Últimas

Empréstimos das fintechs salvam empresários na pandemia

Enquanto o sistema bancário tradicional reduziu o volume de crédito, bancos digitais e instituições menores emprestaram mais dinheiro a pessoas físicas e jurídicas

Apesar da necessidade de crédito emergencial para socorrer empresas durante o período mais crítico da pandemia, em 2020, as instituições mais tradicionais, incluindo os bancos públicos, reduziram o volume de empréstimos tanto a pessoas físicas, quanto jurídicas. Segundo relatório de Economia Bancária, do Banco Central, bancos digitais, cooperativas de crédito e instituições de pequeno porte, por outro lado, continuaram aumentando a participação do mercado.

Isso reduziu a fatia dos cinco maiores bancos de 66,3% para 64,3% do volume total de crédito no país. Na comparação com 2018, a queda chega a 6,5%. Segundo o economista especialista em fintechs e diretor do Popibank, Marcelo Pereira, a agilidade dos bancos digitais foi fundamental nesse processo. “Muitas empresas precisaram de dinheiro rápido para pagar funcionários e manter suas empresas vivas na pandemia. Apesar de haver mais dinheiro disponível para emprestar, o medo da inadimplência fez com que muitos bancos aumentassem o rigor na análise de crédito. A maioria das fintechs manteve sua política de crédito, por isso os bancos digitais viraram uma alternativa, que ainda permite fazer toda a negociação de forma simplificada, pelo celular”, explica.

Fintechs aumentaram volume de crédito na pandemia

Os cinco maiores financiadores das empresas nacionais, BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Itaú, reduziram os empréstimos em R$ 43,7 bi em, 2020, segundo o relatório do Banco Central, enquanto as fintechs aumentaram o crédito em R$ 84 bi no mesmo período. 

No caso de crédito a pessoa física, também houve aumento de 1,2% da participação dos bancos digitais e cooperativas de crédito no mercado brasileiro. Os cinco maiores bancos emprestaram R$ 51 bi a menos em 2020, enquanto as fintechs colocaram R$ 15 bi a mais no mercado.

Marcelo Pereira acredita que, como não tem burocracia, as fintechs conseguem atender até mesmo pessoas com mais dificuldade em lidar com a tecnologia. “Pequenos comerciantes, empreendedores individuais, que não costumam recorrer a empréstimos, também se viram diante da necessidade de buscar dinheiro extra para honrar os compromissos e não deixar a roda da economia parar de girar. A maneira simplificada como se faz um empréstimo em uma fintech casou com a necessidade dos brasileiros de obter dinheiro rapidamente”, encerra o economista.

O economista Marcelo Pereira

Nenhum comentário