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Como a contratação de refugiadas torna mais diverso o ambiente de inovação e tecnologia

Empresas que prezam pela diversidade têm funcionários 17% mais comprometidos

A atuação de mulheres no mercado de tecnologia cresceu 60% nos últimos cinco anos, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2021, o Banco Nacional de Empregos (BNE) apontou mais de 12,7 mil candidaturas femininas para a área de tecnologia, enquanto em 2020 houve 10.375. Apesar do crescimento, elas representam apenas 20% dos trabalhadores do ramo, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Ainda que tenham grau de instrução mais elevado que os homens, as profissionais de TI, segundo o IBGE, ganham 34% menos que eles. A escassez feminina em posições de liderança nesse setor também é alarmante: a cada 100 cargos de presidência ou vice-presidência, 11 são ocupados por mulheres. Um levantamento feito pela Yoctoo, consultoria de recrutamento especializada em TI, mostrou os maiores desafios enfrentados pelas mulheres do ramo: 82% afirmaram a necessidade de ter que provar sua competência a todo tempo e 51% relataram a dificuldade de ser respeitada por superiores e subordinados masculinos. 

Refugiadas têm desafio maior

Para mulheres refugiadas o panorama é mais desafiador, pois além do número de oportunidades ser ainda menor, elas precisam lidar com outras questões como xenofobia e racismo. Até hoje, muitas empresas acreditam que contratar um refugiado exige burocracias demais ou pode gerar problemas com a justiça. Com o objetivo de oferecer melhoria na condição de vida de refugiados e migrantes,  a Toti Diversidade, startup de cunho social, atua disponibilizando cursos profissionalizantes na área de tecnologia. Ao final do aprendizado, a empresa social faz a ponte entre os formados e as companhias que têm demanda de contratação. 

De acordo com a diretora de estratégia da Toti, Bruna Amaral, atualmente, 46% dos estudantes da organização são do gênero feminino. “Nosso objetivo é manter a equidade de gênero em todas as turmas realizadas. Nossas últimas turmas obtiveram melhores resultados de distribuição de gênero, devido às ações aplicadas”, salienta. Contratar refugiadas professoras, compartilhar histórias de alunas para engajar novas refugiadas e executar campanhas de inclusão de mulheres nas salas de aula e nas vagas de emprego ofertadas pelas empresas parceiras foram as principais condutas adotadas pela Toti.

Diversidade no ecossistema de inovação e tecnologia

Bruna, diretora de estratégia, ressalta que medidas inclusivas precisam ser estimuladas nas empresas para que a mulher se sinta em um espaço favorável ao desenvolvimento. Limitar o campo de trabalho em tecnologia ao homem faz com que todos percam, principalmente a área, que precisa de constante renovação e desenvolvimento.  “A indústria de tecnologia precisa das mulheres para atender a demanda por talentos, para inovar, visto que em locais de trabalho mais diversificados e inclusivos, as pessoas têm muito mais probabilidade de impulsionar a inovação do que em locais de trabalho menos diversos e inclusivos", destaca. 

Ao promover a diversidade nas empresas, a Toti colabora de forma direta para o avanço das métricas de ESG, contribuindo para a conquista de grandes resultados. Um estudo realizado pela Harvard Business Review apontou que em companhias onde a diversidade é valorizada, os trabalhadores são 17% mais engajados. 

Representatividade feminina na Toti 

A representação das mulheres também se faz presente na diretoria da corporação. Entre os sete fundadores, três são mulheres: a diretora de estratégia, Bruna Amaral; a diretora de financeiro, Beatriz Koschnitzki, e a diretora de educação, Giulia Torres Uma das metas para os próximos anos é continuar ampliando os planos de inclusão e tornar cada vez maior a participação de refugiadas nos cursos de programação. Desde 2018, a Toti Diversidade já realizou 13 turmas e capacitou 262 alunos. Os cursos são ministrados on-line na plataforma da instituição a fim de democratizar o acesso à educação.

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