Mandioca vira matéria-prima de ‘vinho’ produzido na Fatec Araçatuba
Alunos e professor do curso superior tecnológico de Biocombustíveis criaram bebida fermentada à base da raiz, com sabor semelhante ao do vinho branco de uvas chardonnay, frutada e cítrica, com teor alcoólico de fácil aceitação
O projeto foi supervisionado pelo professor Hildo Costa de Sena, que é engenheiro químico e já havia descoberto o potencial da mandioca para a fabricação de uma bebida fermentada durante a orientação de um trabalho de graduação no ano passado. Na ocasião, a raiz foi usada como matéria-prima para a produção de uma bebida destilada, conhecida como tiquira.
Sena descobriu que era possível modificar o processo para produção de aguardente, clarificando o líquido para torná-lo límpido. “Essa tecnologia ficou guardada comigo, até que eu encontrasse esses alunos para tirar a ideia do papel. O grande impulso foi participar do Desafio Inova”, conta.
Maçã e abacaxi
O resultado é uma bebida com sabor semelhante ao do vinho branco composto por uvas chardonnay, frutada e cítrica, que lembra maçã e abacaxi e tem um teor alcoólico de fácil aceitação (8%). A análise sensorial foi feita por um sommelier.
“O processo é demorado e exige vários cuidados. Nos baseamos em um protótipo com base na tiquira e agora conseguimos um resultado melhor, mas ainda temos de aprimorar”, diz Jean. Ele explica os ingredientes básicos: fécula de mandioca, água, enzimas para a quebra do amido e levedura de cerveja. “O produto tem validade de até seis meses.”
Agora, o grupo vai continuar testando melhorias para a bebida fermentada chegar a um grau alcoólico mais alto, de 12% a 14%, para que atinja as exigências da legislação e tenha maior durabilidade. A equipe também pretende estudar como patentear a bebida, antes de pensar em sua comercialização.
Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro Paula Souza administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos técnicos, sob a supervisão de uma Etec –, em mais de 300 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 213 mil estudantes nos Ensinos Médio, Técnico integrado ao Médio e no Ensino Técnico, para os setores Industrial, Agropecuário e de Serviços. Nas Fatecs, o número de alunos matriculados nos cursos de graduação tecnológica ultrapassa 77 mil.
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