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Os caminhos do pagamento no E-Commerce

(*) Luciano Furtado C. Francisco

Divulgação
Tudo que um lojista virtual deseja é que os visitantes de seu e-commerce incluam produtos no carrinho virtual e cheguem até uma página com um aviso de “pedido realizado”, na qual esse pedido ganha um número. Significa que ele converteu, ou seja, o visitante da loja fez o que dele se desejava. Para chegar até a página de pedido realizado, antes esse cliente clicou num botão de pagar, depois de ter selecionado a forma de pagamento. Dependendo dessa forma, inseriu mais alguma informação e confirmou. 

Mas o que ocorre nesse momento? É importante o lojista entender quais os processos que acontecem nesse clique de confirmação, quanto ao pagamento. Ele influencia em quase tudo, desde a logística, passando pelo banco de dados, financeiro e na comunicação com o cliente. É isso que vamos entender. 

O primeiro passo é a plataforma criar um pedido, atribuir-lhe um número e torna-lo em status realizado(ou confirmado, depende da plataforma). Na sequência envia um e-mail ou mensagem de aplicativo para o cliente o informando disso, junto com o número do pedido. Em muitos e-commerces o próximo passo é uma verificação antifraude. Caso essa verificação retorne dando conta que é baixa a possibilidade de ser fraude, passa-se à etapa de pagamento. 

E no pagamento, o que ocorre? Nesse passo a plataforma se comunica com vários sistemas externos dos atores financeiros envolvidos no sistema. Os primeiros são os adquirentes, ou melhorempresas como Rede, Cielo, Stone, GetNet, entre outros. Eles se comunicam com as bandeiras de cartão e os bancos emissores para processar as transações. Se a compra é aprovada, é responsável por receber o dinheiro do banco e transferir ao comerciante, geralmente em trinta dias. No mundo físico são as empresas que fornecem as “maquininhas”. 

Depois entram em campo as bandeiras dos cartões de crédito como Visa, Mastercard, Dinners, Elo, Amex, que regulam o mercado de cartões e o seu uso. Por exemplo, é a bandeira que determina o número de parcelas em que a compra pode ser dividida e estabelecimentos em que é aceita. Eles se comunicam com os emissores, sendo a ponte entre a loja e as instituições emissoras. 

Na sequência vêm os emissores, bancos e outras instituições que emitem os cartões. No caso de cartão de crédito é quem concede o crédito ao comprador. Autorizam ou não a compra, dependendo do valor e limites de crédito do comprador. Se a compra é autorizada, reserva o valor na conta do comprador e faz a captura (cobrança da transação) e repassa esse valor ao adquirente em torno de 27 dias. 

Portanto, quando a plataforma de e-commerce vai processar o pagamento tem de se comunicar primeiro com as adquirentes. Mas essa integração técnica é diferente para cada adquirente, o que demanda bastante trabalho para o lojista. Por isso existem dois outros atores: o subadquirente e o gateway de pagamento 

O subadquirente, também chamado de intermediador de pagamento, faz a comunicação da loja virtual com as adquirentes, poupando trabalho do lojista, pois basta este contratar um intermediador e este já terá as integrações com as várias adquirentes. Também faz a liquidação dos recebíveis junto aos lojistas e verificações antifraudes. A taxa por transação é mais cara que se houvesse a comunicação direta com o adquirente, mas isso é se compensa pelo menor trabalho do lojista, especialmente os pequenos e-commerces. O subadquirente já tem integração com as várias adquirentes e o lojista não precisa se preocupar com isso, além de contar normalmente com sistemas antifraude. 

Já o gateway de pagamento basicamente faz o mesmo que o subadquirente, mas com algumas diferenças: enquanto os intermediadores assumem os riscos da operação e dispensam o lojista de fazer as integrações com as adquirentes, os gateways proporcionam uma ligação direta com os adquirentes, o que exige que o lojista faça contrato com cada uma delas, faça as análises antifraudes e faça a conciliação de pagamentos; por outro lado a transação é mais rápida e as taxas costumam ser menores para o lojista. 

Assim, para pequenas e médias lojas virtuais, o intermediador é o mais indicado. Já para operações maiores, os gateways se mostram opções mais adequadas. 
 
(*) Luciano Furtado C. Francisco é professor do CST Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário UNINTER 

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