Mercado imobiliário corporativo dá sinais de reaquecimento na Região de Campinas, segunda maior região metropolitana do Estado de São Paulo
Estudos mostram crescimento de atração de
investimentos na cidade e região. Analista aponta fortalecimento do setor de
imóveis comerciais
Carlos Felipe Corsini, Head da WIT Real Estate:
as cidades do interior paulista apresentam índices de desenvolvimento que
facilitam a atração de investimentos - Crédito: Divulgação
Campinas (SP), março de
2022 –
Ainda vale a pena investir em imóveis comerciais? A pergunta tem encontrado
respostas no comportamento de investidores e também em dados publicados pelo
Observatório da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) neste mês, que
mostram o aquecimento da atividade industrial da Região Administrativa de
Campinas (metrópole a 97 km da capital de São Paulo), voltada,
principalmente, para atividades de alto valor econômico, como serviços
intensivos em tecnologias. Os investimentos empresariais na Região
Administrativa de Campinas, formada por 90 municípios, somaram R$
3,72 bilhões em 2021, o que corresponde ao crescimento de 208,33% em
comparação ao ano anterior.
Com base em dados da
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a Região Administrativa
de Campinas ocupa a segunda posição no estado em termos de investimentos, atrás
apenas da Região Metropolitana de São Paulo, que teve R$ 16,14 bilhões. O
levantamento mostra ainda a cidade de Campinas em primeiro lugar na captação de
investimentos entre os 90 municípios da Região Administrativa de Campinas em
2021. A cidade concentrou 41% do total, com Jaguariúna (SP) e Nova Odessa (SP)
aparecendo empatados em segundo lugar (9% cada).
Enquanto a atividade
industrial na região de Campinas caminha a passos largos, o movimento de
investidores no segmento imobiliário corporativo acompanha este cenário de
aquecimento ao mesmo tempo que observa os passos de empresas, a exemplo da BTG
Pactual (maior comprador de imóveis comerciais do país em 2020, segundo a
Bloomberg), que tem aproveitado as oportunidades para a negociação de imóveis,
analisa Carlos Felipe Corsini, Head da WIT Real Estate, braço especializado em
desenvolvimento imobiliário da WIT – Wealth, Investments & Trust, sediada
em Campinas (SP). “O segmento imobiliário corporativo foi muito questionado em
2020. Agora, em 2022, com o retorno das atividades presenciais, as empresas já
aproveitaram as oportunidades de negociar espaços com valores mais atrativos e
descontados por conta da crise no setor que ainda reflete os seus efeitos desde
2014 e mais o fato de a pandemia que esvaziou os escritórios, renovando
contratos e se preparando para o retorno destas atividades presenciais. As
cidades do interior paulista apresentam ainda uma taxa de desocupação maior que
a cidade de São Paulo e índices de desenvolvimento que facilitam a atração de
investimentos, haja vista as oportunidades geradas pela nova forma de
trabalhar, com a descentralização dos escritórios localizados nas Capitais”.
Relatório do Mercado
Corporativo de Campinas
Em estudo realizado
pela WIT Real Estate em parceria com a SiiLa Brasil, uma das principais
empresas de pesquisa imobiliária no País, indica que 21% das áreas destinadas a
empreendimentos em Campinas estavam desocupadas, em 2020. Já a taxa de vacância
na cidade de São Paulo estava em 17,20%.
Das nove regiões
pesquisadas em Campinas, apenas quatro tiveram uma taxa de vacância, que é
porcentagem de área de escritório vago, acima da média na cidade: Alphaville
(46%), Dom Pedro (24%), Guanabara (37%) e Centro (34%). A análise destaca a
região do Aeroporto Internacional de Viracopos, maior centro de carga aérea na
América do Sul, como um exemplo de baixa vacância (8%), especialmente com a
entrega do novo empreendimento, E1 Viracopos, que foi 100% locado para uma
única empresa. “O mercado imobiliário é de longo prazo, então qualquer
planejamento que se faça hoje, o empreendimento só vai ser entregue daqui a
dois, quatro ou cinco anos. E nossos estudos comprovam que há ainda muitos
espaços e oportunidades para investimentos em Campinas e crescimento do mercado
imobiliário corporativo”, ressalta Carlos Felipe Corsini.
Investimentos em 2022
As regiões Guanabara e
Centro de Campinas receberão em 2022 edifícios específicos para ocupação de
consultórios médicos, uma vez que as regiões estão próximas dos principais
hospitais públicos e privados de Campinas. Destaque também para a região da
Anhanguera, com o desenvolvimento de 2 projetos Classe A+, e com previsão de
crescimento ainda maior nos próximos 5 anos. A maior metragem prevista em
entrega será na região Dom Pedro, de um único edifício Classe A+ próximo ao
Complexo Galleria. “Apesar do cenário geopolítico atual, com o conflito entre
Rússia e Ucrânia, o segmento imobiliário é muito regional e é analisado com
particularidades do contexto da cidade. Pode-se haver mudanças em relação ao
custo de produção, mas os investimentos são planejados com bastante
antecedência. O investimento no setor imobiliário sempre foi e sempre será um
bom negócio a longo prazo”, comenta Corsini.
O estudo também mostra
que a taxa de ocupação e o valor de locação pedido no ano de 2020 foram
os maiores índices desde 2016, com uma recuperação em plena crise econômica,
com o desenvolvimento e a consolidação de novas regiões, como a Anhanguera e
Aeroporto, com previsão de expansão para os próximos anos. A retomada nos
investimentos de prédios corporativos na cidade, a quantidade de novo estoque
de prédios Classe A+ e A, o crescimento da ocupação total e média dos prédios,
já reflete uma manutenção e crescimento dos valores pedidos para locação, o que
indicam um nítido aquecimento e recuperação no mercado imobiliário de Campinas.
Os critérios de
classificação de prédios adotados são: prédios Classe A+, com lajes maiores ou
iguais à 500 m2 e conjuntos com áreas maiores ou iguais à
130 m2 e para os prédios Classe A as lajes têm entre 300 m2
e 500 m2 e conjuntos com área maior do que 80 m2.
Sobre a WIT - Wealth,
Investments & Trust
A WIT - Wealth,
Investments & Trust é uma empresa especialista na gestão de patrimônio para
pessoas, grupos familiares e empresas, atuando nas áreas de câmbio e remessas
internacionais; assessoria de investimentos; seguros e benefícios; ativos
imobiliários; consultoria patrimonial e serviços financeiros. A WIT tem
escritórios nos principais centros econômicos do interior paulista: Campinas,
Piracicaba, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto,
Araçatuba e Votuporanga. Conta com uma equipe de mais de 200 profissionais que
agregam valor ao patrimônio.
Sobre a cidade de
Campinas (SP)
A Região Administrativa
(RA) de Campinas teve o segundo maior crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) do Estado de São Paulo em 2021. A RA fechou o ano passado com uma alta de
7,6%, consolidando a retomada da atividade econômica a partir do segundo
semestre, de acordo com estudo divulgado pela Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados (Seade).
O PIB da RA de Campinas
atingiu R$ 152,04 bilhões no último trimestre de 2021, o melhor resultado para
o período desde 2013. O valor acumulado no ano passado foi de R$ 555,89
bilhões, colocando a RA de Campinas na vice-liderança na formação do PIB
estadual, ou seja, a segunda RA com maior participação no PIB do Estado,
correspondendo a 18,7%, atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo, que
somou R$ 1,46 trilhão (53,5% do total). No acumulado dos 12 meses, o PIB do
Estado de São Paulo cresceu 5,7%, totalizando R$ 2,82 trilhões.
Crescimento por setores
O setor de serviços da RA de Campinas obteve o melhor desempenho, com uma alta de 8%. Ele é composto por segmentos como o de turismo, serviços bancários, restaurantes, hospitais, consultorias, corretagem de imóveis, serviços públicos e outros. O PIB desse setor em 2021 atingiu R$ 283,01 bilhões.
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