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Liderança feminina: precisamos transpor barreiras sociais para alcançarmos o protagonismo no mercado de trabalho


por Cibele Diniz*

Ter mulheres em posições de liderança é essencial para um adequado desenvolvimento social e econômico no longo prazo, porém questões sociais ainda são os maiores obstáculos enfrentados por nós para chegarmos não só aos cargos de liderança, mas, muitas vezes, ao próprio mercado de trabalho. 

De acordo com o último levantamento do IBGE (2021) que apresenta indicadores sociais das mulheres no Brasil, a igualdade de gênero no mercado de trabalho ainda é distante. As mulheres recebem apenas 77,7% dos salários dos homens nos mesmos postos e apenas 34,7% dos cargos gerenciais são ocupados pelo sexo feminino. 

No mercado de tecnologia, por exemplo, a desigualdade é ainda mais evidente, pois precisamos transpor as concepções culturais de gênero, que muitas vezes relacionam as habilidades técnicas e analíticas aos homens, enquanto às mulheres são atribuídas as competências de empatia, cuidado e comunicação. 

Para chegarmos ao cerne da questão, no entanto, é preciso entender o que está por trás da desigualdade de gênero e voltar o olhar para as questões sociais e culturais ao longo da história. A mulher só foi introduzida efetivamente no mercado de trabalho em função da Primeira e Segunda Guerra Mundial, quando os homens foram a campo e elas tiveram que assumir seus postos de trabalho. Ainda hoje, temos mulheres vivas que, em um passado não muito distante, eram impedidas de trabalhar. A transformação na sociedade é, portanto, bastante recente.

Se posso dar algumas dicas sobre esse cenário, sugiro que não só as mulheres, mas todos aqueles que ocupam cargos focados em intensificar o protagonismo feminino na companhia, entendam a importância dessa transformação. Afinal, no Brasil, as mulheres sustentam financeiramente 45% das famílias. Nesse sentido, ao chegarmos à tão sonhada equidade salarial com os homens, o ganho social atingirá um novo patamar. No âmbito mundial, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima um aumento do PIB da ordem de US$ 6 trilhões quando isso acontecer. 

Como mulheres, é importante entendermos que as concepções culturais de gênero também estão em nós e, cientes disso, torna-se essencial buscarmos constantemente o autoconhecimento e a autoconfiança. Para nos destacarmos no mercado de trabalho é importante haver a aproximação das lideranças femininas no nosso entorno. Para que isso aconteça, aconselho participar de mentorias, aprender o que for necessário e ter objetivos bem desenhados para trilhar caminhos cada vez mais assertivos.

*Cibele Diniz é head de Recursos Humanos da Webmotors

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