Além da cólica, infertilidade e dores crônicas, cansaço também é um sintoma relevante de endometriose
Estar atento aos sintomas é fundamental para o
diagnóstico da doença
São Paulo, julho de 2022 - É fato que ainda há muito o que se
conhecer a respeito da endometriose. Porém, hoje em dia, já existem muitas
pesquisas e estudos relacionados aos sintomas e expectativas para novos
tratamentos. Desconfortos e muitas dores são sintomas conhecidos, porém, estudos
apontam que o cansaço em excesso também afeta mulheres com endometriose.
Mas afinal o que caracteriza a
endometriose?
O ginecologista e diretor de comunicação
da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), Dr. Marcos Tcherniakovsky
explica que a endometriose é a saída do tecido endometrial, que descama todos
os meses na menstruação para fora do útero.
"O que acontece é que esse tecido
pode se implantar na região pélvica como nos ovários, embaixo do útero,
intestino, bexiga, assim como pode implantar-se em locais como o apêndice e o
diafragma. Isto leva a uma reação inflamatória que pode ser pequena ou
intensa", comenta Tcherniakovsky.
Cansaço em excesso: um sintoma que
merece atenção
Os sintomas da doença são diversos,
porém os mais comuns são: cólicas pré-menstruais e menstruais incapacitantes,
dificuldade para engravidar, sangramento anormal, dor na relação sexual e
alterações urinárias ou intestinais. Porém, o que tem sido estudado e observado
na prática clínica é que o cansaço em excesso também pode ser um sinal da
doença e merece atenção.
De acordo com um estudo conduzido há
alguns anos no Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, mulheres que sofrem
com endometriose possuem duas vezes mais chances de cansaço e fadiga.
Segundo o ginecologista, algumas
mulheres podem ter impactos na qualidade de vida e na rotina pessoal e
profissional.
"A doença traz como consequência a
diminuição da vida social, a queda no desempenho das atividades sociais e a
falta de disposição, atrapalhando sua rotina criando obstáculos na busca pelo
diagnóstico, prejudicando ainda mais o quadro da mulher, já que, a endometriose
pode levar em média entre 7 e 8 anos para ser descoberta”, explica o médico.
“Embora a doença tenha as suas
particularidades, quanto mais cedo houver a desconfiança, quanto mais falarmos
e debatermos sobre este assunto e quanto mais solicitarmos os exames
necessários e específicos para a detecção, maiores são as chances de dar mais
qualidade de vida e de preservarmos a fertilidade da mulher. Mesmo não tendo
cura, a doença tem tratamento e controle", finaliza o médico.
SOBRE O MÉDICO
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra – Alto
conhecimento em Endometriose e Vídeo-endoscopia Ginecológica (Histeroscopia e
Laparoscopia). É Diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose
(SBE). Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-endoscopia Ginecológica e
Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. Membro da comissão de
especialidades na área de Endometriose pela Federação Brasileira de Ginecologia
e Obstetrícia (FEBRASGO). Médico Responsável da Clínica Ginelife.
Instagram: @dr.marcostcher
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