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72% dos empresários de varejo e serviços aceitam cartões de crédito como meios de pagamento, mostra SPC Brasil e CNDL

Empresários pleiteiam a redução dos custos e prazos para receberem através de cartões. Dinheiro ainda é a opção mais recebida pelos comerciantes

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com empresários de todo o Brasil revela que mais de 70% dos empresários dos segmentos de varejo e serviços aceitam os cartões como meio de pagamento, seja de crédito (72,3%) ou de débito (70,1%). Ainda assim, o dinheiro físico segue como a principal opção oferecida pelas empresas, aceita por 96% dos entrevistados. Os cheques também aparecem no ranking, aceitos em 22,3% dos casos. Já as formas de pagamento online, como o PayPal, e tecnologias voltadas para esse tipo de venda, como o PagSeguro, ainda ocupam pequeno espaço no mercado, com 0,6% e 2,2% respectivamente.

Além do dinheiro ser um meio de pagamento oferecido em praticamente todos os estabelecimentos, é também uma das as principais formas de recebimento para 60,9% dos empresários, enquanto o cartão de crédito é mencionado por 51,5% e o de débito por 41,2%.

A pesquisa identificou que aqueles empresários que dão a opção de pagar com cartões enxergam tanto vantagens quanto desvantagens em oferecer o uso do cartão de crédito como meio de pagamento. As principais vantagens relatadas são: menor risco de inadimplência (47,8%), não ter que ir ao banco fazer depósitos (29,0%) e atrair novos clientes (23,6%). Já os pontos negativos são ligados às taxas das administradoras: aluguel da máquina (44,4%) e redução da margem de lucro devido às taxas pagas (33,2%). Há ainda 20,0% que dizem ter que elevar os preços para conseguirem pagar as taxas de administração e 19,7% citam a demora para receber o reembolso do valor vendido.

Cerca de dois em cada dez desses empresários (18,1%) admitiram estabelecer um valor mínimo para compras com esse meio de pagamento e 78,2% disseram não fazer. A prática de estabelecer o valor mínimo é vedada aos comerciantes, mas é a forma que encontram para se livrar dos custos dos meios eletrônicos de pagamento. Quatro em cada dez empresários que recebem através de cartões (41,9%) afirmam descontar o percentual que o cartão cobra sobre as vendas para o cliente que pagar em dinheiro à vista.

Já a prática de oferecer desconto para pagamento à vista é admitida por mais da metade dos entrevistados (59,1%), incluindo até mesmo aqueles que não aceitam cartões. Entre estes, o percentual médio de desconto é de 8,1%.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito, o número de transações com cartões cresceu 9,4% na comparação entre o primeiro semestre de 2016 e o mesmo período do ano anterior. “A tendência é que as transações com cartões de débito e crédito sigam crescendo. Em um momento em que o país tenta reencontrar o caminho do crescimento, focando principalmente nos aspectos macroeconômicos da crise, os gargalos microeconômicos poderiam dar mais eficiência às empresas, com benefícios também para consumidores”, afirma Honório Pinheiro, presidente da CNDL.

Redução de taxas e de prazos de recebimento: as principais demandas das empresas

Para suprir esses gargalos microeconômicos que prejudicam empresas e consumidores, as principais entidades dos segmentos de comércio e serviços pleiteiam no Congresso Nacional uma série de medidas.

Entre as principais medidas sobre o mercado de cartões de crédito, débito e assemelhados que estão sendo discutidas junto ao Governo e que poderiam contornar os inconvenientes e contribuir para o crescimento de seus negócios, os empresários elencam a redução das taxas e prazos de recebimento de 30 para 2 dias (mencionada por 44,3%); a isenção das taxas de administração cobrada dos estabelecimentos (44,3%); a redução dos custos de antecipação de vendas feitas no cartão de crédito (23,3%); e a cobrança de tarifa fixa sobre cada transação de cartão de débito (21,5%), além de outras.

Para esses empresários entrevistados, o consumidor também seria beneficiado, com preços melhores dos produtos (35,0%); mais opções de forma de pagamento (23,6%); a opção de pagar mais barato a depender da forma de pagamento escolhida (21,5%); e um maior número de estabelecimentos vendendo no cartão de débito (16,2%).

Para o presidente da CNDL, a exigência do consumidor por formas alternativas de pagamento, para além do dinheiro, é algo que veio para ficar. “Não é por acaso que entre as vantagens dos cartões os empresários sempre citam a atração de clientes. Todavia, esses empresários não ignoram as desvantagens. Reduzindo-se os custos associados aos cartões, o consumidor encontrará essas opções de pagamento em um número maior de estabelecimentos, além de ter os produtos barateados”, explica Pinheiro. “A possibilidade de oferecer descontos para pagamentos em dinheiro também traz ganho, fazendo que nem todo consumidor tenha que arcar com o custo dos cartões. Essas são mudanças que que caminham ao lado dos graves problemas macroeconômicos do país, que de fato merecem atenção, mas que favorecem o consumo e, assim, o crescimento da economia”, conclui.

Metodologia

A pesquisa ouviu 822 empresários dos ramos do comércio e de serviços nas 27 capitais e no interior do Brasil. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais e a margem de confiança de 95%.

Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

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