Mercado financeiro fecha 1º semestre com mais entrada de capital estrangeiro
B3 bate recorde com a injeção de capital estrangeiro; mercado prevê Selic a 6,5%; Ibovespa pode atingir a casa de 145 mil pontos, até o final do ano
Guilherme Ammirabile é assessor de investimentos
da iHUB
Divulgação
No primeiro semestre de 2021, a B3
registrou uma entrada recorde de estrangeiros na bolsa de valores. Eles
injetaram cerca de R$48 bilhões, o que representa quase 50% na bolsa.
Para Guilherme Ammirabile, assessor de
investimentos da iHUB, mesmo com esse fluxo nos seis primeiros meses do ano, é
importante salientar que o Brasil deve receber um fluxo maior de capital
estrangeiro quando voltar a receber o grau de investimento, visto que ano
passado houve uma retirada da B3 de R$31,8 bilhões - o pior resultado da
história. “Os estrangeiros entraram devido a melhora das expectativas de
crescimento do país e também com a surpresa no primeiro trimestre de 2021 -
momento mais agudo da pandemia, aliado ao prosseguimento das reformas, o que
diminuiu o risco no Brasil, e os ativos de riscos voltaram a subir”, comenta.
Entre os benefícios do fluxo estrangeiro
estão a melhora na percepção da economia brasileira, além da confiança para o
empresário escalar, tornando-o mais disposto a investir e gerando mais
empregos, aquecendo a economia.
Ibovespa
A projeção de alguns analistas é que a
bolsa de valores alcance a marca de 145 mil pontos, porém, isso não significa
que o caminho será tranquilo, visto que quando o assunto é a bolsa, ainda mais
no Brasil, a volatilidade está atrelada na maioria das vezes.
Ammirabile explica que alguns aspectos
políticos podem impactar nesse resultado, como a reforma tributária e
administrativa. “Se não conseguirmos passar por essas reformas, as chances são
menores para que a bolsa atinja esse patamar. Outro fator que pode interferir é
a corrida eleitoral para 2022, tema no qual já vem ganhando espaço no mercado
financeiro”, comenta.
O índice encerrou 2020 com 119 mil
pontos, hoje já está na casa dos 127 mil pontos, resultando em uma valorização
de aproximadamente 7%. No começo de junho, o Ibovespa atingiu seu pico,
chegando aos 131 mil pontos.
Dólar
No começo de março, a moeda americana
atingiu o maior patamar do semestre, chegando na casa dos R$5,83, o que foi
motivado pelo avanço da segunda onda da covid-19 no Brasil. Já a mínima foi de
R$4,92, no final de junho, devido a perspectiva de um aperto monetário mais
robusto por parte do Banco Central, elevando 0,75 pontos percentuais da taxa
Selic, atingindo 4,25% ao ano.
Com uma taxa de juros mais alta, os
investidores estrangeiros são atraídos, o que pode derrubar a cotação do dólar.
“O andamento das reformas, a vacinação ganhando tração e o Banco Central sendo
duro na inflação faz com que a percepção de risco no país caia, resultando em
um fluxo de entrada de estrangeiros. Desta forma, o dólar tende a recuar, isso
se o risco político e a reforma tributária permitirem”, explica o assessor de
investimentos da iHUB.
Real
Apesar de ter começado o ano com uma
forte depreciação, por conta de novos temores de uma segunda onda do novo
coronavírus, a moeda brasileira fechou o primeiro semestre com uma valorização
de 4,13%. Esse resultado é fruto de uma melhora das perspectivas de crescimento
do país, após o PIB do primeiro trimestre ter surpreendido positivamente.
Taxa Selic
Segundo o último boletim focus do Banco
Central, a Selic deve fechar o ano acima de 6,5%. Já a XP Investimentos projeta
uma taxa de 6,75%.
O aumento dos preços, principalmente das
commodities e da energia elétrica, além de uma retomada acentuada da demanda
interna fizeram com que a inflação persistisse. Desta forma, os economistas
reviram as projeções da SELIC para um patamar mais elevado, tentando conter a inflação.
“A situação hídrica deve continuar
pressionando os preços da energia elétrica. Essa situação deverá forçar a
inflação, pois toda cadeia produtiva é impactada e esse custo é repassado ao
consumidor final. Já as commodities, que foram os principais vilões da inflação
no primeiro semestre, tiveram um arrefecimento nos preços, aliviando assim um
pouco a pressão inflacionária”, comenta Ammirabile.
Abaixo, confira como foi o desempenho no
primeiro semestre de outros índices e opções de investimentos:
- Ouro: -7,04%
- IGP-M: +15,08%
- IPC-A: +3,71%
- CDI: +1,27%
- Poupança: +0,88%
Sobre iHUB Investimentos
A iHUB Investimentos é uma empresa
especializada em assessoria de investimentos credenciada à XP Investimentos.
Possui mais de 2,5 mil clientes, somando mais de R$1 bilhão ativos sob
assessoria. Saiba mais em: https://ihubinvestimentos.com.br/
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