Nokia confirma compra da Alcatel-Lucent e cria segunda maior empresa de redes móveis
A Nokia e a Alcatel-Lucent anunciaram nesta quarta-feira, 15, a assinatura de um acordo por meio do qual a fabricante finlandesa de equipamentos de telecomunicações vai adquirir os ativos da fornecedora franco-americana, numa transação avaliada em US$ 16,6 bilhões e que será feita por meio de troca de ações. Previsto para ser concluído no primeiro semestre de 2016, após as aprovações regulatórias e outras condições de praxe, o negócio resultará na segunda maior companhia de equipamentos para redes móveis do mundo, com market share de 35% no mercado global, atrás apenas da Ericsson, com 40% de participação.
Conforme os termos do acordo, os acionistas da Alcatel-Lucent receberão 0,55 ações da nova empresa — que se chamará Nokia Corporation — com base no preço atual da ação da Nokia, de 4,2 euros (correspondente a US$ 4,4), o que representa um prêmio de 15% sobre o preço das ações em 9 de abril. Após a aceitação da totalidade da oferta pública de troca, a Nokia terá 66,5% da companhia e a Alcatel 33,5%. A sede da empresa será na Finlândia, mas ela manterá forte presença na França.
A nova empresa combinada terá receita de aproximadamente 26 bilhões de euros e cerca de 114 mil funcionários, sendo 40 mil apenas na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o que, segundo o presidente e CEO da Nokia, Rajeev Suri, lhe dará capacidade de acelerar o desenvolvimento de tecnologias futuras, incluindo a 5G, redes definidas por software (SDN), computação em nuvem e big data/analytics. Em comunicado, as empresas informaram que a fusão deve proporcionar uma economia de 900 milhões de euros em custos operacionais até 2019.
Segundo Suri, a Nokia Corporation "pretende oferecer tecnologia e serviços de rede de próxima geração, com a possibilidade de criar uma conectividade perfeita para as pessoas onde quer que estejam". O executivo afirmou que, além de operações na Europa, a nova empresa terá forte presença em todas as partes do mundo, principalmente nos EUA e China.
Avaliação positiva
Analistas ouvidos pela Dow Jones Business News disseram que a combinação de ativos sem fio da Nokia e Alcatel-Lucent faz sentido, uma vez que o mercado de infraestrutura móvel é altamente competitivo e sofre fortes pressões por preço. Segundo eles, o acordo permitirá que a nova empresa se concentre nas tecnologias da Alcatel-Lucent de mais rápido crescimento e nos ativos mais rentáveis (IP, SDN, NFV) e possa transformar a Nokia em líder no mercado wireless, além de aumentar seu faturamento em meio a condições de mercado difíceis, graças à receita e às sinergias de custo.
Eles avaliam também o negócio como ótimo do ponto de vista financeiro para os acionistas da Nokia — pois a empresa vai pagar US$ 16,6 bilhões para um ativo que deve gerar US$ 1,1 bilhão de lucro líquido nos próximos anos e sinergias de US$ 1,2 bilhão. Do mesmo modo, acham que a Alcatel-Lucent vai se beneficar enormemente com a fusão das operações.
Para esses analistas, a forte queda de mais de 18% nas ações da Alcatel-Lucent nesta quarta-feira, na Nasdaq, já era previsível, uma vez que a empresa está sendo adquirida. A agência de classificação de risco TheStreet Ratings, por exemplo, classificou o rating das ações da empresa em C -. Segundo a empresa, os principais fatores que influenciaram a classificação são visíveis. Embora a empresa tenha pontos fortes em vários aspectos, tais como o seu lucro por ação recorde e o crescimento das margens de lucro, ela tem apresentado um fraco fluxo de caixa operacional, desempenho geral das ações decepcionante, além de um risco mais elevado de gestão de sua dívida.
Fonte: Ti Indide
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