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Modalidades novas nas Olimpíadas e a representatividade brasileira

(*) Fernanda Letícia de Souza

Divulgação
A delegação brasileira chegou a Tóquio com 302 atletas classificados para a disputa de 35 modalidades, 12ª maior delegação desta edição das Olimpíadas. Apesar de um time mais enxuto em relação aos 465 atletas participantes da edição anterior, o Brasil embarcou rumo ao Japão com a perspectiva de superar o número recorde de 19 medalhas conquistadas, graças, em parte, às modalidades estreantes, com destaque para o skate e o surfe. 
 
Para entrar no programa olímpico, a modalidade do esporte tem que atender a alguns critérios estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). É considerado olímpico aquele esporte praticado por homens, no mínimo, em 75 países e em quatro continentes e pelas mulheres em, no mínimo, 40 países e em três continentes. Além disso, é necessário que o esporte seja regido por uma Federação Internacional, siga as regras do Código Mundial Antidoping, respeite a Carta Olímpica, seja atrativo para os meios de comunicação, tenha relação com o país sede, apresente igualdade de gênero e apelo da juventude. 
 
E foi com base neste último critério e de posse de estudos que apontavam uma relevante perda de audiência das transmissões das Olimpíadas do público com menos de 18 anos, que o COI decidiu incluir no programa de Tóquio esportes que tem boa popularidade entre o público jovem como skate, escalada esportiva e surfe, além do beisebol/softbol e do caratê, este último com grande apelo de identificação com a população japonesa.  
 
As modalidades estreantes trouxeram ao Brasil a conquista de medalhas com “veteranos atletas” estreantes em Olímpiadas. O surfe masculino deu ao país a tão almejada medalha de ouro olímpica. Com dois representantes de peso, ambos com títulos mundiais, o país marcou presença nas duas semifinais da competição com Gabriel Medina e Ítalo Ferreira. Foi no peito de Ítalo, surfista do Rio Grande do Norte, que a medalha de ouro brilhou, confirmando o favoritismo brasileiro e popularizando ainda mais a prática do surfe no Brasil. 
 
No skate, o Brasil também ficou entre os favoritos e ganhou duas medalhas de prata. No masculino, Kelvin Hoefler fez o Ariake Sports Urban Park ferver sob o sol de quase 40 graus com manobras radicais que lhe renderam o segundo lugar no pódio. No feminino, nossa “fadinha” Rayssa Leal manteve o país acordado durante toda a madrugada numa corrente de energia positiva para que suas asas mágicas lhe levassem até o topo. Descontraída e se divertindo, como deve ser, Rayssa encantou o mundo com suas manobras e as dancinhas entre uma apresentação e outra. No auge de seus 13 anos de idade, ela representou de forma brilhante a mulher brasileira que desde cedo corre atrás de seus sonhos e provou que skate é coisa de mulher sim. 
 
A torcida é para que as modalidades estreantes permaneçam no programa olímpico e que nossos atletas possam encantar novamente em Paris (2024) e Los Angeles (2028). Iniciaram a jornada olímpica com medalha no peito e brilho de sobra. 
  
(*) Fernanda Letícia de Souza é especialista em Fisiologia do exercício e prescrição do exercício físico e professora da área de Linguagens Cultural e Corporal nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter

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