Proporção de empresas com compromissos Net Zero e carbono neutro no Brasil supera média global, mostra pesquisa da PwC
Levantamento mostra
que 27% das empresas brasileiras assumiram algum compromisso Net
Zero, enquanto a média global é de 22%;
para 63% dos CEOs brasileiros, a ameaça das mudanças climáticas deve impactar a venda de produtos e serviços nos próximos 12 meses
Mauricio Colombari/Foto: Divulgação
Empresas
brasileiras estão mais preocupadas com compromissos Net Zero que a média
global, mas o país ainda tem muito o que avançar. Os dados estão na 25ª edição
da Pesquisa Anual Global com CEOs da PwC (25th Annual Global
CEO Survey), que ouviu cerca de 4.400 executivos, em 89 países, com uma
participação expressiva de líderes do Brasil.
O
estudo procurou saber em que objetivo científico baseia o compromisso de
neutralidade de carbono das empresas: 29% dos CEOs brasileiros dizem ter
compromissos alinhados com a limitação do aquecimento global a até 1,5°C. Já
10% deles afirmam possuir iniciativas para que esse limite seja de até 2°C.
Ainda
sobre a adesão ao movimento de neutralidade de carbono, 36% dos executivos
brasileiros alegam não ter compromissos definidos, índice próximo à amostra
global: 41%. Ao mesmo tempo, 38% não assumiram compromissos com iniciativas
net-zero; índice global é de 44%. Quanto aos índices das empresas que assumiram
compromissos com a neutralidade de carbono, são 27% no Brasil ante 22% entre os
dados globais.
“Empresas
que assumiram compromissos mais fortes tendem a incluir metas de redução de
emissões em suas estratégias corporativas e planos de remuneração dos CEOs.
Também sobre esse aspecto, 59% dos CEOs brasileiros afirmaram que as ações para
reduzir as emissões serão validadas de forma independente, o que mostra que a
responsabilidade ambiental está em pauta”, comenta o sócio da PwC Brasil,
Mauricio Colombari.
Entre
os fatores que mais influenciam os compromissos de carbono neutro das empresas
brasileiras, o principal é a mitigação dos riscos das mudanças climáticas,
afirmam 67% dos CEOs entrevistados. Na sequência estão as entregas de produtos
e serviços inovadores, para 62% deles. Em comparação aos índices globais, esses
mesmos fatores aparecem com 61% e 52%, respectivamente.
Para
aquelas companhias que alegam motivos para assumir compromissos de carbono
neutro no Brasil, 57% dos CEOs afirmam não produzir uma quantidade
significativa de gases de efeito estufa, 55% dizem não ter capacidade de
mensurar as emissões e 52% apontam que o setor de atuação não tem abordagem
estabelecida para descarbonização.
Segmentos
Entre
as indústrias brasileiras que superam a média nacional de empresas que aderem
ao compromisso net-zero, 27% delas, os setores de Consumo e Energia, Serviços
de Utilidade Pública e Recursos Naturais (EUR) ficam acima desse índice, 34% e
29%, respectivamente. Abaixo da amostra do Brasil aparecem Serviços
Financeiros, Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT), e Saúde, com 23%, 20%
e 17%, nessa ordem.
Ao
analisar o revés, 38% dos executivos brasileiros alegam não ter iniciativas
ligadas ao compromisso de net-zero e apenas o segmento de TMT supera a margem
nacional com 50% das empresas nessa direção. Com percentuais menores que o
geral do Brasil estão empresas de Serviços Financeiros (35%), Consumo (34%),
Saúde (33%) e EUR (28%).
Impacto
nas vendas
Para
63% dos CEOs brasileiros, a ameaça das mudanças climáticas deve impactar a
venda de produtos e serviços nos próximos 12 meses. 45% deles acreditam que
afetará o aumento de capital e 39% temem pela interferência no desenvolvimento
de produtos e serviços. No mundo, as perspectivas sobre esses fatores são um
pouco diferentes. Para 54% haverá impactos nas vendas, 28% no aumento de
capital e 48% no desenvolvimento de produtos e serviços.
“Trata-se
de um assunto de primeira ordem que intercorre por todas as instâncias. Por
essa razão as empresas precisam estar mais comprometidas com os movimentos de
neutralidade de carbono”, observa Colombari.
Reflexo
nos bônus
De
acordo com a 25ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC, fatores ESG estão
menos assimilados ao bônus anual dos CEOs brasileiros. 12% alegam que cotas
para diversidade de gênero e metas de emissão de gases de efeito estufa
influenciam nessa remuneração. Enquanto 8% dizem o mesmo sobre cotas com foco
em diversidade étnico-racial. A título de comparação, 49% afirmam que métricas
de satisfação de clientes compõem seus objetivos para remuneração do bônus
anual.
Ao
analisar os mesmos fatores não-financeiros com menos influência no bônus dos
CEOs do mundo, há um movimento similar ao do cenário brasileiro. 13% dos
executivos disseram que metas de emissão de gases de efeito estufa influenciam,
enquanto iniciativas de diversidade de gênero e étnico-racial são mencionadas
por 11% e 8%, respectivamente.
Sobre
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