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No e Low Poo: você realmente conhece essas técnicas?

A tricologista Dra. Anna Cecília Andriolo fala sobre as tendências sob o olhar de uma especialista 


A era dos Youtubers e das atualizações constantes vindas de todas as direções, trazem à tona muitas informações anteriormente desconhecidas. Você com certeza já ouviu de alguém sobre as técnicas de no e low poo (que significam, respectivamente pouco e nenhum shampoo) e o co-wash (lavagem condicionante usada pelas adeptas ao no poo), que são as queridinhas das blogueiras de beleza e principalmente das meninas que estão passando pela transição capilar.

Os conceitos surgiram nos Estados Unidos através de Lorraine Massey, autora do livro O Manual da Garota Cacheada: O Método Curly Girl. Além de difundir as técnicas através de seu livro, Lorraine também montou junto com seu parceiro Denis da Silva (sim, um brasileiro!) a marca Deva Curl, voltada exclusivamente para o no e low poo, com produtos que não contém em sua composição certos ativos presentes nas marcas comuns como os sulfatos e os petrolatos e que, de acordo com os adeptos às técnicas, podem danificar nossos cabelos sem que saibamos.

De acordo com a dermatologista e tricologista Dra. Anna Cecília Andriolo, esse é um dos temas mais controversos no universo da dermatologia. "A ideia do no e low poo surgiu para atingir inicialmente a parte da sociedade com cabelos crespos e cacheados, que possuem naturalmente características que os tornam mais frágeis, secos e quebradiços do que os outros tipos de cabelo. Essa secura, inclusive, faz com que os cabelos tenham uma necessidade menor de serem lavados do que os cabelos lisos ou ondulados, que possuem uma oleosidade maior na raiz e nos fios", afirma a Dra Anna.

E é aí que entram as conhecidas técnicas. "Para esses casos, os shampoos não necessitam de agentes limpadores "fortes", visto que a oleosidade produzida é pequena. O que a indústria fez foi criar um shampoo com agentes limpadores mais fracos ("livres de sulfatos") que funciona bem nesses tipos de cabelo, porém nem sempre vai funcionar bem em quem tem cabelos e couro cabeludo oleoso", completa.

Ou seja, são métodos eficazes, mas que exigem um certo cuidado na hora de serem utilizados, já que, em casos de cabelos oleosos, podem não alcançar a eficácia pretendida e não limpar adequadamente o couro cabeludo. Diferente do que pensam, os sulfatos não são agentes ruins e é certificado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que não há potencial carcinogênico na substância. Os sulfatos nada mais são do que agentes limpadores que provocam espuma e removem a sujeira a oleosidade do couro cabeludo. A Dra. Anna explica que o que muda é o grau de força desses limpadores, que podem variar de acordo com a necessidade de cada fio, não significando necessariamente que o agente fará mal à saúde do cabelo.

Por outro lado, os métodos de no e low poo também não fazem mal para a saúde dos cabelos, inclusive há uma grande comunidade adepta às técnicas e que faz utilização apenas de produtos "liberados" ou naturais na limpeza do couro cabeludo. Atualmente existem dezenas de produtos voltados para as técnicas e de receitas caseiras que ensinam a fazer a limpeza sem o uso de produtos químicos. "A única recomendação é que se fique atento ao seu tipo de cabelo antes de optar pelo no poo ou low poo, já que esses procedimentos podem não ser efetivos em todos os casos, devendo-se sempre seguir aquilo que é mais adequado para cada tipo de fio", ressalta.

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