Zoom Boom: Fenômeno moderno incentiva busca por cirurgias plásticas e procedimentos estéticos
A obrigação do encontro com a autoimagem motivou
comportamento do descontentamento com a própria imagem vista nas
videochamadas, acarretando nessa busca demasiada por cirurgias plásticas.
Especialistas alertam que é preciso diferenciar os motivos que levam aos
procedimentos para alterar a aparência.
O encontro diário com a própria imagem
na nova rotina de home office estimulou um frenético movimento de pacientes em
busca de cirurgias plásticas na região do rosto e cabeça, durante a pandemia do
novo Coronavírus. São pessoas que no dia a dia não estavam
acostumadas ao encontro com a autoimagem com muita frequência,
mas que se viram obrigadas a esse novo hábito, devido a maior necessidade de
videochamadas diariamente, onde o olhar vai direto para a autoimagem na
tela. O comportamento pode fomentar o novo fenômeno chamado de Zoom Boom,
que faz parte na nomenclatura moderna e, de acordo com especialistas,
trata-se do descontentamento com a própria imagem vista nas videochamadas,
acarretando nessa busca demasiada por cirurgias plásticas, mas que deve ser
observado com cuidado pela real necessidade desses procedimentos
estéticos.
As cirurgias plásticas e outros
procedimentos estéticos na região da cabeça e do rosto são os mais estimulados
pelo Zoom Boom, já que é a parte que evidenciada nas reuniões online com
vídeo. O termo "otoplastia", por exemplo, teve uma busca maior
na internet de aproximadamente 700% entre junho do ano passado e agora,
implante capilar cresceu 300%, no mesmo período. O cirurgião plástico Mauro
Speranzini explica que esses pacientes muitas vezes já apresentavam algum grau
de insatisfação com a região a ser modificada, mas que por não se defrontar
tanto com ela, acabava deixando passar. "Isso nos faz perceber que se
talvez tivéssemos um espelho nas mãos durante todo tempo, refletindo nossa
imagem, arrumaríamos uma porção de imperfeições no próprio corpo", diz
Speranzini.
O fenômeno moderno afeta tanto
mulheres como homens, que se descobriram insatisfeitos com alguma parte do seu
rosto ou cabeça. O aumento ocorreu em procedimentos nas orelhas, nariz,
implante de cabelos e sobrancelhas e na correção dos efeitos da idade, como
aplicação de botox e preenchimentos. O Dr. Speranzini alerta que é muito
importante que o paciente faça uma análise da real necessidade por esses
procedimentos, já que fatores como a exaustão causada pelas incertezas da
pandemia, ansiedade e insatisfação profissional, podem incentivar essas pessoas
a buscarem compensações com potenciais arrependimentos mais tarde. "O
importante é que o desejo e a necessidade da realização de uma cirurgia
plástica venham de dentro da pessoa, da vontade de melhorar sua autoestima, de
se cuidar, de aparentar jovialidade e não para agradar outras pessoas ou curar
outras insatisfações", orienta o médico. Ele alerta que o paciente deve
conversar com seu médico, que será mais preciso em diagnosticar a carência da
intervenção cirúrgica.
Cirurgias
na pandemia - motivações
O segmento estético cresceu durante a
pandemia devido a fatores como o Zoom Boom e outras alterações sociais que
motivaram ou influenciaram a procurar por cirurgias e procedimentos
relacionados à beleza e autoestima, como os hábitos de consumo da classe média,
acostumada a investir em viagens, passeios, vestuário, entre outros, precisou
mudar de interesses com os fechamentos atribuídos à pandemia e, desta forma,
muitos direcionaram essa verba para cuidar da aparência. Além disso, o
home office proporciona melhores condições de recuperação, com menor interação
social e sem a necessidade de deslocamentos, além de horários mais
flexíveis. "Muitos dos nossos pacientes, relatam que já tinham o
desejo da realização de alguma cirurgia, mas estavam impedidos por outros
compromissos profissionais e ou financeiros e perceberam a oportunidade com a
mudança da rotina durante a pandemia", destaca Speranzini.
Prevenção
da Covid-19
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