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Oitava edição da Campanha Nacional identifica as Ciladas para pedestres em 10 Estados do país

A Campanha Calçada Cilada 2021 revelou a situação precária da mobilidade a pé e a semelhança dos problemas, em diferentes regiões do Brasil.

Durante 6 semanas, entre 1 de julho e 15 de agosto de 2021, a campanha mobilizou a população para registrar as ciladas encontradas nas calçadas, enviando imagens e descrições dos problemas por meio dos aplicativos Colab e WhatsApp.

A campanha Calçada Cilada busca sensibilizar e engajar a população em favor de cidades acessíveis para todas as pessoas, reforçando a urgência de termos calçadas seguras, largas e adequadas à legislação - importância que vem sendo escancarada no contexto atual, principalmente pela necessidade de distanciamento físico e aumento da caminhada como meio de transporte.

No total, de acordo com o Instituto Corrida Amiga, que está à frente da iniciativa, foram registradas 514 ciladas. Com ao menos um registro em 22 municípios de 10 Estados, os números seguem chamando a atenção para a situação da mobilidade a pé nas cidades brasileiras.

A campanha também compilou informações sobre os tipos de ciladas apontadas pela população. O principal problema registrado foram as calçadas irregulares, que incluem calçadas estreitas, obstruídas e esburacadas. A falta de acessibilidade e a completa inexistência de calçadas também foram problemas que se destacaram nos registros.

No Brasil, dois terços dos deslocamentos diários da população são realizados a pé, de bicicleta e/ou de transporte público coletivo. Durante a pandemia de Covid-19, de acordo com levantamento realizado pela Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo (Rede Br, 2020), a preferência pelo deslocamento a pé cresceu em todo país. Entretanto, a maioria das vias não dispõe de calçadas adequadas, que respeitem a norma de 1,2 metro de faixa livre para pedestres. “De que forma quem precisa se deslocar pode manter distanciamento seguro com calçadas tão estreitas e inacessíveis?”, questiona a gestora ambiental e diretora da Corrida Amiga, de São Paulo, Silvia Stuchi. Isso reforça a crescente demanda por melhorias na infraestrutura do transporte a pé, já que uma considerável porcentagem das calçadas do Brasil apresentam problemas e oferecem riscos à população.

De acordo com a integrante da Corrida Amiga, a mobilização e a sensibilização da comunidade, a compilação dos registros, bem como o encaminhamento dos dados ao poder público são realizados todos os anos e podem causar impactos positivos e transformações reais. “Como de costume, todos os dados serão encaminhados ao poder público. Seguiremos acompanhando as respostas, bem como engajando e ampliando a voz da cidadania pela mobilidade ativa”, afirma.

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