética. Como o termo sugere,
permite a geração de energia elétrica distribuída. Esta modalidade substitui o
modelo de usinas com grandes capacidades e geradoras de maior impacto ambiental
por fontes mais próximas ao consumidor final, a exemplo das usinas solares
fotovoltaicas e eólicas.
“Este modelo
dispensa a utilização de linhas de transmissão, pois a geração é ligada
diretamente à rede de distribuição o que, por sua vez, reduz consideravelmente
a ocorrência de blecautes de energia para grandes grupos de consumidores”,
afirma o professor.
Tema será aprofundado durante evento
O conceito da
transição energética é um dos diversos assuntos que será abordado durante o
evento “O Engenheiro do Futuro e a Inteligência Artificial" que
será realizado na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), no dia 16 de
novembro. Na ocasião, pesquisadores, estudantes, profissionais, empresas, poder
público e comunidade estarão reunidos, no campus Itajaí, para conhecer as
tendências e possibilidades de aplicação de novas tecnologias nas áreas da
engenharia de computação, produção, civil, elétrica, química, mecânica,
ambiental e sanitária.
Durante a
programação, o professor Raimundo Celeste Ghizoni Teive vai abordar sobre as
alternativas para a transição energética no Brasil. O especialista adianta que
a IA poderá ser aplicada nos processos de descarbonização, digitalização e
descentralização da geração de energia elétrica.
“A
inteligência artificial permitirá o uso de algoritmos inteligentes no
desenvolvimento de softwares e sistemas. Um exemplo é que estas ferramentas
terão autonomia para detectar defeitos na rede elétrica e corrigi-los
automaticamente, o que vem sendo chamado de tecnologia self healing. Os
engenheiros poderão projetar estes sistemas nos quais os equipamentos conversam
entre si, transformando e revolucionando tudo o que conhecemos sobre a geração
de energia hoje. A IA poderá ser utilizada para
melhorar a eficiência energética e, deste modo, reduzir as emissões dos gases
de efeito estufa que tanto prejudicam o planeta”, antecipa Teive.
Inscrições
abertas
As inscrições para o evento “O Engenheiro do Futuro e a Inteligência Artificial" iniciam no dia primeiro de agosto. A iniciativa é da Escola Politécnica da Univali, sendo realizada com o patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – Crea/SC. As informações prévias da programação já estão disponíveis em www.univali.br/eventos.
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