Senso de Crise para estimular mudanças
Por Carlos Rodolfo Schneider - empresário,
membro do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo -
ACSP e do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação da
Confederação Nacional da Indústria - CNI
Como bem alertou o deputado federal
Tiago Mitraud, líder da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa: “A baixa
produtividade do setor público afeta diretamente a produtividade e a
competitividade do país. Aprovando a reforma, vamos ver melhorias
significativas no setor público e na produtividade do país como um todo”.
Para remunerar 11,5 de servidores
públicos federais, estaduais e municipais, o Brasil gastou R$ 944 bilhões, em
2018, equivalentes a 13,4% do PIB, um dos percentuais mais altos do mundo. Os
Estados Unidos, por exemplo, gastaram 9,2% do PIB para remunerar 22 milhões de
servidores. A Alemanha gasta 7,5%, a Colômbia 7,3%, e a Coreia do Sul 6,1%.
Além do alto custo da máquina pública,
existem claras distorções a recomendar mudanças. Como a existência de um quadro
de 15,5 mil funcionários, que custam R$ 1,6 bilhão ao ano, para administrar a
folha de salários da União. Ou aberrações decorrentes do engessamento da grade
de carreiras públicas, que obriga a manter servidores desocupados em funções
obsoletas como discotecário, operador de videocassete, operador de telex,
especialista de linotipo, datilógrafo, entre outras.
O Brasil não pode mais postergar uma
reforma administrativa que permita ao país criar uma máquina pública forte,
enxuta e ágil, capaz de apoiar e estimular o crescimento. É necessário reduzir
a burocracia e aumentar a capacidade de investimento do governo.
Mesmo que a reforma só venha a valer para os novos funcionários públicos, o que inegavelmente reduz muito o seu alcance, é necessário ter pressa. É preciso manter aceso o senso de crise para que as mudanças aconteçam. Além do sempre importante senso de urgência. Com a palavra o Congresso Nacional.
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