Últimas

ABIESV promove debate inédito sobre sustentabilidade e visual merchandising

Evento realizado nesta quinta-feira (11/8) também discutiu o futuro das lojas frente às novas tecnologias

Questões financeiras, falta de comunicação entre as áreas administrativas e de criação e desconhecimento de recursos sustentáveis e recicláveis são os grandes entraves para que o varejo brasileiro desenvolva melhor a questão da sustentabilidade no ponto de venda. Esta foi a principal conclusão do debate ‘Visual merchandising e sustentabilidade’, promovido nesta quinta-feira, 11/8, pela ABIESV – Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo.

De acordo com especialistas na área, varejistas e demais participantes, esta é a primeira vez que o tema tem essa abordagem e alcance, unindo representantes das áreas de arquitetura / construção, consultorias e visual merchandisers, que puderam expor quais os principais entraves para que o varejo brasileiro possa avançar com mais velocidade dentro desse tema. O entendimento geral entre os debatedores é que faltam integração, engajamento e educação com foco na sustentabilidade. Para eles, a saída é a “criatividade”, com estímulo às equipes para contribuir com ideias inovadoras. Mas concordam que para mudar é necessário transformar essa necessidade em plano de negócio.

Para a consultora Cássia Pegoraro, que já atuou em vários sustentáveis, e também no Green Building, a sustentabilidade em VM é muito pouco explorada. “As outras áreas de uma empresa ainda têm pouca consciência sobre sua importância”, diz. Já Marcos Casado, diretor técnico da Sustentech, que também já atuou no Green Building, acredita que “a sustentabilidade permite gerar saúde e bem estar ao ambiente de vendas e trabalho, torná-lo mais agradável e por mais tempo”, afirma.

Juliemy Machado, docente em VM do Senac, destaca outro problema: “Ainda se confunde criação de materiais sustentáveis ou reciclados com artesanato; é mais fácil de visualizar o resultado do uso do acrílico ou de madeiras com laca, que se acredita ficarem mais bonitos. Mas há, também, outros materiais que produzem efeitos interessantes e de fontes certificadas ou que podem ser reaproveitados posteriormente”, destaca. Raquel Fonteles, que também é VM e docente da mesma disciplina, acredita que todas as iniciativas em prol do enraizamento desse conceito são válidas. “Estímulos, integração, debates. Acho que tudo pode convergir para a consciência de todos os atores das empresas”.

Outro mito abordado durante o encontro da Abiesv foi a questão de custos. Ao contrário do que muitos pensam, a construção de uma loja sustentável, segundo Marcos Casado, atualmente, é apenas 3% mais cara do que a de uma loja convencional. “Há alguns anos, essa diferença chegava a 30% e hoje, com o aumento e qualificação de fornecedores, a redução é bastante significativa”.

O evento também contou com a apresentação de cases. Um deles foi o da loja da Riachuelo em Ipanema, apresentado em detalhes por Euclides Gonçalves. Construída no local de uma tradicional padaria de Ipanema, destruída em um incêndio, a loja resgatou os sentimentos da comunidade ao erguer ali uma loja com VM agradável, de convivência. O uso de recursos de sustentabilidade trouxe benefícios econômicos: 50% na redução do consumo de água e 30% no de energia, entre outros.

O futuro da lojas frente às novas tecnologias

Eric Feingenbaum, conselheiro editorial e editor da New York Magazine VMSD, em sua palestra no evento,abordou vários aspectos que rondam a mente do empresariado, dentre eles, o fim das lojas físicas diante da expansão das virtuais. “As lojas físicas não vão desparecer, mas o varejista precisa dar um toque humano, fornecer motivos para o cliente voltar, criar diferenciais e usar a tecnologia como suporte à mensagem que quer transmitir. O futuro é a conectividade, as redes sociais. É preciso saber usá-las”. Entre os caminhos apontados pelo expert um deles é focar na beleza, tornar a loja um local agradável, um ponto de experiência e relacionamento para o consumidor.

Sobre a ABIESV

Fundada em 2002, por um grupo de fornecedores de equipamentos e serviços para o varejo, a associação nasceu com o objetivo de se tornar fonte principal de informações e conteúdo para os varejistas e público geral e ser uma referência no mercado, com reconhecimento para seus associados e consolidação de novos negócios. Multisetorial, abrange diferentes frentes do mercado da indústria e do serviço para o varejo, como escritórios de arquitetura, construtoras, manequins, embalagens, assessoria jurídica, fabricantes de mobiliário e equipamentos, impressão, segurança, iluminação, comunicação visual, visual merchandising, engenharia, softwares de automação, consultoria em sustentabilidade, cenografia, embalagens. Possui entre seus associados empresas do porte de GE, Phillips e Viavarejo. O faturamento médio da cadeia representa R$ 140 bilhões.

Nenhum comentário