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Como tirar proveito do tão temido conflito de gerações? - Por Juliana Albanez*

Não há como voltar atrás. A diversidade é uma realidade nas organizações e cada dia será mais frequente. E esta é uma excelente notícia: equipes de estilos e vivências diferentes, quando bem desenvolvidas, podem gerar mais soluções do que problemas

*Por Juliana Albanez

Ele tem o conhecimento sólido baseado na experiência, vê o trabalho como prioridade máxima e não se preocupa tanto com qualidade de vida. Já você tem a velocidade, conectividade, enxerga tendências de mercado e inovação. E entre vocês, existe ainda aquele que viveu parte de sua vida sem tecnologia, presenciou importantes fatos históricos, e teve que se adaptar às mudanças tecnológicas e de comunicação durante sua adolescência.

Esse é um cenário muito comum nas corporações atuais, composto por três gerações de profissionais que convivem com frequência, possuem valores e visões de mundo e que muito poderiam agregar a qualquer organização, certo? Sim, mas nem sempre isso acontece.

As diferenças na forma de se comunicar, de lidar com a hierarquia e liderança, a rotatividade profissional e a formalidade legítima a uma geração e absolutamente descartável à outra, tornam esse convívio cercado de barreiras e choques culturais. Mas será que é possível suavizar esses conflitos e respeitar o estilo de cada geração?

Um dos caminhos pode ser o Coaching. Cada vez mais popular no Brasil, o processo pode oferecer ferramentas certeiras para clareza sobre a cultura da empresa e a esta realidade cada vez mais comum nas organizações.

Mas você já parou para pensar como cada geração vê o processo de Coaching? Esta também é uma questão interessante e nos ajuda a entender as particularidades de cada um. Enquanto a geração Y encara com certa naturalidade os caminhos do Coaching, como uma ramificação do autodesenvolvimento e enriquecimento profissional, a geração X, acostumada à mudança, não dá tanta importância ao processo, mas participa em nome do comprometimento e dedicação a cultura da empresa. Já a geração dos veteranos, em sua maioria, não consegue ver com bons olhos a metodologia. Expor seus problemas, desafios, revelar dificuldades de adaptação às equipes para os chamados “baby boomers”, pode ser caracterizado como excesso de exposição.

De fato, expor seus sentimentos, fragilidades, passar por um processo analítico realmente é desafiador, e não é para todos. Mas por outro lado, pode ser libertador quando você começa a enxergar que seu problema não é um bicho de sete cabeças e que muitos vivem e passam pelos mesmos caminhos de aprendizado, trocas e desenvolvimento.

Já para os jovens conectados, o reconhecimento, o confete e a visibilidade são fundamentais, característica de sua geração. E passar pelo processo de Coaching pode colocar em xeque a imagem de “superstar” que eles têm de si mesmos. Outro desafio do Coaching a esta geração é a questão do resultado. Se o processo não produzir resultados rápidos e palpáveis, rapidamente essa geração intrépida e volátil pode perder o interesse no mergulho ao conhecimento.

Porém, quando bem aplicado aos conflitos de gerações, o Coaching é um processo fascinante. E o primeiro passo é conversar sobre a questão, abertamente, reconhecendo as diferenças e valorizando o que cada um tem de melhor: baby boomers, como excelentes mentores; geração X blindada a instabilidades; geração Y, uma máquina de soluções criativas. Entender que cada geração é diferente e, mais do que isso, se motiva por motivos próprios, inerentes ao histórico de cada momento do mundo em que viveram, faz parte de todo o processo. Assim como estar aberto a aprender e ensinar, com uso de uma comunicação mais híbrida, respeitando a diversidade, pode ser um caminho desafiador, porém de grandes resultados.

A verdade é que não há como voltar atrás. A diversidade é uma realidade nas organizações e cada dia será mais frequente. E esta é uma excelente notícia: equipes de estilos e vivências diferentes, quando bem desenvolvidas, podem gerar mais soluções do que problemas.

E você? Em que geração está? Como se comporta ao novo? Como reage ao diferente de você? O convite está feito. Que tal começar pelo primeiro passo: a reflexão?

*JULIANA ALBANEZ é Personal & Professional Coach, palestrante e jornalista. Especialista em Comportamento, Liderança Feminina, Gestão Pública e Comunicação, Juliana já levou suas palestras, treinamentos e sessões de coaching para milhares de pessoas no Brasil inteiro. Suas apresentações já lhe renderam os mais positivos feedbacks, principalmente de pessoas que deram a volta por cima em suas vidas e carreiras, graças aos seus conceitos e ensinamentos. www.julianaalbanez.com.br

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