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Governança corporativa ajuda empresas a sair da crise

Modelo de gestão é caminho para atravessar período de “vacas magras” e perenizar o negócio

CAMORIM - foto Silvio Simões
Mais de cinco mil empresas baixaram as portas em Goiás no primeiro semestre de 2016, segundo dados da Junta Comercial do Estado (Juceg-GO). O número é quase 50% maior que o registrado no mesmo período do ano passado e reflete o acirramento da crise econômica. Em 2015, 8.214 empresas encerraram as atividades em Goiás – número quase 18% maior que 2014.

Diretor executivo da empresa de consultoria Fox Partners, Marcelo Camorim, afirma que estabelecer a governança corporativa é o caminho para que as empresas consigam atravessar o período de crise. “A profissionalização da gestão traz para as empresas um novo modelo de administração, mais competitivo, fazendo com que ela possa enfrentar novos mercados e a concorrência feroz”, explica Camorim, que tem 25 anos de experiência nas áreas administrativa/financeira e gestão.

Além de aprimorar o modelo de direção e afastar a crise, a governança corporativa também tem por objetivo levar transparência ao negócio, tanto para os sócios, quanto ao mercado e investidores. “Ela dirime conflitos entre sócios, acionistas e sucessores, a fim de perenizar a companhia”, lembra o especialista.

O executivo assumiu a presidência do Conselho Administrativo da Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares, de Goiânia, e implantou o processo de governança corporativa. A gestão profissionalizada reorganizou o quadro de funcionários da distribuidora e inseriu o sistema de meritocracia, com regras de conduta claras para os colaboradores, dentre outras mudanças.

“A empresa está mais ágil, competitiva e com custos operacionais reduzidos. Dessa forma, a prestação de serviços é exercida com mais eficiência, resguardando, contudo, a excelência no atendimento e a solidez da marca”, revela Marcelo Reis Perillo, integrante do Conselho Administrativo e um dos fundadores da Hospfar.

Camorim adverte que, durante o processo de implantação da governança corporativa, não é preciso afastar os atuais sócios da empresa. Pelo contrário, eles são importantes para consolidação do modelo. Porém, é necessário que os gestores abracem a ideia. “Se o proprietário desejar o projeto, será um sucesso, mas se ele não tiver a certeza de que é necessário à sua empresa, o projeto dificilmente irá adiante.”

Por fim, Camorim afirma que somente a mudança de gestão não é capaz de perenizar o negócio. Segundo ele, para se alcançar bons resultados, é preciso novos produtos, gestão profissional, meritocracia e pessoal capaz de executar os desejos de acionistas e sócios.

Crise nas empresas

Total de empresas abertas em 2015 (Jan/Jul) 9.774
Total de empresas fechadas em 2015 (Jan/Jul) 3.663

Total de empresas abertas em 2016 (Jan/Jul) 9.257
Total de empresas fechadas em 2016 (Jan/Jul) 5.349

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