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Investigação especializada localiza no exterior patrimônio de devedores no Brasil

Uso de automação e inteligência artificial aceleram e dão precisão às buscas; empresa do Paraná já encontrou quase R$ 2 bi no primeiro semestre deste ano.

A localização de patrimônio, no exterior, de pessoas físicas ou jurídicas que devem dinheiro no Brasil vem se mostrando como estratégia eficiente para que empresas brasileiras obtenham a recuperação de seu crédito. Uma empresa especializada nesse procedimento, a Leme Inteligência Forense, do Paraná, já conseguiu identificar nos primeiros seis meses deste ano mais de R$ 1,8 bilhão, no Brasil e em várias partes do mundo – inclusive em paraísos fiscais.

Soluções em tecnologias da informação – sistemas eficientes, automação e inteligência artificial – se tornam aliadas nesse trabalho. É o que ressalta o coordenador de investigações da Leme, Guilherme Cortez. Aliada à tecnologia, está uma metodologia que assegura celeridade e precisão nos resultados, sublinha o especialista. “É possível encontrar bens dos devedores, bens que nem sempre estão em seu nome, mas pertencem de fato a eles”, constata.

De acordo com Cortez, a metodologia especializada em investigação patrimonial no exterior inclui a reunião de dados e informações elementares e a pesquisa em bancos de dados públicos, procedimentos acompanhados de uma primeira análise. A partir desta, parte-se para uma busca mais específica, e é então que entra o trabalho de inteligência forense, com averiguação direcionada, incluindo investigação in loco, se necessário. O conjunto de informações apuradas é disposto em uma linha do tempo.

“Fornecemos, assim, todos os subsídios para que o advogado do credor possa tomar as providências, de forma mais efetiva”, assinala o coordenador da Leme. Segundo balanço da empresa, os quase R$ 2 bilhões de patrimônio de devedores identificados no primeiro semestre deste ano se referem a pouco mais de  30 projetos. Uma quantidade de casos, em seis meses, maior que os 23 processos realizados durante todo o ano de 2020.

Coordenador de investigações da Leme, Guilherme Cortez.

A título de ilustração, Cortez cita o caso de um alvo de investigação, aqui no Brasil, de quem se localizou um apartamento em Nova Iorque no valor de US$ 4 milhões. Além de patrimônios identificados nos Estados Unidos, há ainda outros processos dos quais se constataram bens na Holanda, Nova Zelândia, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas e Ilhas Bermudas.

“A investigação especializada permite localizar não apenas o patrimônio de direito do devedor, ou seja, aquele formalmente registrado em seu nome. Mas sim o patrimônio ‘de fato’, isto é, aquele que engloba também os bens transferidos a terceiros, ou adquiridos em nome desses terceiros, justamente na tentativa de se ocultar patrimônio”, explica o especialista da Leme.

Ainda conforme o coordenador da empresa, a automação e a inteligência artificial permitem velocidade e detalhamento; contudo, é a “inteligência humana” da equipe de especialistas que assegura uma análise precisa. “Temos capacidade de produção em escala, mas o diferencial está em entregar [ao cliente] mais que dados: nós interpretamos e entregamos informações consistentes e estratégias possíveis de serem adotadas juridicamente”, frisa.

A Leme Inteligência Forense tem hoje mais de 200 clientes em seu portfólio, entre empresas de vários setores (incluindo instituições financeiras) e pessoas físicas. A empresa especializada passa por um momento de expansão – crescimento de 22% no faturamento no primeiro semestre deste ano sobre igual período do ano passado (chegando a R$ 4,8 milhões); de 10% no quadro de pessoal, além de ampliação de sua sede em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

Mais informações sobre a legal tech em: https://lemeforense.com.br/

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