Como os indicadores econômicos impactam nos investimentos?
*Por Gian Montebro, assessor de investimentos da iHUB
Ao falar de investimentos é fundamental levar em consideração alguns dos principais indicadores na hora de aplicar o seu dinheiro. Afinal, os indicadores macroeconômicos, por exemplo, ajudam na hora da tomada de decisão na compra de ações de empresas em determinados setores.
Os principais indicadores econômicos,
como o PIB, desemprego e a inflação impactam de forma direta nos investimentos,
visto que a partir da divulgação de tais dados, os investidores montam e
desmontam suas posições, trazendo volatilidade nos mais diversos ativos
negociados não só na B3, mas em outras bolsas do mundo.
PIB
Recentemente, diversas casas de research
- empresas que oferecem relatórios e análises do mercado financeiro - têm
revisado um indicador de suma importância, o PIB, que está segundo a direção
vertical, com o crescimento. Devido ao início do ano incerto, e a economia
sendo bruscamente atingida pela segunda onda da covid-19, essa revisão tem sido
feita, visto que a expectativa era de um crescimento bem menor do que de fato
está acontecendo.
O avanço inesperado das vacinações e,
consequentemente, o fim das restrições e algumas importantes reformas no radar,
as revisões não param de acontecer e todas elas para cima. Um movimento brusco,
de aproximadamente 3% para quase 6%, resultando em um aumento de 100% - uma
diferença enorme. Com o “reopening”, ou reabertura, a tendência é que o consumo
volte a crescer, beneficiando as empresas varejistas e/ou ligadas aos Shoppings
Center, desta forma, o segundo semestre pode ser marcado por um desempenho
positivo.
Taxa de desemprego
Com a pandemia da covid-19, a taxa de
desemprego é um indicador de destaque desde o início de 2020, geralmente, em
uma recessão ele tende a ser a última variável a se mexer, pelo fato das verbas
de rescisão serem extremamente onerosas aos empregadores. Por outro lado,
quando a economia retoma o crescimento, as empresas demoram a contratar, esperando
que o crescimento se confirme.
Como exemplo, o Payrool, indicador que
divulga a folha de pagamento nos Estados Unidos, é disparado como o indicador
mais aguardado por todos os grandes investidores do mundo, toda primeira
sexta-feira do mês. A partir da divulgação desse dado que mostra se houve
geração de emprego no período, é possível que a economia esteja aquecida, e com
o consumo, há o aumento do PIB, movimentando assim as bolsas ao redor do
mundo.
A relação entre o índice de exportações
e a valorização do real
Ao se tratar de uma valorização da nossa
moeda, a ligação é direta e, consequentemente, a desvalorização do dólar.
Empresas exportadoras tendem a sofrer com as margens de lucro caindo, no setor
de commodities, por exemplo, as ações da Suzano e Klabin inclinam-se a perder
valor de mercado na bolsa, devido a valorização do real, visto que são grandes
exportadoras.
Aumento da taxa Selic e a poupança
Mesmo com o aumento da Selic, saindo de
2% para 4,25% ao ano, a poupança - que é uma modalidade de investimento -,
continua sendo uma má ideia, visto que ela rende apenas 70% da taxa básica de
juros. Com a inflação acumulada de quase 8% nos últimos 12 meses, a Selic está
abaixo de 9%, logo a rentabilidade da poupança está inferior à inflação.
Taxa de câmbio e o preço da moeda
nacional
A variação cambial é a oscilação de
valores entre as moedas, como o real e dólar. Quando o dólar está mais forte,
as exportações são favorecidas, a tendência é que haja uma maior entrada dessa
moeda no país. Esse tipo de situação pode desencadear uma inflação na economia,
por exemplo.
A taxa de câmbio também pode impactar na
cotação das ações na bolsa de valores, no nosso caso onde o real é mais fraco,
há uma propensão de sofrermos variações mais bruscas. A B3 tem diversos ativos
atrelados, desta forma, essa variação pode impactar na rentabilidade e
desempenho dos papéis.
Como funciona o Ibovespa
O Ibovespa é o índice da bolsa de
valores de São Paulo, considerado o principal indicador de desempenho médio das
ações listadas na B3. De modo prático, ele é uma carteira de ações teórica de
ações que contém os ativos que movimentam os maiores volumes de negociação,
cerca de 80% do total. Alguns exemplos de ações: Petrobrás (PETR4), Vale do Rio
Doce (VALE3) e Banco do Brasil (BBAS3).
O índice é reavaliado a cada quatro
meses. Além disso, o IBOV - sigla, é considerado o bechmark, ou seja, o
processo de estudo de concorrência da renda variável. Caso o investidor tenha
uma carteira de ações que está acima do Ibovespa, significa que ela está
performando melhor que o próprio índice.
Gian Montebro, é assessor de investimentos na iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, já atuou como Day Trader por sete anos.
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