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Processo de Recuperação Judicial pode ser evitado com planejamento estratégico - *Por Alcides Rocha


Segundo o indicador de Falências e Recuperações da Serasa Experian, o número de recuperações judiciais solicitadas no primeiro bimestre de 2016 foi 116,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Com 251 ocorrências registradas no período, o número de pedidos representa o maior percentual para o acumulado do primeiro bimestre desde o ano de 2006.

Diante do atual cenário econômico do país e das baixas perspectivas de melhoras, a Recuperação Judicial é uma alternativa para a empresa que está no vermelho se reorganizar com os credores para ganhar fôlego, manter a operação, reduzir o valor das dívidas e alongar os prazos de pagamento das mesmas.

Apesar de ser um processo extremamente desgastante de fechamentos de acordos com credores, o pedido de Recuperação Judicial se mostra como uma possibilidade muito mais efetiva do que os processos de venda, fusão ou determinação do término de atividades da corporação, pois é uma forma de recuperar o negócio e manter-se em atividade no mercado.

Entenda como funciona o processo de Recuperação Judicial:

• A empresa faz o pedido de Recuperação Judicial ao juiz;

• O juiz distribui a demanda e destitui os gestores da Firma, designando novos administradores

• Os credores têm prazo de 180 dias, prorrogáveis a mais 180 para a realização da Assembleia de credores a fim de propor valores e condições (geralmente com redução de 70% da dívida e os prazos longos para quitar)

• Se aceito o acordo pelos credores, a empresa assina o Plano de Recuperação Judicial

• Se não for aceito, enviam uma notificação ao juiz, que poderá manter as condições, ou simplesmente decretar a falência da empresa.

• Uma vez aprovado por todos, a firma paga, mensalmente aos credores, e segue sua vida, mas sendo administrada pelos novos gestores.

Em acaso de negativa ao pedido de Recuperação Judicial, o juiz decreta falência da empresa e os bens são vendidos e o dinheiro arrecadado e distribuído aos credores, respeitando a ordem legal (trabalhista, bancos, fornecedores e fisco).

Muitas causas levam uma empresa à um pedido de recuperação, como a má administração, falta de planejamento diante de um cenário econômico desfavorável ou ausência de gerenciamento efetivo diante de uma crise financeira, por este motivo é primordial que as empresas (de todos os portes) tenham traçado um planejamento corporativo para colocá-lo em ação.

Com o atual cenário econômico do país é indispensável rever as ações, debater os pontos fortes e fracos do negócio, avaliar o orçado e o realizado, os erros e acertos, mercado de atuação e perspectivas para estabelecer metas para períodos sem sustos e sobressaltos.

O planejamento estratégico não é uma fórmula mágica que resolverá todos os problemas de uma empresa, mas este ajuda na gestão, estruturação e diminuição de erros. Faça o planejamento e siga-o à risca, tenha disciplina, dedicação, equipe capacitada, energia para superar os obstáculos e garra para trabalhar muito.

*Alcides Rocha é administrador de empresas, especialista em Governança Corporativa e presidente da Finance365

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