Honest market, conveniência autônoma e grab and go são apostas das retailtechs
Devido a aceleração nas mudanças de
comportamento do consumidor, aliar a operação do negócio à transformação
digital ficou em evidência no varejo
Quando o assunto é jornada de compra, é
inegável o quanto a pandemia resultou em uma aceleração nas mudanças de
comportamento do consumidor, que passou a ansiar por uma maior praticidade e
segurança no momento de ir às compras. Diante desse contexto, as chamadas
retailtechs tiveram um aquecimento no mercado. As startups que utilizam a
tecnologia para levar inovação ao segmento de Varejo receberam aporte de US$
527 milhões somente no primeiro trimestre de 2021, o equivalente a 75% dos US$
721 milhões investidos em todo 2020, segundo o estudo Inside RetailTech Report
realizado pelo ecossistema de inovação Distrito.
“Nos últimos anos, a importância dos
varejistas aliarem a operação do negócio à transformação digital ficou em
evidência, visto que essa junção é capaz de garantir uma competitividade em
relação à concorrência, além de auxiliar a manter uma fidelização de clientes,
que esperam cada vez mais um aprimoramento contínuo dos serviços. Por esta
razão, é imprescindível que os lojistas estejam atentos às tendências do
setor”, diz Douglas Pena, CRO da Minha Quitandinha, retailtech com foco no
mercado de conveniência autônomo.
O executivo que atua há dois anos na
startup que nasceu na pandemia com o intuito de levar itens domésticos a
condomínios residenciais e comerciais aponta duas iniciativas promissoras para
o varejo: honest market e conveniência autônoma. “Em tradução livre, ‘o mercado
honesto’ é um modelo operacional no qual não há o papel do atendente no
processo de compra, promovendo um autoatendimento totalmente com base na confiança
de que o cliente irá cumprir com as suas obrigações", explica Pena.
Na prática, o conceito está bem próximo
do dia a dia, como em totens de restaurantes e até mesmo em máquinas de vendas
de presentes e tickets no metrô. “O honest market está ganhando espaço porque
traz uma economia de tempo para atividades do cotidiano, gerando praticidade
para a rotina”, pontua o CRO.
Essa praticidade continua a ser
percebida quando unida à tendência de conveniência autônoma, que oferece itens
básicos na própria residência do consumidor durante 24 horas ao longo de sete
dias da semana. “Ir ao supermercado é diferente de ir ao shopping. Em um você
vai em busca de uma experiência, no outro por uma necessidade, não para lazer.
Portanto, a iniciativa tem uma boa receptividade a partir do momento que
facilita essa atividade mais automática”, revela Pena.
Otimizando o gerenciamento do negócio e
a experiência do consumidor
Por sua vez, Gustavo Almeida, CEO da
Take, retail tech que atua no mercado de conveniência autônomo por meio de
cervejeiras, acredita no potencial da Inteligência Artificial (IA).
“Atualmente, o recurso que tem o objetivo de se assemelhar ao comportamento
humano pode ser considerado um dos pilares da transformação digital porque
otimiza o gerenciamento do negócio e a experiência do consumidor”, afirma o
executivo.
A partir da IA é possível captar dados
em tempo real do consumo e gerenciar atividades como reabastecimento do
estoque, além de cruzar e analisar comportamentos a fim de desenhar uma jornada
personalizada ao cliente.
Almeida também aposta na eficiência do conceito grab and go. “Nesta iniciativa, a proposta é simples: pegou, levou. Ou seja, não há intermediários durante a compra e nem a necessidade de entrar em filas para pagar o produto adquirido. Basta o consumidor escolher o item e sair da loja, uma vez que a compra será debitada automaticamente do cartão cadastrado pelo cliente”, finaliza o CEO.
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