Últimas

Bertelsmann e Bozano criam fundo e buscam empresas para investir

O grupo alemão de mídia e serviços Bertelsmann e a Bozano Investimentos criaram o BR Education Ventures, fundo de venture capital voltado a empresas que desenvolvem tecnologias educacionais. O fundo tem R$ 60 milhões para investimentos, valor que nos próximos anos pode chegar a R$ 100 milhões, de acordo com Daniel Borghi, líder do time de educação da Bozano Investimentos.
O fundo conta com recursos da Bertelsmann, empresas de investimentos de famílias ('family offices') e outros investidores e será gerido pela Bozano Investimentos.
Os gestores do fundo já aprovaram aportes em duas companhias, a QMágico, que oferece a instituições de ensino um serviço on-line para personalizar conteúdos e aprimorar o desempenho individual dos alunos, e a Evolve, que produz conteúdo para TVs corporativas, programas educacionais e aplicativos para a publicação de conteúdos. O valor investido em cada empresa não foi informado.
Thomas Mackenbrock, CEO da Bertelsmann Brasil, disse que os aportes foram feitos porque o mercado de educação está aquecido. "Existe uma explosão em curso do mercado de educação como um todo. Nossa proposta será de investir em empresas de menor porte, principalmente companhias dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias para o setor de educação", disse Mackenbrock. Segundo o executivo, os aportes serão feitos de maneira seletiva nos próximos meses.
A escolha da Bozano Investimentos, segundo Mackenbrock, deveu-se ao histórico de atuação do grupo de investimentos no setor de educação. A Bozano Investimentos atua na área desde 2009, fazendo investimentos em companhias de maior porte, como a Abril Educação. A Bertelsmann tem investimentos em educação nos EUA e na Ásia, mas no Brasil atua principalmente na área de mídia. Os investimentos da Bertelsmann no país incluem a Freemantle Media, responsável pela produção de programas de TV como "Ídolos" e "O Aprendiz"; a editora Motor Press Brasil, que publica revistas do setor automotivo; a Arvato, de serviços de comércio eletrônico entre empresas; e a Random House Mondadori, editora com forte catálogo de livros em espanhol. No Brasil, a Bertelsmann também fez aportes, de valores não revelados, em fundos de investimentos, como o Monashees Capital.
Jonas Gomes, chefe de 'private equity' da Bozano Investimentos, disse que a meta para o fundo é alcançar uma carteira de dez empresas no prazo de oito anos, que será o tempo de duração do fundo. "O Brasil é hoje o quinto maior mercado no mundo em educação. O setor já possui seis empresas listadas na Bovespa e apresenta uma tendência de forte expansão nos próximos anos. É difícil mensurar o tamanho desse mercado, mas a meta é encontrar companhias novatas com potencial inovador para investir", afirmou Gomes.
O executivo observou que, nos últimos anos, as empresas de educação têm mudado o perfil, tornando-se companhias mais similares a grupos de mídia, com produção de conteúdo em diferentes plataformas (TV, vídeo, internet) e altos investimentos em tecnologia. "Esse mercado está mais complexo do que era no passado", observou.

Nenhum comentário