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Leilão do 5G abre novas possibilidade para o setor de utilities

 Por Frederico Correia, Arquiteto de soluções para vertical de Utilities na Logicalis

O Ministério das Comunicações confirmou que o leilão do 5G deve ser realizado em outubro. Embora muito se fale sobre os espectros que serão adquiridos pelas operadoras, há duas faixas – 2,6 GHz e 3,5 GHz – que serão dedicadas às chamadas redes privadas. São essas que têm gerado profundo interesse do setor de utilities e que, uma vez em operação, devem ter enorme impacto no segmento. 

 

Isso porque, a partir da criação de redes privadas – 5G ou LTE – as empresas do setor poderão ampliar, e muito, sua eficiência operacional, com um crescimento significativo do uso de aplicações e soluções baseadas em Internet das Coisas (IoT, em inglês). Aqui falamos especificamente destas soluções para a captura de informações e automação de atividades.

 

Não que elas já não existam. Nós mesmos, aqui na Logicalis, já implementamos smart grids, as chamadas redes inteligentes, para empresas do setor com o uso de outras tecnologias. A questão é que estas não evoluíram na velocidade que seria possível. Com o uso efetivo de redes privadas, a expectativa é de criação de novas possibilidades para o setor, que deverá avançar tremendamente em suas jornadas de transformação digital e na implementação de tecnologias de sensoriamento e automação.

 

Dentro dos segmentos que subdividem o setor, geração, comercialização e distribuição, este último é o que tem demonstrado muita força no desenvolvimento de smart grids. Isso tem ocorrido em duas frentes: 

 

  • AMI (Advanced Monitoring Infrastructure), que é o que viabiliza a leitura de consumo ou geração de energia, ou ingresso de energia para dentro do grid, permitindo aos distribuidores enxergar isso em tempo real;

 

  • DA (Distributed Automation), que automatiza a ligação, desligamento e religação de circuitos, já com soluções existentes para isso, minimizando o trabalho manual. 

 

A questão é que com as tecnologias de transmissão existentes, nenhuma das soluções desenvolvidas para estas frentes apresentam o grau de confiabilidade ou abrangência desejada. Com o que temos hoje, se há uma queda de energia as torres celulares podem cair ou ficam sobrecarregadas, prejudicando a transmissão de dados. Em muitos destes casos, as distribuidoras tentam fazer a religação remota e não conseguem, podendo sofrer sanções.

 

Com as faixas exclusivas para redes privadas, essas empresas terão a possibilidade de construir suas próprias redes, trazendo confiabilidade às transmissões e permitindo acordos de nível de serviço bem ajustados. As redes de AMI ou DA destas empresas ganharão eficiência operacional e abrangência geográfica, porque elas terão visibilidade da rede e conseguirão responder a eventuais incidentes proativamente e, ao mesmo tempo, evitarão penalidades por não cumprimento de SLAs.

 

A tendência é que, com o espectro reservado pela Anatel para as redes privadas, todas as empresas do setor construam suas próprias redes e, sobre elas, desenvolvam soluções ou acelerem sua jornada de transformação digital e gerem novos negócios. Afinal, a Internet de alta velocidade – aliada à alta densidade de dispositivos e à robustez proporcionadas pelas redes 5G – será a plataforma para novos modelos de negócio, que em breve estarão em operação, e são as mudanças na camada técnica que permitirão a implementação desses modelos.

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