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Rede de escolas desconstrói padrão de educação atual

Projeto pedagógico da rede mineira Escola da Serra estimula a autonomia e o protagonismo dos estudantes na construção do conhecimento

Guilherme Guimarães
Inspirada pelas escolas mais inovadoras do mundo, a Escola da Serra, rede de educação básica de Belo Horizonte (MG), que possui novas unidades em Pouso Alegre (MG) e São Paulo (SP), vem trilhando um caminho diferenciado na formação das novas gerações.

Atenta aos desafios do século 21, a escola desconstrói o padrão de educação atual, que tradicionalmente reserva ao estudante um papel passivo no processo de aprendizagem. Seu trabalho se concentra, há 17 anos, em transformar o aluno (do ensino infantil ao médio) em protagonista na construção do seu conhecimento, com estímulo forte e contínuo à autonomia, o que leva o indivíduo não só a reter o conhecimento como também aprender a aprender. 

“O Brasil e o mundo estão carentes de escolas com modelos realmente inovadores. Em nosso país, existem pouquíssimas marcas cujo propósito seja diferente da educação tradicional. Temos uma grande massa de escolas, mas elas estão ultrapassadas”, afirma Pedro London, sócio da Escola da Serra. 

Para dar vida a esse novo jeito de pensar a educação, a Escola da Serra adota mecanismos que a colocam na vanguarda da preparação de indivíduos capazes de enfrentar um mundo cada vez mais desafiador. Isso sem deixar de atender às recomendações da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC. 

No lugar do professor tradicional, que atua por disciplina, professores orientadores dedicados a um conjunto de áreas de conhecimento e professores tutores auxiliam os alunos nos estudos, cujo cronograma de execução é elaborado com a participação direta dos próprios estudantes. Com o apoio dos tutores, eles definem a maneira mais adequada de estudar e cumprir as responsabilidades assumidas. 

As conhecidas salas de aulas não existem. O estudo diário ocorre em imensos salões e de forma interativa, com grupos de quatro alunos a cada mesa. Antes de consultar o orientador ou o tutor, os estudantes esgotam as dúvidas entre eles ou por meio de várias ferramentas disponibilizadas.

Em respeito à individualidade e ao ritmo de cada pessoa, a Escola da Serra dispensa o ensino por série anual. Prefere ciclos de aprendizado. O período que abrange o Ensino Fundamental, por exemplo, é dividido em três ciclos de conhecimento com três anos cada um. 

A grade curricular é ampla. Além de municiar o aluno com todo o conhecimento exigido pelo MEC, assim como qualquer escola, e prepará-lo para os exames vestibulares e Enem, contempla atividades como yoga, capoeira e aikidô, práticas que, ao contrário do que se observa no mercado educacional, têm a mesma relevância dos demais conteúdos. Reúne ainda conhecimento sobre cidadania (direito, política) e projeto de vida, que passeia pelo empreendedorismo e as diversas formas de promovê-lo. 
As provas e notas habituais também estão fora do projeto pedagógico da Escola da Serra.

A tradicional “decoreba” cede lugar a avaliações que levam em consideração todo o processo de aprendizagem, as dúvidas levantadas e as soluções encontradas. O aluno precisa demonstrar que o conteúdo foi assimilado com consistência e sem lacunas. E isso pode ser realizado de diversas formas, como por meio de uma apresentação ou projetos propostos pelos próprios alunos, dentre outras. 


O espaço físico é outro elemento igualmente priorizado no trabalho de formação do aluno. Além de oferecer dois mil metros quadrados de área livre e arborizada, a escola abriga no total cinco salões de estudos, um laboratório, um auditório, duas quadras (coberta e descoberta) e dois pátios amplos. 
A visão inovadora da Escola da Serra já lhe rendeu o reconhecimento pelo Ministério da Educação como “Referência para a Inovação e a Criatividade na Educação Básica do Brasil”. 

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