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Criptoeconomia: Ucrânia x Rússia cria dilema entre aspectos humanitários e libertários

Para especialista, mercado cripto deve decidir se vai seguir as sanções econômicas internacionais ou defender a liberdade financeira à todos

A guerra entre Ucrânia e Rússia segue impulsionando a criptoeconomia.  Enquanto a Ucrânia vê crescer a quantidade de transações via cripto, principalmente de doações, a Rússia encontrou no mesmo ambiente financeiro uma forma de tentar sobreviver às sanções internacionais. Para Rodrigo Soeiro, fundador da Monnos (https://monnos.com), primeiro cryptobank do Brasil, as sanções da guerra poderão chegar ao ecossistema cripto e este terá que se posicionar em um dos lados da disputa.

“Há um grande dilema cripto nesse conflito entre Ucrânia e Rússia: a criptoeconomia deve agir de modo humanitário e sancionar a Rússia em suas transações ou deve ser libertária, como a sua origem, e prover acesso à todos?”, pontua.

A importância da criptoeconomia na guerra - e como ela tem ajudado a driblar as penalizações financeiras - tem motivado ações internacionais. Os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão são algumas das regiões que já aplicaram sanções às exchanges, a fim de não beneficiar o lado russo.

“São medidas para evitar transações de criptomoedas envolvendo entidades ou indivíduos localizados na Rússia ou em Bielorrússia. Basicamente, quaisquer ativos de criptomoedas identificados como relacionados às sanções já decretadas devem ser congelados”, explica Rodrigo.

Do lado da Rússia, o movimento de contornar as sanções internacionais por meio da criptoeconomia é cada vez mais frequente, com o objetivo de blindar patrimônio, visto que o rublo, a moeda russa, não para de perder valor. Outro ponto é a possibilidade de efetuar transações transfronteiriças, uma vez que as sanções atingem também o cidadão comum. 

“Essas sanções não são contornadas facilmente, mas estão acelerando a sedimentação da infraestrutura que envolve cripto, afinal este é o caminho mais rápido para implementação de um meio alternativo ao dólar, ao Swift (plataforma global de transações financeiras) e às bandeiras de cartão de crédito, como Visa e Mastercard, além de outras ações que surgirão”.

Apesar de algumas exchanges e empresas do setor cripto mostrarem prontidão para cumprir as sanções internacionais, outras se mantêm aderentes à proposta libertária que move este ecossistema desde seu surgimento.

“A criptoeconomia tem a alternativa da descentralização, ou seja, é um ambiente onde não há um ‘dono’, e assim algumas sanções não têm como entrar. Inclusive, é provável que as transações em cripto russas e ucranianas estejam acontecendo com tanta ou mais velocidade e volume quanto em um ambiente centralizado. O fato é que esse conflito entre as nações não mudará apenas o cenário geopolítico, mas também acelerará a criptoeconomia e suas soluções, independentemente do lado”, conclui Rodrigo.

Sobre a Monnos

Primeiro cryptobank do Brasil, a Monnos já opera em mais de 118 países oferecendo mais de 90 criptoativos diferentes. Entre os seus serviços, além do cartão com cashback, a companhia também trabalha com pagamento de boletos, uma rede social de investimentos, um agregador de notícias, e outros serviços voltados para empresas que buscam CaaS (Crypto as a Service). Sua missão é massificar cripto e pra isso foca em usuários leigos e empresas que ainda estão distantes deste mercado. Atualmente, conta com mais de 45 mil usuários no Brasil e no mundo.

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