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Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço: prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas

Somente para este ano são esperados mais de 36.600 novos casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Cerca de 76% são descobertos em estágio avançado

O cirurgião de cabeça e pescoço da Fundação São Francisco Xavier, Clineu Gaspar Hernandes Júnior/Crédito: Divulgação FSFX

Em 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, nome genérico dos tipos de câncer localizados acima do pescoço. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados mais de 36.600 novos casos da doença para este ano. A maioria deles é detectado em homens acima dos 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras. A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para salvar vidas.

 

O Dia faz parte da Campanha Julho Verde, que tem como objetivo alertar a população para a prevenção e promover mais conscientização dos cuidados necessários para evitar a manifestação ou evolução desses tumores. Segundo a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), o câncer de cabeça e pescoço é o sexto tipo mais incidente no mundo.

 

Sintomas

A atenção aos primeiros sinais da doença é fundamental para o diagnóstico precoce, assim como a consulta com especialistas. Entre os principais sintomas estão o aparecimento de nódulo no pescoço, manchas brancas ou avermelhadas na boca, ferida que não cicatriza em duas semanas, dor de garganta que não melhora em quinze dias, dificuldade ou dor para engolir e alterações na voz por mais de quinze dias.

 

O cirurgião de cabeça de pescoço da Fundação São Francisco Xavier, Gaspar Hernandes Júnior, alerta que esses tipos de tumores podem apresentar os mais variados sintomas, a depender do local. “Na boca, os tumores podem aparecer em forma de feridas, aftas, úlceras que não cicatrizam e doem. Na laringe, o principal sintoma inicial é a rouquidão. Também há a disfagia, que é a dor para engolir, emagrecimento e o aparecimento das ínguas, linfonodos no pescoço, que muitas das vezes são dolorosos e tendem a aumentar constantemente”, alerta.

 

Diagnóstico

Um dos principais desafios para o câncer de cabeça e pescoço é o diagnóstico precoce. De acordo com o Inca, no Brasil cerca de 76% dos casos desse tipo de câncer só são diagnosticados em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e reduz as chances de cura.

 

O desconhecimento sobre a doença é um fator de atraso no diagnóstico desses pacientes. “Na maioria dos casos, o paciente demora a chegar no serviço especializado e isso atrasa tanto o diagnóstico como o tratamento. É essencial a prevenção, buscar informações sobre os cânceres de cabeça e pescoço, assim como acontece com o câncer de mama e de próstata. O desconhecimento sobre a doença é um fator de atraso no diagnóstico”, alerta Clineu Gaspar.

 

Fatores de risco

Os principais fatores de risco são o tabagismo e o etilismo. Juntos eles aumentam em mais de 50 vezes o risco de uma pessoa ter câncer de cabeça e pescoço no decorrer da vida, principalmente após os 50 ou 60 anos, de acordo com o Inca.  

 

Atualmente também existe a infecção por HPV (papiloma vírus) como fator de risco para o câncer de orofaringe, embora na população brasileira esse tipo de tumor corresponda de 7 a 10% dos casos. Dessa forma, 90% dos tumores de cabeça e pescoço são causados pelo cigarro e pelo álcool.  

 

Tratamento

O tratamento normalmente é realizado com cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Conforme o tipo, podem ser indicados quimioterapia e radioterapia ou, até mesmo, radioterapia isolada. “Tudo vai depender do tamanho desse tumor e se há ou não a presença de metástase. Mas o tratamento da maioria é a cirurgia, seguida de quimio e radioterapia”, enfatiza o cirurgião.

 

A boa notícia é que os estudos de câncer de cabeça e pescoço têm avançado nos últimos anos. Cada vez mais são realizadas cirurgias minimamente invasivas, feitas por vídeos, e cirurgias robóticas. Também tem aumentado o número de medicamentos mais eficientes, como os imunoterápicos.  As radioterapias mais localizadas no tumor também têm reduzido os efeitos adversos nos tecidos não doentes.    

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