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CISA alerta para a relação entre o consumo pesado de álcool e a hipertensão arterial

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o CISA alerta sobre como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode desencadear a hipertensão arterial

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no país sobre o tema, aproveita a proximidade do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial para alertar a população que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode ser um dos fatores que desencadeiam a hipertensão. A doença, também conhecida como hipertensão arterial sistêmica (HAS) é crônica e frequente, e se não for prevenida e tratada, pode causar lesões em artérias e órgãos vitais, como coração, cérebro e rins.

Ela é conhecida por ser uma doença silenciosa. Isto quer dizer que não costuma apresentar sintomas, apesar da pressão estar elevada. Por isso a Associação Americana de Cardiologia recomenda que pessoas com mais de 20 anos tenham sua pressão arterial aferida anualmente.

Pelo fato do valor da pressão arterial sofrer variações normais ao longo do dia, o diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) precisa ser feito por um médico, após medições realizadas em condições adequadas. A pressão arterial pode ser categorizada conforme as medidas descritas no quadro abaixo: 


Categoria da pressão arterial
Sistólica
mm Hg (máxima)

Diastólica
mm Hg (mínima)
Normal
menor que 120
e
menor que 80
Pré-hipertensão
120139
ou
8089
Pressão arterial elevada
Hipertensão estágio 1
140159
ou
9099
Pressão arterial elevada
Hipertensão estágio 2
160 ou maior
ou
100 ou maior
Crise hipertensiva
(emergência médica)
maior que 180
ou
maior que 110
  
O uso excessivo de álcool pode ser um dos causadores da hipertensão, assim como outros fatores como histórico de HAS na família, idade avançada, sedentarismo, dieta inadequada (principalmente se houver excesso de sal), sobrepeso e obesidade.

A relação da HAS com o uso de álcool foi notada há 100 anos, mas somente em 1970 evidências foram capazes de confirmar esta questão, independentemente do sexo e de outros fatores potenciais de confusão (etnia, ingestão de sódio, percentual de gordura ou tabagismo).

Ainda não há estudos conclusivos quanto às variações da pressão arterial relacionadas ao consumo leve-moderado* de álcool. Mas, para aqueles que consomem bebidas alcoólicas pesadamente, a prevalência de HAS equivale ao dobro da observada em abstêmios e consumidores leves, sendo possível observar até a redução da pressão arterial após uma semana de abstinência. Os efeitos agudos do álcool na pressão arterial não surgem rapidamente, como em minutos ou horas, inclusive, pode até haver uma queda da pressão após 8 horas de sono, nas pessoas que bebem à noite. Mas, as pesquisas apontam que a pressão arterial tende a subir de forma subaguda, dentro de dias a semanas. Além disso, há evidências de que o consumo de álcool pode reduzir o efeito dos medicamentos para HAS, e que a redução deste consumo pode exercer papel semelhante ou maior na HAS que a perda de peso, atividade física e redução na ingestão de sal. O mecanismo implicado nesta relação ainda não foi esclarecido, mas observa-se que o tipo de bebida, cerveja, vinho ou destilado, não interfere consideravelmente, concluindo-se ser devido ao próprio etanol.

A Associação Americana de Cardiologia recomenda que, se a pessoa consome bebidas alcoólicas, que o faça com moderação. Isso significa uma média de 1 a 2 doses por dia para homens e 1 por dia para as mulheres. Outro alerta importante da Associação é que beber acima destes limites aumenta os riscos para o alcoolismo, hipertensão arterial, obesidade, acidente vascular cerebral, câncer de mama e acidentes.

*Consumo pesado e leve-moderado foram definidos neste estudo, respectivamente, como a ingestão de ao menos 3, e menos que 3 doses de álcool por dia. A Organização Mundial de Saúde estabelece que 1 dose padrão contém aproximadamente 10 a 12 g de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja (330 ml), ou uma taça de vinho (100 ml) ou uma dose de destilado (30 ml).

Sobre o CISA

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, organização não governamental criada em 2004 e qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) desde 2005, foi fundado pelo psiquiatra e especialista em dependência química Dr. Arthur Guerra de Andrade e consolidou-se como a maior fonte de informações no país sobre o binômio saúde e álcool. Por meio de seu website (www.cisa.org.br), disponibiliza um banco de dados direcionado à população geral, estudantes, profissionais de saúde, pesquisadores e empresas, que têm como base publicações científicas reconhecidas no cenário nacional e internacional, dados oficiais (governamentais) e informações de qualidade publicadas em jornais e revistas destinados ao público geral sobre o álcool e suas relações com o corpo, a mente e a sociedade.

O CISA acredita na importância do rigor ético e na transparência de suas ações no que diz respeito à obtenção e divulgação de conhecimento atualizado e imparcial na área de saúde e álcool, e prontifica-se a colaborar com políticas públicas que abordem o tema de forma eficaz. Também está comprometido com o avanço do conhecimento nessa área e encoraja a adoção de medidas para prevenir o uso nocivo de álcool e suas consequências, por meio de parcerias e elaboração de materiais educativos e de prevenção. Para mais informações, acesse o site www.cisa.org.br ou os perfis da organização nas mídias sociais: Facebook (https://www.facebook.com/pages/CISA-Centro-de-Informações-Sobre-Saúde-e Álcool/166680883359856), Twitter (@CISA_oficial) e Instagram (@cisa_oficial).

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