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Uma nação se faz com homens e livros

(*) Cícero Manoel Bezerra

Divulgação

O escritor Monteiro Lobato disse certa vez: “uma nação se faz com homens e livros”, citando a importância da leitura para que uma sociedade seja equilibrada e tenha sua identidade social construída de forma ordeira. Ele também estava falando a respeito do desenvolvimento da nação brasileira e da construção da autonomia intelectual das pessoas.

Me parece que as pessoas são manipuladas com informações errôneas devido ao fato de terem pouca compreensão dos fatos. De forma ampla e abrangente, as pessoas precisam entender os diversos interesses que estão por trás dos fatos, sejam interesses financeiros, de poder, de manipulação, e até mesmo de compromisso com a maldade. Acredito que as estruturas da sociedade estão corrompidas por aqueles que exercem o poder. Sendo assim, problemas básicos do nosso povo não são atendidos, a saúde é precária, as desigualdades são crônicas, e tudo isso resulta em sofrimento que poderia ter sido evitado com força de vontade e bondade.

Um país como o Brasil, de dimensões continentais e uma riqueza natural preciosa não só para nós, mas para o mundo, apresenta produções de grãos aos recordes a partir de cada safra, produção de carne bovina, aves e suínos para atender boa parte do planeta, ao mesmo tempo em que determinados setores de sua população passam fome. Isso ocorre devido à falta de políticas públicas que possibilitem a implementação de ações em prol daqueles que não têm voz e nem oportunidade para ocupar seus espaços sociais como cidadãos.

Quando se fala em falta de oportunidade, a relação é muito direta com o estudo. Na minha opinião, mais dominados e explorados serão aqueles que estão longe dos livros, que não aprendem a buscar conhecimento. Livros capacitam os indivíduos a reunirem as mais diversas informações para elaborarem argumentação e se posicionarem de acordo com seus direitos. Livros demonstram a grandeza e pujança do nosso país, apontam o caminho para o desenvolvimento, abrem possibilidades para as pessoas mudarem de vida e alcançarem novos patamares da cidadania.

Desejo que o desenvolvimento da nação brasileira não seja só uma promessa, mas que seja pautado no acesso ao que é básico para a sobrevivência e aliado à construção da autonomia intelectual dos brasileiros. E para isso as pessoas precisam ter acesso a livros, sim, e também ter a mesa farta e conforto, no mínimo. Desejo que os direitos de cada cidadão apontados na Constituição de 1988 sejam respeitados a partir de ações concretas, e que os governantes estejam comprometidos com os compromissos que os elegeram, dedicando-se para que o Brasil seja, de fato, uma nação de homens e livros.

(*) Cícero Manoel Bezerra é doutor em Teologia e coordenador dos cursos da Área de Humanidades do Centro Universitário Internacional UNINTER

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