Estudo inédito aponta que seis em cada 10 cuidadores familiares no Brasil já tem 50 anos ou mais
Realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida,
pesquisa é um retrato sobre as percepções e os desafios de 2.534 cuidadores do
país
São Paulo, setembro de 2021 - O Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL)
e a Veja Saúde, com o apoio da Novartis, lançam hoje, dia 14 de setembro, o
estudo “Cuidadores do Brasil”. Entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, foi
realizada uma pesquisa quantitativa online que trouxe as percepções e
realidades de 2.534 cuidadores (2.047 familiares e 487 profissionais) de todas
as regiões do país. Entre os destaques desse retrato inédito, estão que seis em
cada dez participantes do estudo têm pelo menos 50 anos – e 27% deles tem 60
anos ou mais. E mais: 90% dos entrevistados tiveram que assumir o papel de
cuidador por ser o parente mais próximo e não dispor de condições financeiras
para contratar um profissional. Além disso, neste universo, as mulheres são a
maioria: dos cuidadores familiares, são 83%; entre os profissionais, 91%.
“Ganha corpo uma geração de brasileiros
com mais de 50 anos cuidando de idosos, que nem sempre podem dar a devida
atenção às suas próprias necessidades de saúde. O estudo aponta que já passou
pela cabeça de 46% desses familiares renunciarem à atividade, mas apenas 3% o
fizeram. A saúde mental dessas pessoas também deve ser um ponto de atenção”,
alerta Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida e
idealizadora do estudo.
Outra informação impactante é que 80%
desses cuidadores familiares não têm cursos na área da saúde e 83% de todos os
entrevistados não são remunerados pelo trabalho que exercem. “A
responsabilidade é enorme e a jornada de trabalho é diária para oito em cada
dez familiares. Muitos deles não têm com quem revezar. O cuidador profissional
sofre ainda mais nessa jornada: não é raro que seu escopo de atividades seja
confundido dentro dos lares, fazendo com que assumam outras tarefas na
residência”, explica Marlene. A empreendedora social ainda ressalta que cerca
de 40% dos participantes acreditam que a ocupação é totalmente desvalorizada no
Brasil, alertando para a necessidade de conscientizar ainda mais a sociedade
sobre o papel e a responsabilidade de quem cuida.
Sobre o impacto na saúde emocional e
física desses cuidadores, o total de 48% sofre com estresse e um em cada cinco
com insônia. Também são comuns relatos de dores e lesões por esforço repetitivo
(LER), o que nos convoca a pensar na prevenção de doenças ocupacionais. “O
Brasil tem muito a evoluir na valorização dessa função. De um lado, é preciso
haver maior capacitação e organização de uma classe que cresce em números com o
envelhecimento populacional. Do outro, é necessária uma maior assistência e
informação a quem tantas vezes vivenciou uma reviravolta em sua vida a fim de
cuidar de um ente querido”, ressalta Marlene.
Ainda, segundo ela, o objetivo da
amostra é elucidar sobre os anseios e necessidades desses cuidadores. “Nós
queremos instigar os gestores públicos, os formuladores de políticas públicas,
as empresas e a sociedade como um todo a ter um olhar mais atento para quem
cuida do outro com uma nova perspectiva. Com esses dados podemos colaborar com
o ecossistema brasileiro de saúde pública e privada a respeito desses
cuidadores.”
O presidente da Novartis Brasil, Renato
Carvalho, ressalta a importância da pesquisa para o mercado de saúde, inclusive
para a indústria farmacêutica, pois ainda não havia um cenário tão detalhado no
país sobre os cuidadores. “Os achados dessa pesquisa nos mostram os gargalos
que persistem na profissionalização e organização das atividades destes
trabalhadores e, por isso, pode se tornar base para iniciativas e políticas das
empresas do setor, do governo e de associações de pacientes, como o próprio
Instituto Lado a Lado já atua, para a orientação e educação do cuidador, seja
ele familiar ou profissional”, completa o executivo.
Poder de influenciar
Entre os cuidadores familiares, 96%
participam das decisões relacionadas ao bem-estar do paciente e 88% estão ao
seu lado nas consultas médicas. Entre os profissionais, 82% se fazem presentes
nas consultas. Nessa linha, 95% afirmam seguir à risca a maioria das
recomendações médicas e 74% incentivam o paciente a se manter ativo. O médico
representa a principal fonte de informação para os cuidadores e cinco em cada
dez entrevistados só têm contato com ele nas consultas presenciais. “Percebemos
que há uma grande oportunidade de expandir os canais de orientação destinados
ao cuidador. Cerca de 70% não conhecem, por exemplo, associações voltadas a
pacientes e cuidadores, capazes de municiá-los com diretrizes atualizadas”,
finaliza Marlene.
A pesquisa completa, com as 47 perguntas
e os achados que o estudo trouxe estão disponíveis no portal do Instituto Lado
a Lado pela Vida (incluir link da página em que ela estará).
Sobre Instituto Lado a Lado Pela
Vida (LAL)
Fundado em 2008, o Instituto LAL é a
única organização social brasileira que se dedica simultaneamente às duas
principais causas da mortalidade - o câncer e as doenças cardiovasculares - além
do intenso trabalho relacionado à saúde do homem. Sua missão é mobilizar e
engajar a sociedade e gestores da saúde, contribuindo para ampliar o acesso aos
serviços, da prevenção ao tratamento, e mudar para valer o cenário da saúde no
Brasil. Trabalha para que todos os brasileiros tenham informação e acesso à
saúde digna e de qualidade, em todas as fases da vida. Além do Novembro Azul, o
Instituto Lado a Lado pela Vida é o idealizador das campanhas
Respire Agosto, Siga seu Coração, Mulher Por Inteiro e #LivreSuaPele.
Sobre a Novartis
A Novartis está reimaginando a medicina
para melhorar e ampliar a vida das pessoas. Como líder mundial em medicamentos,
utiliza tecnologias científicas e digitais inovadoras para criar tratamentos
transformadores em áreas de grandes necessidades médicas. A empresa é
constantemente classificada entre as principais do mundo em investimento em
pesquisa e desenvolvimento. Os produtos da Novartis alcançam quase 800 milhões
de pessoas em todo o mundo e a empresa busca maneiras inovadoras de expandir o
acesso aos tratamentos mais recentes. Cerca de 110 mil pessoas de mais de 140
nacionalidades trabalham na Novartis em todo o mundo. Saiba mais em http://www.novartis.com.br.
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