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Tratamento experimental para câncer pode evitar até 40% das amputações de reto

Estudo avalia também a viabilidade desta opção terapêutica para uso rotineiro no Sistema Único de Saúde

Um estudo realizado no Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho - Vila Santa Catarina, organização sob a gestão da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, está avaliando se uma abordagem, chamada de terapia neoadjuvante total (TNT), pode melhorar os resultados no tratamento de câncer de reto e reduzir a necessidade de cirurgia com colostomia definitiva. O projeto, que faz parte do PROADI-SUS, estuda também a viabilidade da implementação da terapia na rede pública. 

“Além de aumentar a qualidade de vida do paciente, a terapia neoadjuvante total colabora para a sustentabilidade do sistema de saúde por evitar cirurgias radicais no reto, e, consequentemente, reduzir os custos com internações e outras complicações”, explica Diogo Bugano, coordenador do projeto e do Serviço de Oncologia do Hospital Vila Santa Catarina. Embora alguns centros já façam uso da terapia neoadjuvante total, poucos têm a expertise para identificar e acompanhar os pacientes que, após o tratamento, podem seguir sem a necessidade de cirurgia.

O tratamento convencional consiste em quimioterapia associada à radioterapia, seguida de um intervalo de recuperação de 2 a 3 meses, cirurgia e, então, entre 3 e 6 meses de quimioterapia. Usando este protocolo, 20% dos pacientes não necessitam de cirurgia. No caso do TNT, uma quimioterapia altamente potente é realizada neste período entre o término da radioterapia e a avaliação para cirurgia, levando à maior redução do tumor. Com isso, acredita-se, até 40% dos pacientes não necessitarão de cirurgia e haverá, portanto, menor risco de colostomia definitiva.

O estudo já contou com a participação de 32 pacientes entre 40 e 70 anos e tem o objetivo de avaliar até 150 pacientes nos próximos anos. 

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