Ele trabalhou no antigo armazém de Secos e Molhados, e hoje, aos 70 anos, lidera franquia de cursos profissionalizantes com faturamento anual de R$ 20
Jilo Shimada é um dos fundadores da
franquia Via Certa Educação
Profissional que completa 11 anos de mercado, e registra um dos melhores
momentos da marca, com recorde no número de matrículas. São mais de 50 unidades
presente em 11 estados
A tão
sonhada aposentadoria chega para muitos homens aos 65 anos, mas essa palavra
não faz parte da vida do empreendedor Jilo Shimada, fundador e diretor de
expansão da rede de franquias Via Certa Educação Profissional. Hoje aos
70 anos de idade, Jilo conta que a idade não é um empecilho para nada, já que o
trabalho o move e se sente em condições de continuar contribuindo para o
crescimento da empresa, usando a seu favor a longa experiência adquirida.
“Lógico
que contamos com outros sócios na franquia que a diferença de idade chega a
mais de 30 anos, mas isso é balanceado. O tempo me ensinou a não tomar
decisões precipitadas, sempre ponderadas e consultar os demais sócios antes de
decidir algo importante. No dia a dia do trabalho, procuro resolver à minha
maneira, porém sempre com decisões prudentes”, observa o empresário que comanda
o negócio ao lado dos sócios e amigos Décio Marchi, de 46 anos, e André de
Oliveira, de 32 anos.
Ele
revela que sua geração demora um pouco mais para lidar com assuntos que
envolvem tecnologia, fato esse que é marcante na geração Z, que a conectividade
é espontânea. Para Shimada, as inovações tecnológicas são as que exigem mais
rapidez nas decisões na busca de conhecimentos técnicos.
Família de
comerciantes
Natural
do Paraná, criado na pequena cidade de Jussara, Jilo ajudava o pai na empresa
familiar, o antigo armazém de Secos e Molhados, hoje muito conhecido como
mercadinho ou supermercado. Lá ele atendia os clientes e fazia as entregas de
bicicleta.
Aos 14
anos se mudou sozinho para a casa dos tios em Maringá (PR) para dar início aos
estudos de técnico de contabilidade. Fora do horário escolar ajudava o tio no
bazar. Quando alcançou os 18 anos resolveu dar um novo passo. Muito focado e em
busca de alcançar um diploma, Jilo se mudou para a cidade de Marília, interior
de São Paulo, para cursar administração de empresas, já que poucas cidades
naquela época ofereciam esse curso.
O que
o jovem não sabia é que ali ele fincaria suas raízes. Ele morou em Marília ao
longo de 47 anos, constituiu família e criou muitos negócios, entre eles sua
própria rede de franquias.
Ao
longo da jornada acadêmica passou por muitos perrengues, como dividir uma
quitinete com mais três amigos e dividir um único marmitex, muitas vezes sua
única refeição do dia. Por outro lado, conseguiu emprego em grandes empresas.
Ainda como acadêmico conseguiu emprego na Mesbla, uma loja de departamentos
francesa muito tradicional no país na época; Bradesco e Volkswagen. Essa última
alcançou muita experiência, principalmente por trabalhar dentro de uma empresa
de grande porte e ganhar entre 5 e 6 salários mínimos, foi quando começou a
melhorar financeiramente.
Criando o seu
próprio negócio
Quando
terminou a faculdade em 1974 usou o dinheiro que guardou para abrir o seu
primeiro negócio próprio, um pequeno escritório de contabilidade, junto a um
amigo da faculdade. Os jovens trabalhavam dia e noite, pois não tinham
condições de pagar um funcionário. Com a experiência em contabilidade dos
antigos trabalhos, Jilo começou a desenvolver serviços, que poucos escritórios
da época faziam. Com isso, conseguiu formar sua própria carteira de clientes e
outros escritórios também começaram a repassar alguns tipos de serviços.
Em um
ano de empresa conseguiu comprar o maior escritório de contabilidade de
Marília, na época financiado em 12 vezes.
Virada de chave
Algum
tempo depois, um cliente ofereceu para o escritório o trabalho de processamento
de dados. Como Jilo era o único que desenvolvia na cidade o serviço de correção
monetária do ativo imobilizado, em que calculava manualmente através de índices
de inflação, serviço bastante complexo devido às altas taxas de inflação na época, e uma
infinidade de contas e itens que tinham que ser calculados minuciosamente,
desde a data de aquisição para não acarretar infração fiscal, foi quando
esse cliente propôs sociedade em uma empresa de processamento de dados,
especificamente para realizar este tipo de trabalho em Marília e toda a região.
Já que com o uso do computador o serviço que Jilo demorava uma semana para
fazer manualmente, agora seria feito em até uma hora.
Sem
capital para montar a empresa de processamento de dados, ele vendeu sua parte
da antiga sociedade, e resolveu alugar as máquinas que eram ociosas nas
empresas. Com isso, abriu em 1977, aos 25 anos de idade, o negócio que se
tornou uma das primeiras empresas de processamento de dados no interior de SP.
O sócio vendia o serviço e Jilo executava. Era uma dupla perfeita! No final do
primeiro ano compraram à vista dois carros zero, sendo o modelo do ano, casas,
terrenos e sítios, apenas com 26 anos de idade.
Mas
essa ascensão durou pouco tempo. Com pouco mais de um ano do novo negócio, o
Governo mudou algumas leis e simplificou o serviço de correção monetária do
ativo imobilizado, substituindo por outra modalidade mais fácil podendo
calcular por contas e não item por item como era antes, dando oportunidade para
a maioria executar manualmente este trabalho, prejudicando seu faturamento. Com
isso, Jilo teve que mudar e criar novos serviços dentro da contabilidade usando
o computador, já que muitas empresas não tinham o equipamento na época, pois
era algo muito caro.
Em
1979 os dois sócios, usando da ousadia, uma característica dos jovens, adquiriu
o primeiro modelo de computador fabricado no Brasil, com apenas 8 kb de memória
RAM, e HD de 5 mb, mas que custou uma pequena fortuna, cerca de 50 mil dólares.
Mais
uma vez o empresário encontrou barreiras no negócio. Primeiro, o computador
adquirido não tinha capacidade de executar grandes quantidades de serviços como
era esperado, isso fez com que ainda necessitasse recorrer a computadores de
grandes empresas para locar horas, não diminuindo os custos pretendidos, pelo
contrário, ficou com um “elefante branco na mão”. Outro desafio ocorreu no
início de 1990, quando o governo Collor assumiu, além dos bloqueios dos
depósitos bancários que a empresa tinha, permitiu a entrada de computadores
importados no Brasil, muitas empresas começaram a desenvolver o mesmo serviço
que Jilo executava, e em poucos meses ele viu a quantidade de serviço
despencar.
Da
contabilidade para cursos profissionalizantes
Em
1993 Jilo conheceu o fundador da primeira franquia de cursos
profissionalizantes do Brasil, que na época tinha unidade própria apenas em
Lins (SP). Ele usou o prédio do antigo trabalho para abrir uma unidade da marca
em Marília, e em apenas uma semana preencheu as mais de 300 vagas disponíveis,
pois não havia concorrência na época.
Em
pouco tempo abriu oito escolas na região, devido à alta demanda, porém acabou
entrando em dívidas com o financiamento dos computadores nas escolas, muito
caro na época. Com o aumento das dívidas, foi necessário vender praticamente
todos os bens e Jilo se desfez de sete unidades, ficando apenas com a operação
de Marília.
Pouco
tempo depois, essa escola profissionalizante, que era comandada por um empresário hoje muito
conhecido no meio de franchising, virou franquia, e com isso, Jilo se tornou um
dos seus primeiros franqueados.
Nova parceria
Após a
venda da marca para outro grupo, Jilo conta que a dificuldade do suporte no
atendimento com os franqueados ficou insustentável para se manter naquele
negócio. Ele que há alguns anos tinha criado laços de amizade com o também
franqueado da mesma marca em Birigui (SP), Décio Marchi Junior, visualizaram a
oportunidade de juntos criarem sua própria rede de franquias, já que Décio
também notava a queda na qualidade no suporte de toda a rede.
Em
2012 surgiu a Via Certa Educação Profissional, com a criação de uma
metodologia própria. Como o contrato com a antiga franquia já havia expirado há
algum tempo, eles apenas viraram a bandeira do negócio e mesmo com a mudança
não perderam nenhum aluno. Pouco tempo depois, o André, sobrinho do Décio, entrou
na sociedade para dar ainda mais peso ao time.
Os
empresários resolveram que a sede do empreendimento seria na cidade de Birigui.
Com isso, Jilo resolveu pegar suas malas e partir de vez para uma nova cidade,
levando na bagagem muita sabedoria e aprendizado que os últimos 40 anos tinha
proporcionado.
Sistema
de ensino
Após
dois anos de mercado, a Via Certa entrou para o franchising e desde então vem
se tornado referência nacional em educação, a rede soma mais de 150 mil alunos
formados, e uma grade com 44 cursos em diversas áreas, como: administração e
vendas; beleza e estética; gastronomia; idiomas; indústria e energia;
informática e tecnologia; reforço escolar e saúde. A
duração do curso varia de seis meses a dois anos, e o custo mensal é bem
acessível, a partir de R$ 130.
Durante
a pandemia a marca adotou o Sistema Flex, onde agora o aluno escolhe se quer
fazer o curso totalmente online, híbrido ou presencial. Essa estratégia
acelerou a busca de novos alunos, que aproveitaram para profissionalizar, além
de alcançar novos franqueados.
A Via
Certa possui modelo de negócio com investimento inicial a partir de R$ 90 mil, incluso a taxa de franquia e taxa de instalação. O
faturamento bruto médio mensal é a partir de R$ 60 mil podendo chegar a R$ 300
mil, dependendo do tamanho do território. O lucro líquido mensal é de 30% a 40%
do faturamento, tendo um prazo de retorno estimado de 12 a 24 meses.
Atualmente
a rede conta com 51 operações nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato
Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Paraíba, Ceará, Santa Catarina, Bahia,
Sergipe e Pernambuco. A Via Certa visa chegar a 100 franquias até o final de
2023 e faturamento anual de R$ 30 milhões.
Recorde de
matrículas
Os cursos
profissionalizantes se tornaram uma alternativa ainda mais forte para quem
procura se qualificar e conquistar sua primeira vaga de emprego. Diante desse
cenário, a Via Certa registrou recorde de matrículas durante o último
mês de janeiro. Foram 2.672 matrículas, com um aumento em torno de 800 novas
matrículas, comparado ao mesmo período do ano passado.
“Em 20
anos de experiência no setor educacional nunca tinha visto algo parecido no
mercado. Somente em janeiro deste ano a rede identificou recorde de procura
diária de pessoas interessadas pelos cursos, e isso se repetiu ao longo de
fevereiro e março. No geral, vimos o interesse em todos os cursos,
principalmente do público da classe C”, diz o diretor de expansão da Via Certa.
Não existe
idade para empreender
Força
de vontade, dedicação e resiliência são características necessárias para quem busca
ter o próprio negócio, e esses atributos Jilo carrega consigo. O diretor de
expansão revela que seu maior sonho como empresário é tornar a Via Certa a
maior e mais eficaz escola de cursos profissionalizantes do Brasil e acredita
que alcançará essa meta.
Já no
campo pessoal, ele se sente totalmente realizado. Com duas filhas formadas e
bem encaminhadas profissionalmente, hoje seu hobby é viajar, e para isso não
abre mão de ao menos fazer duas viagens ao exterior por ano. Tanto que já
conhece ao menos 20 países. Essas viagens possibilitam não somente relaxar, mas
também conhecer novas culturas, e de quebra ainda trazer sempre algo novo que
pode ser implementado no próprio negócio.
“Todo
aquele que quer ser empreendedor tem que ter em mente que as dificuldades são
muitas. E para vencer esses desafios é necessário se reinventar e inovar todos
os dias para acompanhar a evolução do mercado. Ter resiliência, trabalhar em
dobro para superar. A vida de empreendedor tem altos e baixos. A necessidade de
se esforçar muito mais que um trabalho CLT é necessário. Não basta ter capital
para empreender, é necessário ter garra! Por isso, analisamos com muita cautela
o perfil para quem quer empreender dentro da Via Certa. O esforço é fundamental
para qualquer negócio. Essa é a lição que deixo para os mais novos que estão
entrando”, finaliza o diretor de expansão da franquia Via Certa Educação
Profissional, Jilo Shimada.
Sobre
a Via Certa Educação Profissional
A Via Certa Educação Profissional é uma rede de franquias com atuação no mercado de cursos profissionalizantes criada em 2012, em Birigui (SP). Com uma metodologia Flex, promovendo aulas individualizadas e vivenciais, a marca possui uma grade com mais de 40 cursos de diversos segmentos voltados para estudantes e adultos com idade ilimitada. Atualmente são mais de 50 unidades espalhadas pelo Brasil, cujo investimento inicial do modelo de negócio é a partir de R$ 90 mil na modalidade física. www.viacertacursos.com.br/
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