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É preciso pensar em novos modelos de saúde, Por Marck Krauze*

Prevenção na saúde é sinônimo de qualidade de vida. Maior expectativa de vida. Não podemos mais aceitar este modelo de negócio de saúde que não vende saúde

Por Marck Krauze*

É alarmante a notícia de que planos de saúde individuais podem sofrer reajustes de preços de mais de 40%, dependendo da faixa etária. Esta foi a notícia que li no Estado de S.Paulo, publicada na quarta-feira, 1º de junho. E o pior, esse aumento totalmente absurdo é para a faixa etária a partir de 59 anos, a que talvez mais utiliza um plano de saúde.

As autoridades de proteção ao consumidor já estão atentas a isso. Nossa torcida é para que consigam, de alguma forma, evitar um colapso total. Reajustes dessa magnitude refletem diretamente no aumento de pessoas excluídas do sistema de saúde suplementar, e consequentemente em uma sobrecarga maior no sistema público de saúde, o nosso SUS.

Pesquisa da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) sobre a relação da população com os tratamentos médicos mostra que para a maioria dos brasileiros atendidos exclusivamente pelo SUS, o plano é um bem importante, mas inacessível. A proporção daqueles que desejam aderir à assistência é de 74%, mas para 76% a questão financeira é o que mais pesa na hora de contratar um plano de saúde.

E essa não é uma realidade apenas para planos individuais ou familiares. No universo corporativo, o segundo maior custo de uma empresa é com a gestão da saúde dos colaboradores e seus familiares. O primeiro é a folha de pagamento propriamente dita. A estimativa de aumento das mensalidades dos planos de saúde corporativos para este ano é de 25% a 30%. Não há como ser menor, pois o retorno das atividades econômicas tem elevado o índice de sinistralidade.

Agora imagine este cenário: a cada três anos, o custo com a gestão de saúde dos colaboradores de uma empresa dobra. O que muitas companhias fazem? Trocam de operadora, na esperança de diminuir esse custo. E isso não é bom para as administradoras de planos de saúde, pois dessa forma não se sentem encorajadas a trabalhar um fator que considero importantíssimo: a prevenção.

Já dizia o ditado: Prevenir é melhor do que remediar. E é verdade. Quem trabalha com prevenção de saúde sabe que no prazo de cinco a seis anos os custos caem de quatro para um. Mas, se a administradora do plano de saúde sabe que, depois de três anos o cliente vai migrar para a concorrência, por que então investir em prevenção? Para o outro colher os frutos? Este modelo precisa ser repensado.

Algumas grandes empresas já realizam a autogestão da saúde dos colaboradores. Ao invés de terceirizar, verticalizaram o modelo, criaram suas próprias redes, fecharam parcerias com hospitais, clínicas, laboratórios e descobriram que investir na prevenção reduz drasticamente os custos com saúde.

Mas, e quem não é grande empresa, como fica? E aqueles milhares de autônomos e trabalhadores informais que a pesquisa da Anab identificaram que desejam um plano de saúde mas não podem pagar?

Existem alternativas, graças à tecnologia. É possível adotar um modelo de autogestão da saúde sem pagamento de mensalidades, sem carências, com foco na prevenção de doenças. Um câncer detectado logo no começo custa muito menos para tratar do que um já desenvolvido, e as chances de sobrevivência são maiores.

Prevenção na saúde é sinônimo de qualidade de vida. Maior expectativa de vida. Não podemos mais aceitar este modelo de negócio de saúde que não vende saúde. É preciso uma mudança de cultura.

*Marck Krauze é administrador de empresas pela FGV, com mais de 20 anos de experiência na área de Marketing e Vendas de grandes empresas, fundador da 2Care Saúde e um "apaixonado pela área da saúde"

Sobre a 2Care Saúde
Lançado em 2020, a 2Care Saúde já conta com mais de 100 médicos de 30 especialidades, como cardiologia, clínica geral, dermatologia, gastroenterologia, geriatria, ginecologia, nutrição, oftalmologia, ortopedia, pediatria, psicologia, oftalmologia, ortopedia, entre outros, assim como exames laboratoriais (sangue, urina, fezes etc.), e diagnósticos por imagem (raio X, tomografia, ressonância magnética etc.). Além disso, os usuários da 2Care Saúde contam com cirurgias eletivas de baixa e média complexidade; como hérnias, oftalmológicas, ortopédicas, entre outras e utiliza a telemedicina como base de triagem e encaminhamento ao especialista, quando necessário, ou somente efetuar o retorno da consulta para o fechamento do diagnóstico.

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