Notas comerciais podem ser convertidas em quotas no mercado de capitais
Operação é inédita na Laqus e ocorreu junto a
uma IDTech
A Laqus, fintech que
facilita o acesso ao mercado de capitais para empresas e primeira Depositária
Central de Valores Mobiliários a concorrer com a B3, realizou uma operação
inédita ao emitir a primeira nota comercial conversível em quotas societárias.
A operação ocorreu no investimento da Cedro na Minds Digital, IDTech
especializada em identificação de clientes e prevenção de fraude por meio de
biometria de voz.
Em linhas gerais, notas
comerciais são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado
de capitais. Quem os compra pode, por exemplo, emprestar dinheiro para uma
empresa para expandir as operações ou, até mesmo fazer, qualquer outro grande
investimento. A operação é acessível a quaisquer empresas não-financeiras
enquadradas como sociedade anônima (S/A) ou limitadas (LTDA), de capital
fechado ou aberto. E elas podem emitir esses títulos no mercado.
O resultado é que se
amplia o mercado para empresas limitadas, que antes não tinham acesso a um
instrumento como esse, já que a nota comercial é um instrumento de dívida que
antes era praticamente acessado pelas S/As por meio de debêntures. O
diferencial nessa operação da Laqus é que o investidor usou o instrumento de
uma forma bastante inteligente, aproveitando a convertibilidade em quotas da
empresa. Ou seja, é um título de dívida que pode ser convertido em quotas da
empresa, conforme negociação entre credor e tomador, que pode incluir valuation, prazos e outros
aspectos.
“É uma operação
interessante porque é possível emprestar dinheiro para companhias que estão
começando, como startups. O investidor fica de fora do quadro social da startup
e figura como credor da empresa, tecnicamente. A operação com a nota comercial
conversível estipula momentos no futuro em que o credor da dívida entrará para
o quadro societário. Em linhas gerais, esse instrumento garante a participação
societária na empresa (equity), dando proteção como investidor”, explica
Rodrigo Amato, fundador e CEO da Laqus.
A proteção do
investidor é uma das vantagens do instrumento, pois ele não ingressa
imediatamente na sociedade, adiando esse momento até que algumas etapas já
tenham sido vencidas pela empresa. Ou seja, é possível entrar na empresa se ela
estiver crescendo e performando bem.
“Foi o primeiro
investimento que fizemos usando como estrutura a Nota Comercial, como uma
alternativa aos tradicionais modelos com conversibilidade que sempre usamos,
como debêntures ou mútuos conversíveis”, conta Alessandro Machado, sócio
diretor da Cedro Capital.
Alessandro
Machado, sócio-diretor da Cedro Capital
A nota comercial, por
si só, tem sido um importante instrumento utilizado pela Laqus. Apenas nos
últimos quatro meses, foram R$ 1,2 bilhão em notas comerciais privadas
depositadas, num total de 72 operações. Dentre essas emissões, 21 foram
empresas que pela primeira vez acessaram recursos via mercado de capitais, o
que mostra a capacidade do instrumento de facilitar o acesso de empresas de
médio e até de pequeno porte a estes recursos, o que antes era concentrado em
grandes empresas. Também como sinal de desenvolvimento da indústria, para os
fundos de investimento o instrumento representa mais segurança e liquidez, dada
a grande flexibilidade de uso e possibilidade de negociação no mercado
secundário.
Além de operar junto a
empresas, o ecossistema Laqus tem se mostrado como uma opção para bancos de
vários portes, mas especialmente os médios, que também optam por utilizar o
instrumento com o objetivo de ganhar competitividade com clientes do segmento
Middle Market (faturamento entre R$ 30 milhões e 300 milhões) e, por
consequência, aumentar seu market share (participação de mercado). A companhia
hoje já opera com diversos bancos, gestoras de Fundo de Investimento em
Direitos Creditórios (FIDC), escrituradores e custodiantes do mercado.
No portfólio de
clientes que utilizam o ecossistema Laqus estão companhias de prestígio, como
Burger King, EcoAgro, Natura, CMAA e, mais recentemente, Adeste, GS INima, Nova
Agri, Agro Amazônia e Frigol. Por meio de softwares da fintech, monitoram suas
obrigações como emissor de títulos de dívidas privadas, entre outras operações
do mercado como financiamento bancário e operações de hedge.
Sobre a Cedro Capital
A Cedro Capital é uma
gestora de Venture Capital com sede em Brasília/DF. É uma das gestoras que acredita
no potencial empresarial, especialmente das startups. Desde 2016, já investiu
em mais de 20 empresas do gênero, todas na área de tecnologia, já tendo
realizado 5 exits (vendas
de empresas investidas). Além disso, lançou, recentemente, o Fundo GovTech, em
fase de captação de investidores, que objetiva investir em empresas que
desenvolvem inovações e promovem a melhoria da qualidade e eficiência de
serviços públicos.
Sobre a Laqus
Empresa de tecnologia com ampla experiência em assuntos relacionados à tesouraria e gestão de risco. Em junho de 2021, obteve a homologação junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar como Central Depositária de Valores Mobiliários, sendo a única companhia além da B3 autorizada a operar neste mercado.
Nenhum comentário