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Empresas investem em seguro de vida como estratégia para reter talentos

Dilmo B. Moreira - Presidente do CVG-SP
Mais da metade da população brasileira não tem seguro de vida. Na estimativa da CNseg, são 125 milhões de pessoas, cerca de 62% dos brasileiros. A situação do país é inversa ao que ocorre nos Estados Unidos, por exemplo, onde 62% de todas as pessoas estão cobertas por algum tipo de seguro de vida. Mas, a boa notícia é que o seguro de vida está crescendo no Brasil, graças, em parte, às pequenas e médias empresas que passaram a oferecê-lo como um dos benefícios aos empregados.

Uma pesquisa da consultoria Mercer, realizada no ano passado com 696 empresas, constatou que 94% das corporações oferecem seguro de vida. O resultado está próximo ao apurado pela consultoria Hays em levantamento com 700 empresas, no qual o seguro vida aparece como o segundo principal benefício oferecido (87%), perdendo apenas para o seguro saúde (90%). Ainda de acordo com o levantamento da Hays, 94,5% dos empregadores consideram os benefícios não salariais uma ferramenta importante para contratar e reter funcionários.

O presidente do CVG-SP, Dilmo B. Moreira, destaca o peso e a importância do segmento de pequenas e médias empresas no cenário nacional. Ele observa que este segmento participa de aproximadamente 30% do PIB; responde por mais de 50% dos empregados que trabalham sob as regras da CLT e paga mais de 40% da massa de salários do país.

“Essa massa de empresas, cuja participação na economia brasileira é extremamente significativa, deve criar condições de especializar e manter sua força de trabalho, sem ter de recorrer exclusivamente a compensações salariais. Portanto, aplicar políticas de benefícios que usualmente iniciam-se com a concessão de seguros de Vida e Acidentes Pessoais é uma excelente estratégia”, diz.

Conquistar a fidelização do quadro de colaboradores não é tarefa fácil para as empresas diante da alta rotatividade, em que o Brasil é o campeão mundial, pesquisa global da Robert Half realizada com 1.775 diretores de RH de 13 nacionalidades, sendo 100 brasileiros. Segundo a pesquisa, o turnover de colaboradores no país aumentou em 82% das empresas desde 2010, mais que o dobro da média mundial, que foi de 38%.

Inovação em produtos

O balanço mais recente da Federação Nacional de Previdência e Vida (FenaPrevi) mostra que o seguro de vida foi o que obteve maior volume de prêmios pagos por segurados em novembro de 2014: foram R$ 921,6 milhões, representando crescimento de 4,20% em relação ao mesmo mês de 2013 (R$ 884,5 milhões). “O crescimento demonstra a preocupação dos indivíduos em garantir a manutenção do padrão de vida dos dependentes na ausência do responsável financeiro da família", analisou o presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento.

O bom desempenho do seguro de vida no país também é resultado da diversificação e inovação em produtos, sobretudo os direcionados ao segmento corporativo. “Para atender à demanda gerada tanto pela estratégia empresarial de retenção de talentos, quanto pela legislação aplicável, o mercado de Seguros de Pessoas tem desenvolvido excelentes opções de cobertura, inclusive agregando serviços e sorteios a esses segmentos de negócios”, diz Dilmo B. Moreira.

Entre os exemplos de novos produtos, uma das maiores seguradoras do mercado lançou, recentemente, um novo seguro que oferece planos customizados para entidades de classe, sindicatos e empresas associadas. O produto, sem similar no mercado, traz coberturas pagas em vida, como a cesta natalidade e a cobertura para a acessibilidade física, rompendo a ideia de que os benefícios dos seguros de vida só são pagos quando o segurado morre.

Outro produto inédito no ramo vida oferece para as empresas a contratação simplificada e os sorteios mensais em dinheiro, além de coberturas adicionais de doenças graves, auxílio alimentação e assistência funeral. Para o presidente do CVG-SP, o resultado do esforço do mercado em inovar no seguro de vida é o aumento da percepção do empresariado e seus colaboradores em relação à utilidade dos seguros de pessoas. “Isso ajuda a criar um ciclo virtuoso de negócios para o mercado segurador e de vantagens para estipulantes e segurados”, afirma.

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