Produtores rurais investem na soja, impulsionando a diversificação econômica no MS
Em meio a um
cenário de transformações no setor agropecuário, produtores rurais de Mato
Grosso do Sul têm protagonizado uma significativa migração para a agricultura.
Esta transição reflete não apenas uma busca por novas oportunidades econômicas,
mas também uma resposta às demandas do mercado e aos desafios enfrentados pelo
setor. Historicamente reconhecido pela sua força na bovinocultura de corte, MS
vem se destacando como um polo na produção de grãos, especialmente de soja.
Quando comparadas as últimas 10 safras no estado, constata-se um crescimento de
aproximadamente 83% da área plantada, saindo de 2,3 milhões de hectares na
safra 14/15, para 4,2 milhões na atual safra, segundo informações da
Aprosoja/MS, por meio do Siga MS.
No entanto,
essa transição não está isenta de desafios. “Os produtores enfrentam questões
como a adaptação às novas técnicas de cultivo, a gestão de riscos associados à
produção de grãos e à necessidade de investimentos em infraestrutura”, alertou
o vice-presidente do Sindicato Rural de Campo, Rochedo e Corguinho - SRCG,
Eduardo Monreal.
“A migração
de parte dos produtores para a cultura da soja demonstra não apenas a
capacidade de adaptação do agronegócio local, mas também a busca por uma
diversificação que fortaleça a economia regional. Essa transição é impulsionada
por diversas vantagens oferecidas pela agricultura, incluindo a maior
rentabilidade por área cultivada e os avanços tecnológicos que tornam a
produção mais eficiente e sustentável. É importante o produtor avaliar o risco,
ou seja, o investimento que ele vai fazer com a propriedade e trocar para uma
situação que ele possa ter visão e segurança”, completou Monreal.
No caminho
dessa transição, o produtor rural, Jean Paul, que hoje trabalha com pecuária na
região de Rio Negro-MS, explicou porque decidiu aderir a agricultura,
destacando que o espírito empreendedor e a capacidade do produtor
sul-mato-grossense, têm sido fundamental para superar obstáculos.
“Nossa
atividade em Rio Negro, sempre foi muito boa e focada na pecuária, mas a
rentabilidade não era das melhores. Com essa nova fronteira agrícola que tem
avançado em Mato Grosso do Sul, chegando agora também em nossa região, vimos a
oportunidade de ingressar nessa atividade para elevar o rendimento da fazenda,
nossa eficiência e produtividade”. Com previsão de iniciar as atividades na
sojicultura ainda este ano, o produtor destaca as possibilidades que esse
movimento pode oferecer, como a prática da Integração Lavoura-Pecuária (ILP).
“Com a
migração, não eliminamos uma atividade, você alinha a outra, mantemos a
pecuária consorciada à agricultura, são outras possibilidades. A diferença de
produtividade e rentabilidade é abissal, saímos de uma renda de um pasto com
pouco produtividade, para um pasto com alta produção, alinhado à agricultura”,
finalizou o produtor.
(Jean
Paul, diretor do SRCG e produtor rural, na região de Campo Grande e Rio Negro)
Apesar do atual cenário preocupar, em função do achatamento de preço da safra, a soja continua sendo um dos principais influenciadores no desempenho econômico do Estado. Mesmo com a estimativa de uma redução de 7,92% na produção, o grão será responsável pelo crescimento de 5,5% do PIB do Mato Grosso do Sul, como já anunciou o Governo de MS.
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