Inadimplência estabiliza em novembro com 58,5 milhões de brasileiros negativados, mostram SPC Brasil e CNDL
Em um ano, 1 milhão de brasileiros entraram nas listas de inadimplentes. Quase metade da população entre 30 e 39 anos está negativada
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o Brasil enfrenta dois movimentos distintos, que impactam o comportamento da inadimplência em direções opostas. “Se por um lado, a recessão dificulta a capacidade de pagamento dos consumidores, em virtude do desemprego e da inflação alta, por outro, a maior restrição ao crédito com juros ainda elevados e critérios de concessão mais seletivos, acaba impondo limites ao endividamento por parte dos brasileiros”, explica. “A menor variação da inadimplência vem acontecendo porque o consumidor, no geral, está se endividando menos, seja pela queda na confiança em cumprir com os compromissos financeiros no futuro, seja pela maior restrição ao crédito. Infelizmente, o cenário não está ligado, portanto, a uma melhoria da capacidade de pagamento das contas”, avalia Pinheiro.
Sudeste concentra maior número absoluto de inadimplentes
De acordo com o indicador, a região Sudeste concentra o maior número absoluto de consumidores negativados no país: 24,2 milhões de brasileiros, o que representa 37,37% da população adulta da região. A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 15,8 milhões de negativados, ou 38,82% da população. Em seguida, aparecem o Sul, com 8,1 milhões de inadimplentes (36,41% da população adulta), o Norte, com 5,4 milhões de devedores (46,42% do total da população residente) e o Centro-Oeste, que por sua vez, aparece com um total de 5,0 milhões de inadimplentes, ou 44,12% da população.
Quando analisado por faixa etária, é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em novembro, quase metade da população nesta faixa etária (49,59%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, perfazendo um total de 16,9 milhões, em número absoluto. Entre os jovens com idade entre 25 e 29 anos, 47,12% está negativada, assim como os consumidores com idade entre 40 e 49 anos (46,32% inadimplente). Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 29,44%, o que representa, em termos absolutos, 4,6 milhões de pessoas.
Dívidas diminuem 3,54 em novembro
O indicador do SPC Brasil e da CNDL também analisa o volume de dívidas em nome de pessoas físicas. Neste caso, a variação negativa foi de -3,54% na comparação anual - novembro deste ano frente ao mesmo mês do ano passado.
O setor de comunicação, que engloba atrasos em contas de telefonia, internet e TV por assinatura, foi o que mostrou a maior queda de dívidas em novembro. Na comparação anual, as pendências de pessoas físicas com o setor caíram -14,90%. “A queda significativa das dívidas com telefone e TV por assinatura, por exemplo, é reflexo de uma mudança de comportamento do consumidor, que está mais cauteloso na hora de contratar serviços que não são essenciais”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
As dívidas bancárias, que contemplam atrasos no cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros, caíram -2,35%. Já os atrasos no comércio apresentaram uma retração de -2,63%. O único setor que apresentou alta foi o de serviços básicos, como água e luz, cujo crescimento foi de 3,81% em novembro deste ano frente a novembro de 2015.
Já em termos de participação, considerando-se mais uma vez o total do Brasil, os bancos concentram a maior parte das dívidas existem no país: 48,24%. Em seguida, aparece o Comércio, com 20,31% desse total, e o setor de Comunicação (13,35%). Por fim, o setor de Água e Luz concentra 7,96% do total de pendências.
Metodologia
O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
Baixe o material completo e a série histórica em:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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