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Setembro Amarelo: é preciso praticar o amor ao próximo

Foto/Maria Carolina Fonseca Reis
Por Sérgio Giacomelli*

Um domingo ensolarado é um dia perfeito para exercitar a felicidade, passear no parque, levar as crianças na piscina ou encontrar os amigos com seus sorrisos largos e escancarados. Um dia expressivo em que a vida clama a ser vivida para a maioria das pessoas. Para outras é apenas mais um triste e deprimente mórbido domingo e, talvez, um fatídico dia para tirar a própria vida.

Essa realidade antagônica já faz parte do dia a dia. Nossa atenção deve estar voltada para aquelas pessoas que cogitam extinguir sua existência, que estão camufladas atrás de rostos tristes e apáticos com mentes transtornadas e que em silêncio suplicam por socorro. Sejam quais foram as circunstâncias, os motivos ou suas justificativas que as levaram a essa condição, não requerem julgamentos, mas suporte emocional.

É fato que para indivíduos em sã consciência é difícil entender a possibilidade de alguém tirar a própria vida. Indiferente a este raciocínio, é imprescindível perceber as evidências. Mesmo que possa ser complicado de identificar, se você conhece alguém que seja introspectivo e melancólico, oriente a procurar ajuda de um profissional capacitado. É possível que aquela pessoa por si não tenha disposição suficiente para procurar auxílio e, nesse caso, cabe a insistência em não desistir de encorajá-la.

Segundo dados da OMS a cada ano cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio no mundo, sendo a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, em 2016. Esses dados nos instigam a perguntar, sem imprimir a culpa, se as pessoas que cercavam aqueles potenciais suicidas fizeram o bastante em momento oportuno para evitar tal tragédia? Houve julgamento ou apoio emocional? Indiferente das respostas a verdade é que após o fato consumado famílias inteiras são afetadas com traumas insuperáveis.

Todo ano os holofotes iluminam esse assunto no palco da campanha Setembro Amarelo, um período para elucidar sobre o suicídio. É necessário mais que isso. É preciso atitude de cada um de nós. Praticar o amor ao próximo, compreensão, generosidade e subsídios que contribuam para afastar a tristeza constante.

O mundo seria melhor se apenas a alegria fizesse parte de nossas vidas, mas a tristeza permanente esconde tragédias que podem ser evitadas. Fazer a diferença na vida de alguém que precisa não lhe tornará um herói, mas o prazer de poder olhar para aquela pessoa e ver seu sorriso espalhado no rosto em uma tarde de domingo ensolarado.  

*Sérgio Giacomelli é escritor, engenheiro eletricista e um apaixonado por pesquisas. Descendente de italianos escreveu o romance de época D'Angelo - O Viajante de Conca.    

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