Galeria de arte Mama Cadela apresenta "Ao lado de um pardal o dia dorme antes", exposição individual de Brígida Campbell
Com
curadoria de Bruno Vilela, a exposição apresenta uma série de pinturas,
colagens, esculturas, desenhos e gravuras que buscam relacionar a natureza e a
cidade
A galeria de arte Mama Cadela apresenta a
exposição "Ao lado de um pardal o dia dorme antes", com trabalhos da
artista Brígida Campbell, do dia 13 de julho a 6 de agosto. As obras da
artista retratam a presença de plantas e animais habitando ambientes, com
traços gráficos típicos das paredes das cidades. A mostra conta com gravuras,
colagens, esculturas, desenhos, entre outros suportes e tem como inspiração
movimento notado durante a pandemia, quando a ausência de pessoas nas ruas fez
com que várias cidades do mundo fossem ocupadas por animais e plantas, que, sem
a presença humana, puderam estar nestes espaços de outra maneira. A entrada é
gratuita e a exposição pode ser visitada de terça a quinta, das 14h às 19h, e
aos sábados e domingos, das 10h às 16h.
Refletir sobre a presença de animais e
plantas diante da ausência humana, evidencia a forma como a organização de
cidades não incorpora nossa dependência das cadeias ecológicas tão fundamentais
à vida. De algum modo, com a pausa que a humanidade deu, foi possível
testemunhar pequenos processos de regeneração e o avanço da natureza sobre o
espaço construído da cidade, o que nos chama a atenção sobre nossa conexão com
a natureza tão frágil atualmente.
Na exposição "Ao lado de um pardal o
dia dorme antes", as obras trazem uma reflexão sobre como a conexão entre
os diferentes universos naturais dialogam com espaços construídos e com a
lógica da cidade, com sua velocidade, geometria e estrutura. Também os
contrastes entre o pensamento sensível, intuitivo e a lógica racional e
cartesiana. As obras refletem sobre as possíveis conexões entre as diversas formas
de vida e apresenta uma coleção de diversas técnicas e propostas.
A artista Brígida Campbell vem
desenvolvendo, há cerca de 20 anos, suas pesquisas e trabalhos na esfera da
cidade, por meio de intervenções que, de maneira poética, discutem diversas questões
urbanas que vivenciamos coletivamente. Os trabalhos se materializaram em
faixas, cartazes, panfletos, adesivos, entre outros suportes, dialogando
diretamente com a dimensão gráfica da cidade e seu imaginário preexistente.
Obras expostas
A mostra traz uma abordagem distinta, com
obras muito mais introspectivas, que em parte surgiram junto ao processo da
pandemia. Com a necessidade de isolamento e com o mundo em uma espécie de
pausa, a artista se deslocou para uma área rural, sem acesso a telefone ou
internet, onde deu início a essa investigação. Brígida montou um ateliê e
começou uma série de pinturas, desenhos, gravuras dentre outras produções que
há tempo não se dedicava. Com a mudança de contexto, do urbano para o rural e
da perspectiva sobre o mundo, a artista e professora mudou o foco de suas
leituras e iniciou a busca pelas relações entre arte, natureza e ecologia.
Na série de pinturas "Um animal que
inventa a si próprio" podemos ver a imagem de cães, lobos, pássaros e
plantas em um cenário onírico e, ao mesmo tempo, vibrante, com símbolos e
gestos que nos remetem às paredes de espaços públicos urbanos. A série de
desenhos "Lençol Freático" relaciona o ciclo da água com os processos
inconscientes e nos apresenta uma série de desenhos sutis, poéticos e delicados
nos quais a água é o elemento condutor da composição. Também estará na
exposição a série de colagens "Biophilia" realizada digitalmente a
partir de imagens de ilustrações científicas que mesclam o afastamento
científico e a poesia dessas imagens; a série esculturas em aço carbono
"Ao lado de uma Pardal" e "Nuvens"; e também gravuras sem
título que brincam com a conexão de formas gráficas e naturais trazendo a
bidimensionalidade do desenho para o espaço escultórico.
Sobre a artista
Brígida Campbell é uma artista, professora
e pesquisadora que transita por diversas linguagens artísticas, como a pintura,
o desenho, a instalação, o vídeo, as intervenções urbanas e as artes gráficas.
Em seus trabalhos artísticos explora as sutilezas poéticas do cotidiano criando
imagens e/ou situações que estimulam o imaginário e a criação. Seu trabalho
também envolve aulas, curadorias, palestras, publicações, workshops e
exposições. Atualmente desenvolve uma pesquisa em torno das relações entre
arte, ecologia e transformação social. É professora da EBA-UFMG. Doutora em
Artes Visuais pela ECA-USP e mestre pela EBA-UFMG.
Sobre o Curador
Bruno Vilela, curadoria. É artista,
educador e curador. Mestrando em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da
UFMG, trabalha na coordenação e desenvolvimento de projetos nas áreas de Artes
Visuais, Educação e Direitos Humanos. É formado em Artes Visuais pela Escola
Guignard – UEMG (2003) e em Administração pela PUC MG (2007). É idealizador e
coordenador do FIF BH – Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte
(fif.art.br), da Área Criativa,
do EXA – Espaço Experimental de Arte, do projeto Muros: Territórios
compartilhados, entre outros.
SERVIÇO
Exposição "Ao lado de um pardal o dia
dorme antes", de Brígida Campbell
Local: Galeria de arte Mama Cadela (Rua Pouso
Alegre, 2014, Santa Tereza)
Abertura: 13 de julho de 2023, às 19h.
Período da exposição: de 14 de julho a 6 de agosto de 2023
Funcionamento: terça a quinta, das 14h às 19h, e aos
sábados e domingos, das 10h às 16h
Demais horários: mediante agendamento por meio do
instagram @mama_cadela ou pelo e-mail contato@mamacadela.com.br
Entrada Gratuita
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