Por que é preciso democratizar o acesso às soluções tecnológicas para pequenos e médios restaurantes?
*Felipe Maia Lo Sardo, CEO da Goomer
Não é novidade para ninguém que o comportamento das pessoas está cada dia mais digital e que ferramentas tecnológicas que facilitam a nossa rotina são cada vez mais utilizadas. No mercado de foodservice, a pandemia acelerou a transformação digital que já vinha acontecendo. Hoje, a oferta de tecnologia simples, fácil, descomplicada e acessível é mais do que necessária para apoiar o setor, principalmente os bares e restaurantes de pequeno e médio porte.
Segundo dados da Food Consulting, existem hoje no Brasil cerca de 1 milhão de estabelecimentos foodservice, que são bares e restaurantes de alimentação fora de casa. É um mercado grande, que representa 16% do volume total de empresas no País. Desse 1 milhão de estabelecimentos de food service, cerca de 95% são pequenos e médios negócios.
Um consumidor de foodservice é a mesma pessoa que usa um banco online e que realiza compras na internet, por exemplo. É um consumidor cada vez mais digital e que está acostumado a usar tecnologia para ter acesso a produtos e serviços. Está acostumado a ter o poder de compra e tempo de decisão na mão dele. Por isso, se os pequenos e médios estabelecimentos não se adaptam a essa demanda e comodidade , acabam não entregando a experiência que as pessoas já estão acostumadas. A consequência disso é a perda de mercado para quem já oferece experiências mais conectadas. Mas quais são as ferramentas digitais que são minimamente necessárias para uma empresa foodservice alcançar e atender a esse cliente tanto fora da loja, no delivery, quanto dentro da loja?
Estar nas redes sociais parece óbvio, mas é o primeiro passo básico mais importante para um estabelecimento. Atualmente, ter presença digital é imprescindível para atrair clientes e se relacionar com eles. Hoje, 35% do fluxo de pedidos na nossa plataforma de delivery, por exemplo, são provenientes do Instagram, ou seja, um restaurante precisa estar minimamente com as informações claras e atualizadas no Google e no Instagram, pois a plataforma se tornou uma grande ferramenta de busca de restaurantes.
O segundo passo é ter um canal digital proprietário para que o cliente possa fazer o seu pedido. Dessa forma o restaurante não fica dependente de um marketplace para gerar tráfego e fica livre das taxas altas cobradas por essas plataformas. Esse ponto é muito importante pois corta esse custo e gera economia para o pequeno e médio estabelecimento, que já sofre muito em relação à margem de lucro. Pode ser tecnologia para pedidos via WhatsApp que permita uma boa experiência para o cliente, com customização de pedido e cardápio digital, por exemplo.
E em terceiro, é olhar para a operação dentro da loja. No estabelecimento físico, é importante usar soluções tecnológicas para otimizar o atendimento, como pedidos via smartphones, tablets na mesa ou totens. E além disso, criar uma forma de captar um contato do consumidor, seja por meio de algum programa de fidelidade, cupons, entre outras. Assim, o restaurante pode usar essa base de contatos para criar campanhas que o ajudarão a trazer o cliente de volta mais vezes.
Democratizar o acesso às soluções tecnológicas para estabelecimentos de todos os portes é necessário para que eles possam estar preparados para oferecer a experiência de atendimento que os clientes esperam, além de otimizar a sua operação e fazer crescer o seu negócio. É bom para o os bares e restaurantes e para todo o setor.
*Felipe Maia Lo Sardo é CEO da Goomer, startup de tecnologia para restaurantes, mais conhecida pelos cardápios em tablets, totens de autoatendimento e, no último ano, pelo GoomerGo, a plataforma de delivery com versão gratuita que já foi utilizada por mais de 100 mil negócios. Engenheiro de Controle e Automação, há 7 anos fundou a Goomer com o propósito de ser o braço direito de tecnologia dos restaurantes no atendimento, vendas e relacionamento com os clientes.
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