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ESG: um valor intrínseco nos negócios

(*) Por Leo Horta, sócio-fundador da Maitreya

A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) vem sendo pauta recorrente de discussões no mercado por diversas empresas nos últimos anos, algumas simplesmente querendo acompanhar o lugar de destaque que o assunto passou a alcançar, já outras realmente preocupadas em buscar um olhar legitimo para o assunto.

Nessa perspectiva, mais do que implementar o ESG como um adendo ou uma parte a ser adicionada a empresa, acredito que o ESG sempre foi intrínseco ao negócio e as empresas como um todo. A prática legítima deveria fazer parte da cultura das empresas, mudando o patamar e potencial das suas companhias. Tornando assim, a expansão das iniciativas de ESG, algo natural em todas as etapas de desenvolvimento dentro do negócio.

ESG deve ser visto como algo de extrema importância para o valor agregado da companhia, assim como é para o mundo. Desta forma, pensando sempre no todo, como a geração deste processo impactará o mercado, pessoas e consequentemente a empresa, investindo em modelos de negócio sustentáveis de forma verdadeira e que impactarão nos indicadores de capital a longo prazo, trazendo ganhos não só para sociedade, mas também para corporação.

Vale ressaltar que hoje, as empresas que desejam contribuir com a construção de uma sociedade mais sustentável, devem implementar em suas iniciativas o desenvolvimento de uma relação de parceria e suporte com a natureza, por meio de práticas que corroborem com a redução dos impactos ambientais e que tenha o apoio a preservação dela.

Essa atitude protagonista dos empresários e seus executivos levam as empresas a um patamar diferenciado de negócio e alinhamento com o propósito das companhias. A real inclusão de uma política prática e viável de ESG leva investidores, clientes, colaboradores, comunidade e parceiros de negócios a verem os diferenciais da empresa em relação ao seu potencial tanto de crescimento, quanto de valor.

É assim que o ESG implantado, verdadeiramente, gera valor para todos.

No entanto, para isso acontecer de forma estruturada, a empresa necessita saber em que patamar de cada perspectiva ESG ela está atualmente. E a partir disso, perceber como suas iniciativas ESG, no seu plano estratégico operacional de futuro, podem ser implantadas gerando valor para o negócio.

O que percebo no mercado é a falta de clareza na discussão dessa pauta, de como as empresas podem avaliar seu desempenho no ESG por meio de uma política de quantificação do impacto da iniciativa, sabendo que esse resultado embora tenha uma perspectiva “quanti”, na sua grande maioria, não indica de imediato impacto no negócio, nem de fato, impacto no real valor da empresa. E, o real valor do ESG acontece quando aplicado na gestão do dia a dia, legitimamente, destacando-se muito mais pela sua política firme e conectada com todas as áreas da companhia, entregando verdadeiro valor a comunidade a sua volta.

Por outro lado, mas não menos importante é se atentar para que a empresa não seja seduzida pela oportunidade de transformar sua política e ações de ESG em apenas uma campanha de marketing ou modismo, desconectada ao efeito real que ela pode e deve trazer para a evolução do negócio e sua comunidade. Até porque assim, o valor perene se tornara ainda mais difícil.

Na análise da Governança, por exemplo, é possível calcular como são as políticas da empresa, checklists feitos, código de conduta implantado, denúncias apuradas, sistemas e controles que foram implementados, entre outros tantos indicadores. Isso, porque existe uma infinita possibilidade de mensurações que podem ser feitas de acordo com cada negócio. Contudo, como todas essas análises podem ser vistas por dezenas de perspectivas, não é incomum que a mensuração de hoje não seja tão bem aceita num curto prazo de tempo, passando a ter novos indicadores e quantificações.

Portanto, apesar de ter sentido buscar a quantificação do impacto e ao mesmo tempo incentivar a expansão das aplicações de ESG nas empresas, há um risco em criar fórmulas matemáticas “criativas”, geralmente não contábeis, para aferir e traduzir impactos do ESG, levando a conclusões que podem gerar uma confusão no caminho a ser seguido ou no ROI estimado. Refletindo assim, para algumas empresas, na dificuldade de mensurar o impacto no seu real valuation.

Companhias e investidores devem se atentar ao tema e sua importância, executando seu plano de forma transparente, pois futuramente essas ações sustentáveis em prol do planeta e comunidade, impactarão positivamente não só o mundo como um todo, mas também no valuation e crescimento dos seus negócios. 

 

ESG deve ser visto como prática diária e intrínseca ao seu negócio!

 

ESG não é “moda”. É um meio real de geração de valor de sua empresa no mercado.

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* Leo Horta, sócio-fundador da Maitreya, consultoria em gestão e transformação empresarial brasileira

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