Ataques cibernéticos na saúde: como garantir a segurança dos dados sensíveis?
Nos últimos meses, os ataques cibernéticos intensificaram-se em todo o mundo e a cibersegurança tornou-se assunto recorrente entre os líderes das instituições. De acordo com a consultoria americana Frost & Sullivan, houve um crescimento mundial de 715% nas tentativas de ataques entre junho de 2019 e junho de 2020. O setor da saúde foi um dos mais afetados, como revela uma pesquisa realizada pela Check Point Research, na qual destaca que apenas no Brasil, ocorreu um aumento de 66% nos ciberataques entre novembro e dezembro de 2020.
As
instituições de saúde, sejam operadoras, laboratórios de exames ou hospitais,
contêm inúmeros dados pessoais de seus pacientes considerados “dados
sensíveis”, ou seja, informações que podem causar constrangimento ou
discriminação a uma pessoa. Com a pandemia e as mudanças por ela ocasionadas, muitas
fragilidades tecnológicas de organizações de saúde brasileiras vieram à tona,
tornando-se um prato cheio para os criminosos virtuais atacarem aqueles que
deveriam ser os dados mais protegidos de todo o sistema.
Como se
proteger dos ataques cibernéticos?
Quando os
sistemas da instituição de saúde são atacados, ocorre o que é chamado de
indisponibilidade, ou seja, a organização fica total ou parcialmente
indisponível até conseguir resolver a situação. Essa indisponibilidade pode
atrapalhar tanto o médico, que depende do sistema para registrar suas ações,
como o paciente, desde o cadastro na recepção, até a realização e retirada de
exames.
Portanto, é
muito mais vantajoso ao menos tentar não chegar ao ponto de sofrer um
ciberataque, por meio de investimentos em cibersegurança. A prática eficaz de
segurança virtual proporciona chances muito maiores de evitar que uma
organização sofra algum tipo de ataque cibernético.
Os benefícios
e desafios da cibersegurança
A
cibersegurança oferece uma série de vantagens às instituições de saúde. Uma
delas é a confidencialidade, que garante que os dados sensíveis fiquem
armazenados e que os pacientes tenham sua privacidade resguardada. Outro
benefício é a integridade, que mantém as informações sem perigo de alterações
por quem não tem permissão para acessar o sistema. Existe ainda a
disponibilidade, que assegura que todos os serviços estejam disponíveis para os
médicos, enfermeiros, pacientes e todos que dependem do sistema de saúde.
É necessário
lembrar que os desastres naturais podem surgir a qualquer momento, ou seja, os
ataques cibernéticos podem ocorrer quando menos se espera. Desta forma, as
instituições devem estar totalmente preparadas e equipadas para enfrentá-los e
bloqueá-los de maneira ágil. Por isso, a segurança virtual deve ser
implementada em qualquer projeto de tecnologia, e precisa ser encarada como uma
prática e não como um conceito.
Atualmente, a
cibersegurança conta ainda com o apoio da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais), responsável por resguardar os direitos à privacidade de dados do
cidadão e implicar sensações às empresas em caso de vazamento de dados. Além
disso, as organizações de saúde americanas, por exemplo, contam com uma lei que
define um conjunto de normas a serem cumpridas a fim de preservar os dados. A
regulamentação leva o nome de HIPAA (Lei de Portabilidade e Responsabilidade de
Seguro Saúde) e, apesar de ainda não ter validade em solo brasileiro, muitas
instituições aplicam suas normas com o propósito de construírem um ambiente
mais maduro.
Levando isso em conta, as instituições de saúde devem investir cada vez mais em programas de conscientização e cultura de segurança de dados, provedores de softwares que tenham soluções e ainda profissionais especializados em cibersegurança e novas tecnologias. Seguindo essas diretrizes, os ataques cibernéticos ao setor de saúde poderão ser mitigados e os dados sensíveis estarão, de fato, protegidos.
Igor Valoto é Especialista em Segurança Cibernética da SoftwareONE, provedora global e líder em soluções de ponta-a-ponta para softwares e tecnologia de nuvem.
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